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Nome de nova espécie de mosca homenageia pesquisador

Alexandre Peixoto, pesquisador do IOC falecido em 2013, foi reconhecido por suas contribuições sobre a genética, evolução e comportamento das drosófilas

Especialistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade de São Paulo (USP) descreveram uma nova espécie de drosófila. Espécimes da pequena mosca foram encontrados em flores de marantáceas, na reserva florestal do Instituto de Biociências da USP. O nome escolhido, Drosophila peixotoi, presta homenagem ao pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Alexandre Peixoto, falecido precocemente em 2013, por suas contribuições no conhecimento da genética, evolução e comportamento das drosófilas. Os espécimes foram depositados na coleção científica do Museu de Zoologia da USP. A descrição da nova espécie, realizada pelos pesquisadores Suzana Casaccia Vaz, Carlos Ribeiro Vilela e Antonio Bernardo Carvalho, foi publicada na Revista Brasileira de Entomologia.

“Trabalhei no Laboratório de Genética de Populações de Drosophila, do Departamento de Genética da UFRJ, onde Alexandre Peixoto iniciou suas pesquisas e fez seu mestrado uma geração antes de mim. Ele participou da minha banca de mestrado em 2001. Ao longo dos anos, encontrei-o em muitas rodas acadêmicas e guardo a boa lembrança de uma pessoa sempre muito agradável, sorridente e doce”, destacou Suzana.

Suzana Casaccia Vaz, Carlos Ribeiro Vilela e Antonio Bernardo Carvalho

Espécimes de fêmeas da Drosophila peixotoi


Características da nova espécie
A mosca, pequena e de cor castanho escura, apresenta características semelhantes às de outras drosófilas pertencentes a um grupo denominado ‘guarani’, que inclui espécies já conhecidas, como D. guaru, D. ornatifrons e D. subbadia. Dentre os aspectos diferenciativos na morfologia da nova espécie, estão a presença de um espinho escuro na estrutura reprodutiva dos machos e o órgão ovipositor das fêmeas relativamente curto e achatado.

A descoberta foi realizada durante estudos de levantamento de drosófilas, cujas coletas são feitas, em geral, com o uso de iscas de banana fermentada, onde as moscas colocam ovos e se desenvolvem. “Muitas espécies são criadas em laboratório a partir de meios de cultura com banana fermentada. Porém, há aquelas que não são adaptadas a se desenvolver ou se alimentar nesses substratos. Por isso, começamos a buscar drosófilas em substratos inusitados como fungos, seiva de troncos e flores”, explicou Suzana.

A D. peixotoi foi encontrada em ramos floridos, ou inflorescências, de três espécies de plantas da família Marantaceae, que servem de abrigo para o desenvolvimento do ciclo de vida do inseto, do ovo à fase adulta. Durante o estudo, os pesquisadores também identificaram e descreveram uma segunda nova espécie, que recebeu o nome de D. asymmetrica. De acordo com Suzana, as espécies não transmitem patógenos causadores de doenças. Os próximos passos do estudo incluem o monitoramento da presença de drosófilas em substratos incomuns e a pesquisa de técnicas de criação de espécies que vivem em flores e fungos em laboratório.

Reportagem: Lucas Rocha
Edição: Vinicius Ferreira
11/09/2018
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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