Publicada em: 14/12/2017 às 15:18
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Reforço no conhecimento sobre as leishmanioses
Jornalismo

Profissionais de saúde de municípios do Médio Paraíba, no estado do Rio de Janeiro, participaram de capacitação promovida pelo IOC. Região concentra alto índice de casos de Leishmaniose Visceral

Diante do registro de casos de leishmanioses, alguns com evolução para óbito, na região do Médio Paraíba, no estado do Rio de Janeiro, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) realizaram, entre os dias 06 e 08 de dezembro, no Centro de Controle de Zoonoses de Volta Redonda, o minicurso ‘Saberes e Práticas em Leishmanioses – Uma Visão Atual’. A iniciativa reuniu 20 profissionais de saúde, entre biólogos, veterinários, técnicos e agentes de saúde dos municípios de Volta Redonda e Barra Mansa. As atividades foram coordenadas pela equipe do Laboratório Interdisciplinar de Vigilância Entomológica em Díptera e Hemíptera, referência nacional em vigilância entomológica, taxonomia e ecologia de vetores das leishmanioses. Na média histórica, com registro desde 2007, as duas cidades concentram o maior número de casos notificados e autóctones de Leishmaniose Visceral.

Os participantes foram apresentados às principais características da epidemiologia das leishmanioses, doenças transmitidas por insetos flebotomíneos, com destaque para o contexto atual dos agravos no estado do Rio de Janeiro. Um dos temas tratados foi a diversidade de espécies de Leishmania, um dos fatores que contribuem para o desenvolvimento de diferentes formas clínicas da doença. A leishmaniose tegumentar americana, por exemplo, pode afetar a pele e as mucosas do nariz e da boca. Já a leishmaniose visceral é responsável por danos aos órgãos internos, podendo levar a óbito na falta do tratamento adequado. Ao longo das atividades foram apresentados, ainda, os manuais de vigilância das Leishmanioses Visceral e Tegumentar, disponibilizados pelo Ministério da Saúde.

Divulgação

Biológos, veterinários, técnicos e agentes de saúde de Volta Redonda e Barra Mansa participaram da capacitação sobre as leishmanioses


Imersos em atividades de campo, os profissionais foram instruídos a executar os procedimentos básicos para a coleta e diferenciação dos insetos flebotomíneos, bem como a preparar o material para análise em laboratório. A partir de uma abordagem educacional, o curso fomentou a elaboração de material informativo sobre as leishmanioses, que poderá ser utilizado para a conscientização da população e, principalmente, de profissionais de saúde da região.

A capacitação foi realizada a partir de demanda da Secretaria de Estado de Saúde (SES/RJ), como uma das atividades de referência desenvolvidas pelo Laboratório do IOC. O curso foi idealizado no âmbito de dois projetos de pesquisa. Um deles, o trabalho desenvolvido pela bióloga Margarete Martins dos Santos Afonso, durante seu pós-doutorado na Pós-graduação Stricto sensu em Biodiversidade e Saúde do Instituto, no contexto do programa Brasil Sem Miséria. O outro, um projeto de doutorado, co-orientado pelo pesquisador Maurício Luiz Vilela, fruto de parceria entre o Laboratório do IOC e o Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, de Portugal.

Reportagem: Lucas Rocha
Edição: Vinicius Ferreira
14/12/2017
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)


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