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Estudo avalia impacto das 'PICs' em pacientes

Sintomas como dores, fadiga, estresse, ansiedade e depressão são o alvo. A previsão é de que o estudo envolva 288 pessoas, no período de 2 anos

Recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde a década de 1970, as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde – mais conhecidas por sua sigla, “PICs” – envolvem abordagens tradicionais e alternativas, simples e de baixo custo, para a recuperação do equilíbrio físico, emocional, mental e espiritual. No Brasil, atualmente 19 práticas integram a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do Sistema Único de Saúde (SUS), lançada inicialmente em 2006. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) inicia um projeto de pesquisa clínica, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do IOC/Fiocruz, que tem como foco investigar o impacto dessas práticas na recuperação de pacientes infectados com vírus causadores de hepatites e de chikungunya. O lançamento da iniciativa liderada pelo Ambulatório de Hepatites Virais do IOC aconteceu no dia 18/12, no campus da Fiocruz, em Manguinhos (Av. Brasil, 4.365 - Rio de Janeiro - RJ – clique aqui para acessar o mapa do campus). O ambulatório é integrante do Laboratório de Hepatites Virais que atua como referência nacional em hepatites virais junto ao Ministério da Saúde.

Foto: Josué Damacena

A pesquisa prevê a participação de pacientes atendidos no Ambulatório de Hepatites Virais e no Ambulatório de Doenças Febris Agudas do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz)


O estudo vai avaliar os impactos de cinco PICs – Reiki, Yoga/Meditação, Auriculoterapia, Terapia Crânio Sacral e Acupuntura – sobre o alívio de sintomas como dores e fadiga crônicas, estresse, ansiedade e depressão. A pesquisa prevê a participação de pacientes atendidos no Ambulatório de Hepatites Virais – o que inclui pacientes com hepatite dos tipos B e/ou C – e no Ambulatório de Doenças Febris Agudas do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) – neste caso, pacientes que tiveram chikungunya. Ao mesmo tempo, o estudo clínico prevê a participação de voluntários que não tenham sido infectados pelos vírus alvos do estudo. Desse modo, será possível comparar o impacto das PICs entre os grupos de pacientes e de pessoas saudáveis. A previsão é de que o estudo envolva 288 pessoas no total, no período de 2 anos.

O estudo clínico será acompanhado por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, imunologistas, biólogos e fisioterapeutas. Cada participante terá a oportunidade de desfrutar dos benefícios da atividade escolhida por um período de cerca de três meses, podendo haver extensão de acordo com os resultados observados. Todos os interessados passarão por entrevista médica para avaliação quanto à inclusão na pesquisa. Serão incluídos pacientes maiores de 18 anos, com sintomas crônicos persistentes de fadiga, dor, ansiedade e/ou depressão, independentemente do uso de terapia farmacológica convencional. “Alguns pacientes portadores crônicos de hepatite apresentam contraindicações quanto ao uso de alguns medicamentos devido aos seus efeitos adversos, reiterando a importância das práticas integrativas complementares na melhoria da qualidade de vida”, explica a pesquisadora Lia Lewis, chefe do Ambulatório de Hepatites Virais do IOC. As PICs serão ministradas por servidores da Fiocruz e colaboradores externos, em caráter voluntário.

“Desde maio deste ano, oferecemos algumas dessas práticas aos pacientes atendidos no Ambulatório de Hepatites Virais, como parte das atividades assistenciais. Em pouco tempo, percebemos que a administração das práticas integrativas e complementares em saúde apresentava melhoras significativas na qualidade de vida dos participantes”, destaca Lia, relatando o fato que motivou a realização da pesquisa clínica. “Agora, nossa intenção é documentar cientificamente todo esse processo, por meio deste estudo clínico que pretende incluir mais de duas centenas de pessoas. Além dos benefícios para a saúde de cada um, os pacientes terão a chance de contribuir com a ciência brasileira e, consequentemente, para o incentivo à implementação dessas práticas em outros espaços, sejam públicos ou privados”, resume.

Sobre as PICs
Confira, abaixo, as características de cada uma das cinco terapias alternativas que serão oferecidas pelo Ambulatório do IOC e que compõem o estudo clínico:

:: Terapia Crânio Sacral - técnica manual suave que visa o reequilíbrio e a homeostase corporal, atuando sobre as fáscias (tecido responsável pela condução vascular e nervosa).

:: Reiki - terapia natural japonesa de harmonização e reposição energética com intuito de reestabelecer a saúde física, mental, emocional e espiritual, mediante imposição de mãos.

:: Yoga/Meditação - derivado da palavra em sânscrito yug, que significa “união” ou “julgo”, Yoga consiste em unir o indivíduo com a totalidade do universo. As práticas do Yoga incluem as posturas físicas (asanas), técnicas de respiração (pranayama) e treinamento de meditação (dhyana).

:: Acupuntura - tratamento do ramo da medicina chinesa tradicional que consiste em introduzir agulhas descartáveis, metálicas, finas e sólidas, em pontos específicos do corpo com o objetivo de estabelecer o equilíbrio ou provocar efeito anestésico.

:: Auriculoterapia - técnica que utiliza pontos específicos na pele do pavilhão da orelha para diagnosticar e tratar dor e condições médicas do corpo.

Reportagem: Vinicius Ferreira
Edição: Raquel Aguiar
14/12/2017 - atualizado em 18/12/2017
Autorizada a reprodução sem fins lucrativos desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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