Fiocruz
no Portal
neste Site
Fundação Oswaldo Cruz
Página Principal

Celeiro de novos cientistas e docentes

Tradição e inovação acompanham a trajetória centenária do Ensino no Instituto Oswaldo Cruz, que alia a formação de recursos humanos à pesquisa científica

Na mais recente avaliação quadrienal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), referente ao período 2013-2016, os Programas de Pós-graduação Stricto sensu do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) tiveram acréscimo em suas notas ou mantiveram o conceito 7, pontuação máxima creditada no processo [clique aqui para conhecer o resultado]. Desde a sua criação, em 1900, o IOC prioriza a formação de recursos humanos para a ciência. Do início do século XX para cá, o Ensino no IOC ganhou novas facetas, contemplando um público cada vez mais amplo, de estudantes dos ensinos fundamental e médio ao pós-doutorado.

Arquivo COC e Gutemberg Brito

Há mais de um século, o Ensino do IOC forma gerações de recursos humanos para a Ciência e Saúde brasileiras. Acima, alunos do curso de aplicação realizado na década de 1910 em aula com o próprio Oswaldo Cruz. Abaixo, mestrandos e doutorandos ministram aulas a alunos de graduação de todo o país como parte de suas atividades acadêmicas

Já nos primeiros anos da instituição, eram oferecidos, ainda de maneira informal, cursos relacionados a bacteriologia, parasitologia, anatomia e histologia patológica. O Instituto recebia alunos da Faculdade de Medicina e, já em 1901, três desses alunos, Otávio Machado, Mário de Toledo e Oscar Araújo, apresentaram teses apoiadas em seus trabalhos desenvolvidos no Instituto.

Em 1908, o cientista Oswaldo Cruz, patrono do IOC e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), oficializou a criação do Curso de Aplicação, que contava com pesquisadores ilustres no papel de professores, como Carlos Chagas, Adolpho Lutz e Arthur Neiva. A iniciativa era chamada, no dia-a-dia, como Curso de Manguinhos.

Arquivo COC

As aulas eram realizadas nos laboratórios, então localizados no Castelo Mourisco, que hoje abriga as unidades administrativas do IOC. Foto de 1950. 

A conformação atual da pós-graduação remonta às décadas de 1970 e 1980, quando foram criados os primeiros Programas de Pós-graduação Stricto sensu do IOC: em Biologia Parasitária, no ano de 1976, e em Medicina Tropical, em 1983. Com mais de 840 mestres e doutores formados ao longo de seus quase 40 anos de estrada, o programa de Pós-graduação em Biologia Parasitária foi pioneiro. Entre seus criadores, está um dos mais destacados cientistas do país: José Rodrigues Coura [para conhecer mais sobre o pesquisador, clique aqui]. “A Pós-graduação fomentou a revitalização no quadro de pesquisadores da Fiocruz, a partir da formação de talentos oriundos dos cursos de mestrado e doutorado. São pesquisadores que contribuem, até hoje, para o desenvolvimento da ciência no IOC e em instituições de ensino e pesquisa pelo Brasil”, salienta Coura, que já orientou mais de 200 estudantes ao longo da carreira.

Outros cinco Programas compõem a Pós-graduação Stricto sensu do Instituto: Biodiversidade e Saúde; Biologia Celular e Molecular; Biologia Computacional e Sistemas; Ensino em Biociências e Saúde; e Vigilância e Controle de Vetores. Desenvolvidos no âmbito das atividades de pesquisa dos Laboratórios do Instituto, os projetos de mestrado e doutorado se inserem em um leque temático diverso e resultam na geração de conhecimento científico ancorado em problemas de saúde pública brasileiros. Da virologia à biotecnologia, os alvos de investigação contemplam agravos que impactam diretamente na vida da população, como doença de Chagas, malária, hanseníase, além das arboviroses, dengue, Zika, chikungunya e febre amarela. “O Ensino realizado no IOC é marcado pela capacidade de gerar respostas para a sociedade e pela formação de cientistas e de profissionais que podem contribuir para a saúde pública brasileira”, afirma o vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação do Instituto, Marcelo Alves Pinto. A qualidade dos trabalhos tem sido reconhecida pelos prêmios Capes de Tese, Capes-Interfarma de Inovação e Pesquisa e de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS recebidos ao longo dos anos. Nas últimas semanas, trabalhos científicos realizados por estudantes do IOC foram premiados no 53º Congresso de Medicina Tropical, no 8º Simpósio Nacional de Geografia da Saúde, no 25º Congresso de Parasitologia e na 32a Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE) [conheça as premiações mais recentes nesse link].

Gutemberg Brito

Marcelo Alves Pinto, vice-diretor de Ensino do IOC, ressalta o compromisso diário da pasta com a qualidade das atividades ofertadas aos alunos e à sociedade

Por meio de parcerias, o Ensino do IOC ultrapassa fronteiras e alcança um público cada vez mais diverso. Há quase dez anos, a colaboração com o Instituto Nacional de Saúde de Moçambique permite o oferecimento de cursos de mestrado e doutorado dos Programas de Pós-graduação Stricto sensu do IOC no país africano. Já o Doutorado Interinstitucional (Dinter) em Medicina Tropical, promovido em colaboração com a Universidade Federal do Ceará (UFC), formou a primeira turma de pesquisadores em 2017. Um termo de cooperação com Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre (Ifac) estimula a formou a primeira turma de doutores em 2017 no Norte do país.

Divulgação

Doutorado Interinstitucional (Dinter) em Medicina Tropical, promovido em colaboração com a Universidade Federal do Ceará, estimula a formação de pesquisas sobre temas de impacto no Nordeste como dengue e doença de Chagas


No cenário da década de 1980, a necessidade de formação de especialistas de nível técnico induziu uma nova frente de ação no Ensino. Práticas de Laboratório, controle de parasitos e vetores e o auxílio na prestação de serviços de diagnósticos eram algumas das temáticas abordadas pelo Curso Técnico de Pesquisa em Biologia Parasitária, criado em 1981. Atualmente, a formação em nível técnico é oferecida em duas modalidades. Uma delas é o Curso Técnico em Biotecnologia, que capacita alunos do ensino médio e profissionais das áreas da saúde, biologia parasitária e biotecnologia, para o exercício de procedimentos e atividades laboratoriais. Já o Curso de Especialização em Biologia Parasitária e Biotecnologia prepara técnicos para o desenvolvimento de atividades em Laboratórios de Saúde Pública. Recentemente, ambos os cursos reestruturaram suas grades curriculares na busca de aprimorar a capacitação dos alunos.

A década de 1990 trouxe um campo fértil para a inovação no ensino no IOC. Com a missão de aprofundar conhecimentos teóricos e habilidades práticas de profissionais de diferentes áreas, o Instituto passou a oferecer Cursos de Especialização. As primeiras modalidades surgiram para atender a uma demanda de formação para vigilância em saúde. Os estudos sobre ecologia dos insetos, acarologia e controle de vetores e pragas de importância em saúde fazem parte do curso de Entomologia Médica, criado em 1992. Já a especialização em Malacologia de Vetores, iniciada em 1994, propõe a elaboração e execução de técnicas de controle de moluscos. Os cursos mais recentes – Ensino em Biociências e Saúde (2000) e Ciência, Arte e Cultura na Saúde (2010) – capacitam professores da educação básica e agentes de saúde. Este último estimula o desenvolvimento de práticas pedagógicas voltada para educadores, professores e profissionais que atuam na interface entre as áreas.

Gutemberg Brito

Cursos de Férias recebem alunos de graduação de todo o Brasil para atividades teóricas e práticas nos Laboratórios do IOC


Para os estudantes de graduação, a iniciação científica e tecnológica e a oferta de estágio curricular são oportunidades que abrem as portas do IOC para um público que está na importante fase de busca da vocação científica. Entre os projetos mais conhecidos por este público estão os Cursos de Férias, oferecidos pelos alunos de pós-graduação, sob supervisão dos pesquisadores do Instituto, a estudantes de graduação que têm a oportunidade de vivenciar a pesquisa científica. Os cursos de férias acabam de completar uma década de atividades, com mais de 1.800 alunos, das cinco regiões do Brasil. É um exemplo do ciclo que se fecha: o estímulo à docência em um ambiente em que ensinar é parte do aprendizado.

Reportagem: Lucas Rocha
Edição: Raquel Aguiar
20/09/2017
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

Versão para impressão:
Envie esta matéria:

Instituto Oswaldo Cruz /IOC /FIOCRUZ - Av. Brasil, 4365 - Tel: (21) 2598-4220 | INTRANET IOC| EXPEDIENTE
Manguinhos - Rio de Janeiro - RJ - Brasil CEP: 21040-360

Logos