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Participação dos estudantes no planejamento estratégico da instituição é pauta na Semana da Pós-graduação

Segundo dia do evento também contou com relato das experiências de inovação da Universidade de Campinas e discussão sobre projetos de pesquisa desenvolvidos pelos alunos

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A manhã do segundo dia (12/09) de programação da Semana de Pós-graduação Stricto sensu do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foi movimentada com um cardápio variado. Nas sessões da manhã, houve espaço para o debate sobre a importância dos estudantes no processo de planejamento estratégico do Instituto, e para uma edição extraordinária do Centro de Estudos em que o diretor executivo da Inova Unicamp (Universidade de Campinas-SP), Newton Frateschi, apresentou as experiências da Agência de Inovação da universidade. Na parte da tarde, foi a vez da mesa de discussão dos estudantes, atividade em que os alunos discutem entre si seus projetos de pesquisa. Confira aqui a programação da Semana da Pós-graduação nos próximos dias.

Papel dos estudantes na construção do Planejamento Estratégico da instituição

A programação do segundo dia começou com o debate sobre o VI Encontro do IOC e a importância do aluno para as perspectivas de futuro do Instituto. O VI Encontro do IOC é uma iniciativa para planejamento dos rumos da instituição. Para dar conta de um planejamento estratégico que contemple a diversidade institucional – com um leque variado de ações em pesquisa, ensino, referência em saúde, coleções biológicas e editoração científica –, o VI Encontro do IOC tem realizado um esforço de escuta das contribuições de profissionais e estudantes.

Para conduzir a discussão, a organização do evento convidou Ana Claudia Penna, coordenadora do Serviço de Planejamento e Orçamento (SPO) do IOC e membro da Comissão Organizadora do VI Encontro. “Os discentes representam quase a metade das pessoas que integram o Instituto. Isso justifica a importância do grupo para a construção do nosso planejamento estratégico”, declarou. Em seguida, Ana Claudia apresentou os objetivos gerais do VI Encontro do IOC, a temática norteadora e a metodologia adotada para a condução do processo. Ela também destacou as atividades já concluídas e aquelas que estão em andamento, como a atual fase de contribuições da comunidade. “Eventos preparatórios, elaboração do documento base para a discussão com os grupos de trabalho, realizada em maio, e a consolidação da primeira matriz SWOT após reunião com os coordenadores das Câmaras Técnicas e dos grupos são algumas das ações já concluídas. A partir do encerramento do prazo para envio contribuições, individuais ou em grupo, vamos consolidar uma segunda matriz SWOT, que será submetida à análise das Câmaras Técnicas do IOC”, explicou a coordenadora, complementando que as Câmaras serão as instâncias responsáveis pela elaboração de propostas e planos de ação. “Já está programada uma segunda etapa de discussão em grupos de trabalho, justamente para debater as proposições que surgirão nas sete Câmaras Técnicas, que são estruturas propositivas no âmbito do Instituto. Feito isso, consolidaremos um documento com todas as ações recomendadas e encaminharemos para aprovação do Conselho Deliberativo do Instituto, em maio do ano que vem”, sintetizou. Instância máxima de decisão no IOC, o Conselho conta com a presença de representantes dos estudantes dos programas de pós-graduação Stricto sensu. A participação dos representantes também está garantida na Câmara Técnica dedicada ao Ensino.

Kadu Cayres (IOC/Fiocruz)

Durante a apresentação, Ana Claudia Penna ressaltou a importância dos estudantes no processo de planejamento estratégico do Instituto


Durante a apresentação, a coordenadora do SPO exibiu alguns resultados intermediários do diagnóstico da situação organizacional em andamento no que diz respeito aos temas do Ensino. Dentre as forças e fraquezas, estiveram presentes, respectivamente, o alto conceito dos Programas de Pós-graduação na avaliação da Capes e a falta de investimentos na contratação de jovens pesquisadores e egressos. Já no que diz respeito às oportunidades e ameaças, os destaques foram o reconhecimento internacional da produção científica do Instituto e necessidade de ações externas para resolução de problemas de infraestrutura.

Sobre o processo de contribuição, os estudantes chamaram atenção para a necessidade de prorrogação do prazo para envio de contribuições e pleitearam uma participação mais ampliada nas próximas etapas do VI Encontro do IOC envolvendo grupos de trabalho, já que a atividade realizada em maio contou apenas com a participação de representantes dos alunos.

Fomento à inovação

Com 1.121 patentes vigentes e 100 licenciamentos de propriedade intelectual ativos, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) obteve, em 2017, recursos da ordem de R$ 1,3 milhão relacionados a transferências de tecnologias. Além disso, parcerias de pesquisa e desenvolvimento com empresas públicas e privadas, firmadas por meio de 49 convênios, resultaram em R$ 64 milhões em investimentos. Apresentados pelo diretor-executivo da agência Inova Unicamp, Newton Frateschi, os dados refletem os esforços realizados para fomentar a inovação, que fizeram da Unicamp uma das maiores patenteadoras do Brasil e a tornaram líder do ranking de universidades da América Latina publicado pela revista ‘Times Higher Education’ em 2017.

Gutemberg Brito (IOC/Fiocruz)

Newton Frateschi abordou a experiência da agência de fomento à inovação Inova Unicamp


Na sessão extraordinária do Centro de Estudos do IOC, realizada durante o segundo dia de atividades da Semana de Pós-graduação Stricto sensu, Frateschi contou que a agência Inova Unicamp foi criada em 2003, um ano antes da publicação da Lei de Inovação, que determina que as instituições científicas e tecnológicas possuam Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) para gestão de política institucional de inovação. Para ele, estruturas especializadas de fomento à inovação são fundamentais e seu papel vai muito além do simples apoio fornecido aos pesquisadores para o depósito de patentes. “A agência de inovação precisa prospectar para identificar tecnologias que podem ser patenteadas ou licenciadas”, afirmou.

Abordando a experiência da Inova, Frateschi relatou que a agência da Unicamp atua também na busca por parcerias que possam contribuir para transformar inovações em produtos, seja através do licenciamento ou da colaboração; no estímulo e formação para o empreendedorismo, com cursos, eventos e incubadora de empresas de base tecnológica; e na gestão do Parque Científico e Tecnológico da universidade, onde estão instalados laboratórios para o desenvolvimento de projetos em parceria com instituições públicas e privadas, assim como unidades de inovação de empresas. “Não é missão da universidade chegar ao desenvolvimento de um produto. Por isso, a partir do momento em que se tem uma inovação, é fundamental buscar parcerias com quem faz isso bem. Não vejo outro caminho que não sejam as colaborações com empresas públicas ou da iniciativa privada”, ponderou o diretor da Inova, citando ainda a possibilidade de criação de spin-offs – empresas originadas nas universidades ou em institutos de pesquisa.

O cenário brasileiro para a inovação também foi alvo de discussão. Frateschi apontou que, no país, nove entre os dez maiores depositários de patentes são universidades públicas. Já nos Estados Unidos, as empresas lideram o ranking e a Universidade da Califórnia, primeira instituição de ensino na lista, aparece na posição de número 71. “Nos Estados Unidos e países da Europa, cerca de 70% a 80% dos doutores estão fora das universidades. No Brasil, o cenário é o inverso”, comentou. O diretor da Inova considerou que esse perfil configura um desafio, mas se mostrou otimista quanto ao futuro. Para ele, o cenário tende a mudar na medida em que as empresas percebem que a presença de doutorees e a inovação são motores de crescimento, ao mesmo tempo em que os jovens têm se mostrando mais abertos a atuar nas empresas e a empreender.

Rodas de conversa
Na parte da tarde, estudantes de mestrado e doutorado compartilharam seus projetos em rodas de conversa e discutiram propostas de melhorias para a Pós-graduação no Instituto. Os alunos foram reunidos em grupos, de acordo com as áreas do conhecimento, incluindo educação, bioinformática, virologia, ecologia, microbiologia, sistemática e relação parasito-hospedeiro.

Gutemberg Brito (IOC/Fiocruz)

Em rodas de conversa, estudantes compartilharam seus projetos e discutiram propostas de melhorias para a pós-graduação no Instituto


Pela primeira vez no evento, o estudante de mestrado Marcos Vinicius Rangel Ferreira, da Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular, destacou a importância de uma relação de proximidade entre orientadores e estudantes para o desenvolvimento dos projetos. “Essa atividade propicia um diálogo maior entre alunos e pesquisadores. Às vezes, temos receio para realizar uma abordagem ou esclarecer alguma dúvida e esse tipo de encontro facilita a aproximação”, afirmou Marcos, que estuda a interação celular na infecção pela forma pulmonar da malária, no Laboratório de Pesquisa em Malária do IOC. Já Ana Beatriz Borsoi, doutoranda da Pós-graduação em Biodiversidade e Saúde, ressaltou a importância do espaço para troca de experiências. “Esse compartilhamento é muito positivo, pois promove o conhecimento, aproxima alunos e docentes e permite a divulgação dos nossos trabalhos. Além disso, possibilita o surgimento de novas ideias e a formação de parcerias”, destacou Ana, que estuda aspectos da ecoepidemiologia de carrapatos no Serviço de Referência Nacional em Vetores de Riquetsioses do IOC.

Gutemberg Brito (IOC/Fiocruz)

Alunos destacaram a importância do estímulo ao diálogo na Pós-graduação


Reportagem: Agatha Ariel, Kadu Cayres, Lucas Rocha e Maíra Menezes
Edição: Raquel Aguiar
12/09/2018
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).

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