Publicada em: 01/08/2018 às 15:02 |
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“Eliminação da esquistossomose deve ser prioridade”, diz especialista Jeann Marie Marcelino, responsável pelo Programa de Esquistossomose do Ministério da Saúde, abordou o panorama da doença no primeiro dia do Simpósio Internacional sobre Esquistossomose :: Confira a programação completa :: Acesse a cobertura especial “Um grande desafio em relação à esquistossomose é priorizar o enfrentamento da doença num país em que existem inúmeras situações de emergência em saúde pública. A visibilidade é o primeiro passo para que possam ser cumpridas as ações de eliminação”, destacou Jeann Marie Marcelino, responsável técnica pelo Programa de Esquistossomose do Ministério da Saúde. A especialista abordou o panorama da doença e os desafios para a eliminação do agravo como problema de saúde pública no Brasil em conferência realizada no primeiro dia da 15ª edição do Simpósio Internacional de Esquistossomose, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. O encontro, que reúne quase 500 pessoas, discute avanços e perspectivas sobre a doença até o dia 03/08.
A 15ª edição do ‘Simpósio Internacional sobre Esquistossomose’ é promovida pelo Programa de Pesquisa Translacional em Esquistossomose da Fundação Oswaldo Cruz (Fio-Schisto) – ligado à Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, e pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Realizado no Hotel Rio Othon Palace, em Copacabana, no Rio de Janeiro (Av. Atlântica, 3.264), o encontro reúne renomados especialistas brasileiros e estrangeiros, gestores de políticas públicas e estudantes de graduação e pós-graduação. Conferências, mesas-redondas e minicursos compõem a programação, abordando a doença a partir de perspectivas diversificadas, como aspectos da genômica, imunopatologia, bioquímica, biologia molecular e epidemiologia.
No dia anterior à abertura do Simpósio, o Programa de Pesquisa Translacional em Esquistossomose da Fiocruz (Fio-Schisto) realizou seu 16º encontro reunindo pesquisadores das diferentes Unidades da Fundação para discutir os desafios da doença. A rede Fio-Schisto promove a interação entre seus participantes e busca atuar junto à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Atualmente, os pesquisadores do Fio-Schisto estão envolvidos no desenvolvimento de um método para identificar pacientes de esquistossomose com baixa carga parasitária. Roberto Sena, coordenador do Fio-Schisto, explica que a prevalência da doença no país caiu. Isso significa dizer que o número de casos diminuiu significativamente, o que é um excelente sinal por um lado, mas também representa novos desafios. “O tratamento favoreceu a queda da doença. Agora, novos métodos de diagnóstico precisam ser estimulados para que seja possível identificar os casos em que o número de parasitas no indivíduo é menor”, apontou. Além disso, a Fiocruz, por meio de Far-Manguinhos, participa de um consórcio internacional para o desenvolvimento de uma nova formulação de uso pediátrico do medicamento praziquantel, já produzido por Far-Manguinhos para uso adulto. O Programa de Pesquisa Translacional é uma iniciativa da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz. Atualmente, são 12 programas em atividade no desenvolvimento de ferramentas e respostas para o controle de agravos relevantes no cenário epidemiológico do Brasil. Sobre o agravo Causado pelo verme Schistosoma mansoni, o agravo tem caramujos do gênero Biomphalaria como hospedeiros intermediários e seres humanos como hospedeiros definitivos. A transmissão ocorre quando o indivíduo entra em contato com água – como córregos, riachos e lagoas – infectada com larvas do parasito (cercárias) capazes de penetrar a pele. Funciona como um ciclo: o indivíduo infectado elimina os ovos do verme por meio das fezes. Em contato com a água, os ovos eclodem, liberam larvas (miracídios) capazes de infectar o caramujo. Após quatro semanas, elas adquirem a forma de cercárias, podendo então infectar novos indivíduos. Relacionada sobretudo a condições precárias de saneamento, a esquistossomose é uma das doenças negligenciadas reconhecidas pela OMS. Reportagem: Lucas Rocha, com informações de Kath Lousada (Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas / Fiocruz) Edição: Raquel Aguiar 01/08/2018 Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz) |
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