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IOC lidera mapeamento da resistência do Aedes

A partir de solicitação do Ministério da Saúde, laboratório do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) coordena atividade que envolve Secretarias de Saúde de todos os estados, além das prefeituras dos 145 municípios envolvidos. Serão espalhadas mais de 20 mil armadilhas pelo país

Um estudo coordenado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) está monitorando a resistência de mosquitos Aedes aegypti a inseticidas em todo o território nacional. Estão sendo espalhadas mais de 20 mil armadilhas pelo país. Realizado a partir de uma solicitação da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, o projeto é realizado em parceria com Secretarias de Saúde de todos os estados brasileiros, além das prefeituras dos 145 municípios envolvidos. São centenas de agentes de endemias capacitados na metodologia do projeto: eles coletam ovos do mosquito em diferentes regiões do território nacional e enviam o material para análise no IOC. O projeto tem previsão de duração até 2018.

Vinicius Ferreira

Teste de resistência a inseticida com a fase adulta do Aedes aegypti


“A aplicação de inseticidas no combate ao Aedes aegypti deve ser adotada com muito critério. O uso indiscriminado desses produtos pode selecionar populações de mosquitos resistentes, ou seja, que possuem características genéticas que os permitem sobreviver ao uso do inseticida. Por isso é tão importante conhecer como estão as populações de mosquitos em todas as regiões do país. Assim, temos a oportunidade de planejar um rodízio de uso dos inseticidas disponíveis”, explica José Bento Pereira Lima, chefe do Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores do IOC, que está à frente do estudo.

“É importante ressaltar que a principal medida de controle do Aedes é a eliminação dos criadouros, dos locais que o mosquito busca para depositar os ovos. Os inseticidas são recomendados como estratégia complementar, em situações específicas. O uso indiscriminado é justamente um dos desafios, na medida em que inviabiliza a eficácia desse recurso”, avalia José Bento. Atualmente, nas situações em que o inseticida pode ser recomendado como medida complementar, o Ministério da Saúde indica o uso da substância ‘pyriproxyfen’ para uso no combate a larvas e do ‘malathion’ para uso em mosquitos adultos. As duas substâncias serão alvo do estudo.

Metodologia multimídia para treinamento de parceiros
Para o recolhimento de ovos de Aedes aegypti em todos os estados brasileiros, foi adotada uma metodologia com o uso de armadilhas de fácil manipulação, chamadas ovitrampas. O uso de ovos para as análises tem uma vantagem incomparável com o uso de outras fases do mosquito, já que por sua alta resistência os ovos podem ser envelopados e enviados por correio para as análises no laboratório. Para treinamento das centenas de agentes de endemias envolvidos na inciativa, foi elaborado um material multimídia, com vídeo combinado a apostila. “Também tivemos um grande encontro presencial com os coordenadores de equipes nos Estados. Assim, estamos uniformizando tanto a distribuição das armadilhas, que precisa ser planejada de forma a recobrir o território de maneira adequada, quanto a própria técnica de obtenção dos ovos a partir das armadilhas”.

Josué Damacena

Em atividade de capacitação dos agentes de endemias do país, o pesquisador José Bento Pereira Lima demonstra como realizar a preparação das ovitrampas - armadilhas de captura de ovos do mosquito


Todo o material recolhido é enviado para o laboratório do IOC no Rio de Janeiro, onde as amostras são analisadas. A fase de análises conta ainda com a parceria do Laboratório de Entomologia Aplicada da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. A etapa de coletas começou em agosto de 2017. “Já começamos a receber amostras de ovos e iniciamos as análises. Estamos bastante satisfeitos, pois até o momento estamos recebendo amostras em perfeito estado, o que mostra que o treinamento tem sido eficaz. Nossa expectativa é de receber todo o material ao longo dos próximos seis meses e, assim, concluir o mapeamento completo até o fim de 2018”, explica José Bento Pereira Lima. “Com isso, poderemos obter uma dimensão bastante precisa do estado atualizado da resistência do Aedes aegypti a inseticidas no conjunto do território nacional”, completa.

Reportagem: Marina Saraiva
Edição: Vinicius Ferreira
29/11/2017
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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