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Multiplicando saberes na SNCT 2017

Laboratórios do IOC somaram esforços e levaram diversas atividades de divulgação científica a centenas de crianças, jovens e adultos durante a 14ª edição da iniciativa

Com a matemática como tema, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) de 2017 apresentou a milhares de crianças, jovens e adultos em todo o país conceitos dessa área do conhecimento que contribui para o desenvolvimento de estudos científicos e faz parte das ações do cotidiano. No campus da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foram montadas dezenas de estandes de divulgação científica no histórico prédio da Cavalariça – onde no início do século XX foram produzidos soros que livraram a população da peste bubônica. Laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) apresentaram temas como biologia computacional, robótica e a matemática presente na vida dos insetos. Na Fiocruz, o evento aconteceu entre os dias 24 e 28 de outubro. A SNCT é realizada em todo o Brasil pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

“A SNCT contribui para divulgar a produção científica desenvolvida pela Fiocruz e por instituições de ensino e pesquisa de todo o país junto à sociedade, algo fundamental principalmente no contexto de restrição orçamentária que tem fomentado movimentos como a ‘Marcha Pela Ciência’ e o ‘Conhecimento sem cortes’”, destacou Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz, durante visita às atividades. “A SNCT é uma iniciativa ímpar de divulgação científica, oportunidade para aproximar as pessoas da pesquisa desenvolvida pelos diversos Laboratórios do Instituto”, complementou Marcelo Alves Pinto, vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação do IOC.

“Quando pensamos em biologia, a relação com a matemática nem sempre é muito clara. Com uma boa dose de imaginação e criatividade, as atividades conseguiram mesclar os conceitos das duas áreas, resultando em um trabalho de boa qualidade e rico em conteúdo”, destacou a chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Insetos, Rafaela Vieira Bruno, coordenadora das atividades do IOC na SNCT 2017, realizadas no contexto do Programa ‘IOC+Escolas’. A estratégia, que amplia ações de divulgação científica junto a estudantes, trouxe cerca de 400 crianças e adolescentes de escolas públicas do Rio de Janeiro para participar das atividades.

Biologia computacional: múltiplas possibilidades
Docentes e alunos da Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Computacional e Sistemas do IOC prepararam um conjunto de atividades que abordaram conceitos como matemática, robótica e programação. Um robô solucionador do cubo de Rubik – o famoso cubo mágico - foi uma das sensações entre os participantes. Por meio de um sensor de cores, o robô era capaz de fazer a leitura das seis faces do cubo e, em seguida, movimentá-lo automaticamente usando uma sequência de passos determinados através de um algoritmo, até a solução do enigma.

Gutemberg Brito

Robô capaz de montar cubo mágico por meio de algoritmos foi uma das sensações da SNCT 2017


Na Biologia Computacional, modelos matemáticos são utilizados para representar microrganismos vivos, como as bactérias. Por meio de programas para a visualização de dinâmicas moleculares, os pesquisadores mostraram como os modelos matemáticos podem ser úteis para representar o comportamento de um sistema biológico, como uma proteína, por exemplo.

Já o programa de computador EuGene, desenvolvido com o intuito de simular o trabalho de bioinformática utilizado para a identificação de um gene em um genoma, permitiu que os visitantes criassem um jogo de caça-palavras com o próprio nome. Os participantes também tiveram a oportunidade de interagir com modelos Lego da linha de robótica Mindstorms e conferir uma série de vídeos enfatizando a importância da robótica para a pesquisa farmacêutica de novos medicamentos.

Gutemberg Brito

A Diretoria do Instituto em visita às atividades relativas ao tema da Biologia Computacional, que abre caminhos para o desenvolvimento de estudos em diversas áreas do conhecimento


A matemática dos insetos
A equipe do Laboratório de Biodiversidade Entomológica relacionou conceitos matemáticos ao comportamento dos insetos, como as abelhas que constroem favos de mel em formato geométrico hexagonal. Além de conferir as belezas e curiosidades de parte do acervo da Coleção Entomológica do IOC, os visitantes também puderam simular a visão dos insetos com o uso de óculos 3D.

Gutemberg Brito

Exemplares didáticos da Coleção Entomológica do IOC chamaram a atenção por suas belezas e curiosidades


A matemática fornece elementos fundamentais à diferenciação das fases de vida de insetos, parasitos e bactérias. Na atividade do Laboratório de Bioquímica e Fisiologia de Insetos, puderam ser observados, com o uso de microscópio e a olho nu, insetos vetores de tripanossomatídeos, como o barbeiro, vetor do Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas; e placas de petri representando bactérias em diferentes tempos de crescimento. A proporção em tamanho, do macro ao micro (de humanos ao DNA, passando por insetos, parasitos, bactérias e moléculas), foi apresentada em materiais informativos. Os barbeiros também foram tema das atividades do Laboratório Interdisciplinar de Vigilância Entomológica em Díptera e Hemíptera, que mostrou como a matemática integra a dinâmica de transmissão da doença de Chagas e como os números ajudam a conhecer o comportamento dos insetos e a identificar os melhores vetores do agente etiológico causador da doença.

Gutemberg Brito

O barbeiro, inseto vetor de tripanossomatídeos, como o T. cruzi, causador da doença de Chagas, foi tema de duas atividades


Já a equipe do Laboratório de Simulídeos, Oncocercose e Infecções Simpátricas: Mansonelose e Malária apresentou os mosquitos simulídeos, conhecidos popularmente como ‘borrachudos’. Esses insetos se desenvolvem em rios, possuem hábito diurno e uma picada que provoca coceira intensa. São responsáveis pela transmissão de uma doença pouco conhecida, a oncocercose (cegueira dos rios), causada pela filária Onchocerca volvulus.

Gutemberg Brito

Os participantes se surpreenderam com os mosquitos borrachudos (simulídeos), capazes de transmitir a oncocercose, ou cegueira dos rios


Estudantes do curso de enfermagem das Faculdades Souza Marques, Gustavo Almeida e Rebeca Romero Nascimento participaram das atividades do primeiro dia. “O estande sobre os mosquitos borrachudos foi um dos mais interessantes por apresentar de forma bastante clara o comportamento dos insetos e as doenças que podem ser causadas aos seres humanos, como a oncocercose”, contou Gustavo. “É a primeira vez que participo das atividades da SNCT na Fiocruz e estou achando o máximo. Curiosamente, visitei o estande que mostrou características e espécimes do barbeiro, assunto que tenho discutido em disciplinas da faculdade atualmente. É um aprendizado complementar ao que temos em sala de aula”, comentou Rebeca.

Gutemberg Brito

Rebeca e Gustavo participaram das atividades da Fiocruz na SNCT pela primeira vez em 2017


Se uma semana tem mais de dez mil minutos, para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus dengue, Zika e chikungunya, são suficientes apenas dez. A conscientização foi feita por pesquisadores no estande ‘10 minutos contra o Aedes’, que reuniu curiosidades e atividades lúdicas. A prevenção ao mosquito foi estimulada por meio de um quiz repleto de desafios de cálculos, com plano de fundo em abordagens do comportamento e das características do inseto. O Aedes também foi destaque do estande do Núcleo Operacional Sentinela de Mosquitos Vetores (Nosmove). Na matemática do ciclo de vida do mosquito, são necessários de 7 a 10 dias para o desenvolvimento do ovo à fase adulta.

Gutemberg Brito

Conhecer a matemática do Aedes aegypti, como o tempo necessário para a proliferação e a quantidade de ovos que uma fêmea pode colocar ao longo da vida, é uma importante ferramenta para o combate ao mosquito


Estratégia importante para a prevenção de diferentes agravos, incluindo doenças transmitidas por insetos, a vacinação foi abordada pelo Laboratório de Biologia das Interações. O assunto foi discutido de forma lúdica e objetiva, a partir de perspectivas científicas e populares, incluindo explicações sobre o processo de imunização e a memória imunológica.

Gutemberg Brito

Em um momento marcado pelo avanço de movimentos anti-vacina pelo mundo, pesquisadores explicaram os mecanismos por trás da estratégia que previne diferentes agravos


Mais informações sobre a importância da vacinação podem ser encontradas no site do Ministério da Saúde (clique aqui).

Reportagem: Lucas Rocha
Edição: Vinicius Ferreira
31/10/2017
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