Fiocruz
no Portal
neste Site
Fundação Oswaldo Cruz
Página Principal

‘Memórias’: estudo relaciona desenvolvimento da infecção por HPV às diferentes linhagens do vírus

Edição de outubro também reúne pesquisa que busca melhorias no diagnóstico do Vírus Respiratório Sincicial Humano e investigação de potenciais áreas de transmissão das leishmanioses no Tocantins

Na edição de outubro da revista ‘Memórias do Instituto Oswaldo Cruz’, pesquisadores relacionam diferenças significativas nos sintomas da infecção por HPV aos vários genótipos e linhagens do vírus. A publicação também traz uma pesquisa que pode abrir caminhos para melhorias no diagnóstico do Vírus Respiratório Sincicial Humano (VRSH) e um estudo da epidemiologia das leishmanioses no Tocantins. Os artigos publicados na revista ‘Memórias do Instituto Oswaldo Cruz’ podem ser acessados gratuitamente online.

As múltiplas linhagens do HPV em investigação
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e do Instituto Nacional de Câncer (INCA) deram um importante passo para a compreensão dos diferentes sintomas que acometem indivíduos infectados pelo papilomavírus humano (HPV). A partir da análise de 18 sequenciamentos completos do genoma de amostras oriundas de exames papanicolau de pacientes de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, foram detectados 13 genótipos do HPV. Os pesquisadores identificaram, na amostra de uma paciente com lesões intraepiteliais cervicais, a sub-linhagem A3 do genótipo HPV18, o segundo tipo mais associado ao câncer de colo do útero. Já a linhagem A2 do genótipo HPV58 foi encontrada em amostras de mulheres que não apresentaram sintomas da doença. Foram detectadas, ainda, as linhagens A e as sub-linhagens B1 e B3 do genótipo HPV6, relacionado a sintomas como verrugas na região genital e do ânus e lesões na laringe. Por meio da técnica de sequenciamento de nova geração, os especialistas constataram, ainda, que mais da metade dos pacientes apresentavam quadros de coinfecções. Transmitido principalmente por meio de relações sexuais, o (HPV) pode ser prevenido com vacinação disponível na rede pública de saúde.

Melhorias para o diagnóstico do Vírus Respiratório Sincicial Humano
De natureza altamente contagiosa, o Vírus Respiratório Sincicial Humano (HRSV) pode provocar infecções respiratórias graves em recém-nascidos e adultos com problemas crônicos de saúde. A realização de um diagnóstico precoce e preciso, fundamental para o tratamento de pacientes, ainda apresenta desafios. As técnicas de imunodiagnóstico disponíveis podem apresentar resultado falso positivo, ocasionado pela reatividade cruzada com proteínas semelhantes de outros vírus, ou falso negativo, devido, principalmente, à alta variação da população viral. Pesquisadores do Instituto Carlos Chagas (Fiocruz Paraná), do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) realizaram um estudo que pode abrir caminhos para o desenvolvimento de testes de diagnóstico com maior precisão dos resultados. Foram analisadas variações genéticas em três proteínas do HRSV (chamadas de N, F e G) diretamente relacionadas ao processo de infecção. Segundo o estudo, a região central conservada da proteína G e regiões específicas das proteínas F e N parecem apresentar os segmentos mais adequados para o desenvolvimento de anticorpos monoclonais para aplicações em diagnósticos. Esses anticorpos serviriam para a captura de partículas virais e proteínas relacionadas à fase aguda da infecção. A utilização combinada das regiões identificadas no estudo poderá servir de base para melhorias no diagnóstico do Vírus Respiratório Sincicial Humano por meio da diminuição de resultados falso positivos e falso negativos e de reação cruzada.

Potenciais áreas de ocorrência das leishmanioses no Tocantins
Estudos sobre a capacidade de adaptação de mosquitos flebotomíneos ao meio urbano e a detecção de casos de infecção natural por Leishmania são fundamentais para a identificação de potenciais áreas de ocorrência das leishmanioses. Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins (IFTO) desenvolveram um estudo sobre a presença de flebotomíneos em áreas periurbanas e em matas de galeria (corredores de vegetação formados ao longo dos rios) em Tocantins. Foram coletados mais de 1,5 mil flebotomíneos em matas de galeria e áreas residenciais da capital Palmas e do distrito de Taquaruçu, durante os períodos de seca (julho) e chuvoso (novembro). A maior parte dos insetos coletada em julho teve origem nas matas, enquanto na temporada de chuvas, a maioria foi encontrada nas áreas residenciais. Segundo o estudo, os resultados reforçam o papel das matas de galeria na manutenção dos flebotomíneos e sua capacidade de dispersão e adaptação. A espécie Nyssomyia whitmani foi a mais predominante nos dois períodos analisados. Testes moleculares revelaram a presença de cinco espécies diferentes de parasitos causadores das leishmanioses – incluindo Leishmania amazonensis e L. infantum.

Reportagem: Lucas Rocha
Edição: Vinicius Ferreira
11/10/2017
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

Versão para impressão:
Envie esta matéria:

Instituto Oswaldo Cruz /IOC /FIOCRUZ - Av. Brasil, 4365 - Tel: (21) 2598-4220 | INTRANET IOC| EXPEDIENTE
Manguinhos - Rio de Janeiro - RJ - Brasil CEP: 21040-360

Logos