Publicada em: 29/05/2007 às 13:21
Personalidades de A - F


Alina Perlowagora-Szumlewicz
Jornalismo

 Alina Perlowagora-Szumlewicz
Brasileira naturalizada, Alina Perlowagora-Szumlewicz chegou ao Brasil no início da década de 1940 fugindo do regime nazista. Nascida na Polônia em 1911, formou-se em Ciências Naturais pela Universidade de Varsóvia, Polônia, onde também obteve o título de doutora em filosofia e trabalhou como pesquisadora associada do Instituto de Fisiologia Aplicada até 1939. Neste mesmo ano, por ser de origem judaica, os nazistas lhe impuseram restrições que interromperam suas atividades durante os três anos seguintes.

Alina chegou ao Brasil em 1942 e ingressou como pesquisadora associada do Laboratório da Fundação Rockefeller no Rio de Janeiro. Realizou pesquisas fundamentais sobre a febre amarela, sendo responsável pela implantação do método de fixação do complemento para o diagnóstico dessa infecção no Brasil. Suas pesquisas sobre febre amarela resultaram em sete importantes trabalhos, todos publicados em revistas internacionais de elevado impacto para área da virologia, imunologia e epidemiologia. Nestes trabalhos, a pesquisadora padronizou o método de fixação do complemento e comprovou a sua ótima utilização, além de verificar a eficácia de outros testes sorológicos no diagnóstico humano da febre amarela e nos estudos epidemiológicos, envolvendo animais silvestres. Manipulou o vírus amarílico em laboratório, inoculando e acompanhando a infecção em camundongos, morcegos e macacos, além de estudar as curvas de anticorpos fixadores de complemento em primatas.

Em 1950, foi contratada pelo Instituto de Malariologia e Doenças Tropicais do Ministério da Saúde (posteriormente denominado Instituto Nacional de Endemias Rurais- Ineru), para desenvolver pesquisas sobre tema bastante diverso daquele em que vinha trabalhando nos últimos nove anos: o controle de moluscos vetores de esquistossomose através do uso de moluscicidas. Trabalhou por 20 anos nesta instituição, de 1950 a 1970, quando seu laboratório foi anexado à recém criada Fiocruz.

De 1951 a 1966, publicou 21 trabalhos sobre biologia e fisiologia de moluscos transmissores da esquistossomose, as ações dos moluscicidas e a resistência dos vetores à sua aplicação, dentro de uma nova linha de pesquisa no Instituto de Endemias Rurais coordenada por ela. Em 1970, Alina assumiu como pesquisadora titular o Laboratório de Biologia e Controle de Vetores da Doença de Chagas em Jacarepaguá. Desenvolveu numerosas pesquisas sobre a importância de parâmetros biológicos no planejamento de medidas de controle do vetor da Doença de Chagas, controle químico do vetor através do uso de inseticidas, controle integrado conjugando métodos biológicos como o lançamento de machos estéreis e controle químico no desenvolvimento de inseticidas. A pesquisadora faleceu em 1997. Trabalhou no Instituto Oswaldo Cruz até sua morte com quase 90 anos de idade e mais de meio século dedicados à pesquisa científica.


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