Publicada em: 16/10/2018 às 14:45
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Reconhecimento pelo conjunto da obra
Jornalismo

Pesquisadora recebe Medalha Virgínia Schall de Mérito Educacional, oferecida pela Presidência da Fiocruz, por mais de 50 anos de contribuições à Ciência e formação de mestres e doutores

Pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) há 32 anos, Euzenir Nunes Sarno, do Laboratório de Hanseníase, foi contemplada com a Medalha Virgínia Schall de Mérito Educacional. Concedida pela primeira vez pela Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a iniciativa visa reconhecer o conjunto da obra de servidores da instituição, em atividade ou aposentados, com atuação nas áreas de medicina, ciências biológicas aplicadas à saúde e biomedicina, ciências humanas e sociais e saúde coletiva. A honraria foi entregue pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, em solenidade realizada nesta segunda-feira, 15/10, durante abertura da Semana de Educação da Fiocruz, que vai até o dia 19 de outubro.

Há mais de 50 anos, Euzenir dedica-se ao desenvolvimento científico em prol da saúde da população. A trajetória é marcada pela formação de novos cientistas. Na Uerj, foram cerca de 25 anos dedicados à atividade de docência. No IOC, atua no Ensino há mais de 30 anos, sendo, atualmente, docente dos Programas de Pós-graduação Stricto sensu em Medicina Tropical, Biologia Parasitária e Biologia Celular e Molecular. Ao longo da carreira, já orientou mais de 100 alunos. “É um reconhecimento benevolente da comunidade científica da Fiocruz de uma carreira muito longa, de dedicação à formação de jovens cientistas, seja estudantes de medicina, durante o período na Uerj, seja na Pós-graduação do IOC. Eu compartilharia esse mérito com várias outras pessoas que tem uma carreira semelhante à minha”, destacou Euzenir.

Gutemberg Brito/IOC/Fiocruz

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, entregou a Medalha Virgínia Schall de Mérito Educacional à pesquisadora Euzenir Nunes Sarno, do Laboratório de Hanseníase do IOC


“É um momento de emoção estarmos homenageando Euzenir Sarno, uma educadora e pesquisadora totalmente comprometida com uma questão central do nosso sistema de saúde e das nossas dívidas sociais que é a hanseníase”, ressaltou Nísia. A medalha foi criada em homenagem à psicóloga, doutora em educação e pesquisadora Virgínia Schall, falecida em 2015. Schall, que atuava como pesquisadora do Instituto René Rachou (Fiocruz Minas), foi pioneira na articulação dos campos da educação, saúde e divulgação científica no Brasil.

Mais de 50 anos dedicados à saúde pública
A formação de Euzenir Nunes Sarno teve início na década de 1960, em Salvador, na Bahia. Na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, concluiu a graduação em medicina em 1963. Quatro anos mais tarde, tornou-se especialista em anatomia patológica. Desta vez, pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. Buscando dar continuidade ao desenvolvimento da pesquisa, seguiu para o Rio de Janeiro. Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), passou a ministrar as disciplinas de Patologia Geral e Fisiopatologia e, além da atividade de docência, teve a oportunidade de iniciar os estudos em hanseníase.

Na década de 1980, a Secretaria Nacional de Programas Especiais de Saúde do Ministério da Saúde, liderada pela médica sanitarista Fabíola de Aguiar Nunes, fortaleceu e dinamizou programas como os de controle de infecção hospitalar, da hanseníase, da tuberculose, de assistência integral à saúde da mulher e da criança. Reconhecida por estudos publicados sobre hanseníase, Euzenir foi convidada, em 1986, a assumir a chefia do Laboratório de Hanseníase do IOC que, na época, fazia parte do Departamento de Medicina Tropical. No Instituto, a pesquisadora empenhou uma série de medidas, incluindo a absorção de recursos humanos qualificados, o incentivo à capacitação dos profissionais do Laboratório e a reestruturação da área de assistência. Euzenir permaneceu chefe do Laboratório de Hanseníase do IOC até 2015. A pesquisadora também atuou como vice-presidente de Pesquisa da Fiocruz e chefe do antigo Departamento de Medicina Tropical do IOC.

A abertura da Semana da Educação da Fiocruz também contou com o lançamento do livro ‘Ciência, saúde e educação, legado de Virgínia Schall’, organizado por Simone Monteiro, do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde do IOC, e Denise Pimenta, pesquisadora do Instituto René Rachou (Fiocruz Minas), e com a entrega do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses, que contemplou quatro estudos desenvolvidos nos Programas de Pós-graduação Stricto sensu do IOC.

Reportagem: Lucas Rocha
Edição: Vinicius Ferreira
16/10/2018
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)


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