Publicada em: 10/06/2018 às 16:41 |
‘Memórias’: confira a edição de junho Publicação destaca estudos sobre a influência da vegetação nativa para a transmissão da leishmaniose cutânea no Paraná, biomarcadores do vírus Zika e investigação do desenvolvimento da cardiomiopatia chagásica crônica
A edição apresenta também um estudo que busca compreender o amplo espectro de quadros clínicos decorrentes da infecção pelo vírus Zika do ponto de vista dos biomarcadores imunológicos relacionados à infecção aguda. Os pesquisadores caracterizaram os níveis de citocina circulantes, quimiocinas e fatores de crescimento em pacientes infectados, de ambos os sexos, em diferentes momentos após o início dos sintomas. Os testes mostraram que os pacientes apresentaram resposta inflamatória sistêmica marcante, com altos níveis de mediadores pró-inflamatórios. Embora a resposta inflamatória leve ao clareamento viral, os altos níveis de biomarcadores pró-inflamatórios podem facilitar a transmissão do vírus da circulação para o sistema nervoso central, aumentando a permeabilidade da barreira hematoencefálica, que protege o cérebro. Segundo o estudo, o fenômeno pode explicar, em parte, a capacidade neuroinvasiva do vírus Zika, associado a casos de Síndrome de Guillain-Barré, em adultos, e Síndrome Congênita do Vírus Zika, que inclui a microcefalia e outras alterações neurológicas, em crianças. A publicação traz, ainda, uma pesquisa que avaliou a suscetibilidade ou progressão da cardiomiopatia chagásica crônica (CCC), desfecho clínico mais frequente da doença de Chagas, associada a 13 genes relacionados a citocinas. Os dados sugerem que não há contribuição significativa das variantes gênicas analisadas para o desenvolvimento do quadro clínico. No entanto, a ausência de um forte biomarcador genético pode indicar que as consequências da resposta imune, incluindo o controle do parasito e o perfil inflamatório, para pacientes com doença de Chagas não são geneticamente predeterminadas. Os resultados do estudo reforçam a importância da interação parasito-hospedeiro para o desenvolvimento do agravo. Clique aqui e acesse todos os artigos. Reportagem: Lucas Rocha 11/06/2018 Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz) |