Publicada em: 20/03/2018 às 14:48 |
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Muito além da ficção científica Núcleo de Estudos Avançados do IOC discute os impactos da inteligência artificial e da robótica, tecnologias que vêm reinventando o mundo
Definitivamente, a inteligência artificial e a robótica deixaram o futuro prenunciado em aventuras narradas na literatura ou no cinema para se tornar uma realidade do tempo presente – com impactos para lá de concretos sobre as relações interpessoais, o mercado de trabalho e o desempenho econômico dos países. Na pesquisa científica, contribuem para acelerar o processamento de dados e dinamizar a rotina em laboratório. Para abordar as nuances mais variadas deste assunto, o Núcleo de Estudos Avançados do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) do dia 16 de março recebeu o pesquisador Virgílio Almeida, do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Para a próxima sessão, prevista para 27 de abril, mais um assunto que divide opiniões estará em pauta: os impasses da violência no Brasil. IOC/Fiocruz
Almeida é membro da Academia Brasileira de Ciências e foi condecorado com a Ordem Nacional do Mérito Científico No que diz respeito ao cenário brasileiro, Almeida aponta para a escassez de dados e estudos sobre o impacto da automação e da inteligência artificial em relação ao mercado de trabalho. Sua influência sobre as agendas do poder executivo, legislativo e judiciário também é pouco sentida. “Ainda é preciso investigar como a sociedade brasileira pode usar a inteligência artificial e a robótica para acelerar o desenvolvimento social e econômico. Há, ainda, uma forte necessidade de investimento em estudos de políticas públicas voltadas para a área”, pontuou Virgílio. Além do impacto sobre o mercado de trabalho, as tecnologias de inteligência artificial também despertam o debate em torno de outras questões éticas. Segundo Almeida, o risco de cenários distópicos no uso dessas tecnologias podem envolver aspectos como o controle de informações: o armazenamento de dados e informações pessoais – utilizado como fonte para o desenvolvimento de ações comerciais como a oferta de produtos personalizados, por exemplo, a partir do histórico de navegação na internet – levanta dúvidas sobre segurança dos dados e privacidade. Num tempo em que se avolumam de forma exponencial os bits de informação sobre cada cidadão, e em que a vida cotidiana passa por numerosos dispositivos digitais, a preocupação em relação ao acesso e ao uso desses rastros digitais ganha cada vez mais espaço.
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Homenagens
O diretor destacou ainda a importância da luta contra a violência no Brasil, em especial no Rio de Janeiro, diante do assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, e do motorista Anderson Gomes, no dia 14/03, e da morte do jovem Matheus Melo de Castro, no dia 12/03, funcionário da empresa Nova Rio, que atuava desde 2013 na Fiocruz, como agente de coleta seletiva da Coordenação-Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic/Fiocruz). Reportagem: Lucas Rocha |
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