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Uma nova geração de cientistas

Jornada científica interinstitucional apresentou resultados de pesquisas desenvolvidas através do convênio entre IOC e IFAC e discutiu fortalecimento de atividades de pesquisa e de ensino na região Norte

Em três dias de intensas atividades, o ‘Simpósio de Pós-graduação Stricto sensu IOC-IFAC: perspectivas integrativas na Amazônia’ apresentou à sociedade os 19 trabalhos desenvolvidos no contexto do convênio firmado entre o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre (IFAC). Realizada de 17 a 19 de outubro, em Rio Branco, no Acre, a jornada científica interinstitucional também teve como objetivo avançar em diálogos para o fortalecimento de atividades de Pesquisa e de Ensino e o estabelecimento de novas redes de colaboração, dando continuidade à reunião de esforços para formação de novos doutores e desenvolvimento de atividades científicas na região Norte.

Foto: Jaqueline Oliveira / DSCOM-IFAC

No rosto, a emoção expressa por cada docente e discente integrantes do convênio: quase duas dezenas de novos doutores para a região

O Programa de Doutoramento no campo de Ciência, Tecnologia e Educação na Amazônia levou ao Acre cursos de Pós-graduação Stricto sensu em cinco modalidades de doutorado. Participaram os programas de Pós-graduação do IOC em Biodiversidade e Saúde, Biologia Celular e Molecular, Biologia Computacional e Sistemas, Biologia Parasitária e Ensino em Biociências e Saúde. “Resultados ímpares foram alcançados. As pesquisas desenvolvidas pelos discentes têm impacto direto na saúde humana e ambiental da região”, comemorou Marcelo Alves Pinto, vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação do IOC. Ele destacou que o desenho do Programa IOC-IFAC foi iniciado ainda em 2012 e parabenizou as gestões anteriores do Instituto que conduziram o convênio.

Na solenidade de abertura, o pró-reitor de Planejamento Institucional do IFAC, Ubiracy Dantas da Silva, representando a reitora Rosana Cavalcante dos Santos, destacou o impacto dos novos doutores para a Amazônia. “Estas formações representam um ganho não apenas para o IFAC, mas irão contribuir para o desenvolvimento do Estado”, enfatizou. No mesmo sentido, a pró-reitora de Ensino do IFAC, Lucilene Acácioi, destacou que as pesquisas desenvolvidas são de fundamental importância para a qualidade do ensino no Instituto. “Os conhecimentos construídos e as descobertas realizadas precisam estar presentes na sala de aula, nos cursos de graduação, porque ajudarão a melhorar a qualidade do ensino no IFAC. E só vamos melhorar a qualidade do ensino do IFAC quando tivermos a pesquisa e a extensão sendo cotidianas na sala de aula”, comentou. Em momentos posteriores, a pró-reitora fez questão de frisar que “no IFAC se faz pesquisa porque se ensina”.

Para o pró-reitor de Inovação, Pesquisa e Pós-graduação, Pedro Plese, a realização do evento fortaleceu a parceria com o IOC. “A partir desse simpósio queremos produzir um documento que possibilite a oferta de outros cursos, para fortalecer os doutorados na região”, adiantou. Pesquisador e atual chefe de Gabinete da Diretoria do IOC, Paulo Sérgio D’Andrea relembrou, com orgulho, todo o empenho das gestões das Unidades, dos docentes e dos discentes que possibilitou o êxito da conclusão do convênio. “Estamos felizes com a missão cumprida. Todos os objetivos foram alcançados e o IFAC está hoje mais qualificado a partir dessas novas formações”, comemorou.

O Simpósio contou com palestras sobre o papel dos doutores na Amazônia, as experiências da formação das Redes Amazônica de Educação em Ciências e Matemática (REAMEC) e de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (BIONORTE), além das perspectivas de formação de redes de pesquisa em Ensino de Ciências e Saúde e em Biodiversidade para inserção dos novos doutores (:: clique aqui e confira a programação completa). O encontro também discutiu os impactos do Novo Marco Legal de Ciência e Tecnologia sobre as atividades de pesquisa e ensino na Amazônia. O corpo técnico e acadêmico do IOC e do IFAC, pesquisadores e autoridades públicas estiveram presentes no evento, que também iniciou discussões sobre novos potenciais de parcerias para impulsionar as atividades de Pesquisa e Ensino na região.

Experiências para toda a vida
Muito além da sala de aula, os anos de doutorado proporcionaram aos alunos experiências, aprendizados e conquistas que vão ficar para sempre em suas vidas, como conta Márcia Moreira de Ávila, que estudou a diversidade de mosquitos transmissores de leishmaniose em Rio Branco. “Aprendi muito e fiz parcerias durante o desenvolvimento da tese, consegui mais maturidade e independência diante dos meus resultados”, observou a estudante da Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular. Já Lilliane Maria de Oliveira Martins destaca a primeira vez em que esteve nas dependências do IOC. “Fiquei impressionada com o nível tecnológico dos equipamentos e a competência dos pesquisadores, dos técnicos e de toda a equipe dos laboratórios. Sou muito grata por tudo o que me ensinaram”, apontou a discente da Pós-graduação em Biologia Parasitária, que analisou a diversidade e a dinâmica de populações de vetores da malária em Cruzeiro do Sul, segundo maior município do Acre.

Para o engenheiro agrônomo Charle Ferreira Crisóstomo, da Pós-graduação em Biodiversidade e Saúde, o curso teve valor ímpar. “A capacitação adquirida por meio do curso foi um divisor de entendimentos na minha formação. Avançar em assuntos distintos da minha área reforçou o entendimento sobre a necessidade da interdisciplinaridade na formação do indivíduo”, declarou Crisóstomo, que realizou um levantamento da diversidade de pequenos mamíferos da Amazônia sul ocidental e avaliou sua participação no ciclo de transmissão de algumas zoonoses, como a hantavirose e a bartonelose. Falando em formação, Renata Freitas, que estudou representações de meio ambiente e a abordagem temática freiriana, durante a Pós-graduação em Ensino em Biociências e Saúde, contou que já começou a orientar estudantes. “Tão logo houve minha defesa, eu e outros colegas nos mobilizamos em torno da criação de dois projetos de Pós-graduação Lato sensu. Além disso, já estou orientando um aluno do curso de Ciências Biológicas”, frisou.

A interdisciplinaridade foi enfatizada por Marlon Amaro Coelho Teixeira, que desenvolveu uma metodologia para processar grandes conjuntos de artigos científicos visando à identificação de novos alvos para o desenvolvimento de fármacos contra o Trypanosoma brucei, causador da doença do sono, durante a Pós-graduação em Biologia Computacional e Sistemas. “Estudar no IOC me permitiu ter uma visão mais ampla da ciência e conhecer profissionais de renomadas instituições como, por exemplo, do Instituto Militar de Engenharia (IME) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Isto foi muito importante para minha vida profissional, entendi que é fundamental buscar colaborações científicas”, constatou.

De olho no futuro
Além da previsão estabelecida pelo convênio para estruturação de espaços de laboratórios para dar continuidade ou suporte ao desenvolvimento de pesquisas no IFAC, com previsão de início para os próximos meses, o encontrou possibilitou a discussão com parceiros locais sobre a formação de redes de pesquisa em Ensino de Ciências e Saúde e em Biodiversidade.

A partir da oficina ‘Perspectivas de formação de redes de pesquisa e ensino em Biodiversidade’, pesquisadores do IFAC, IOC, dos Programas de Pós-Graduação em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais e em Sanidade e Produção Animal Sustentável na Amazônia, do Programa de Pesquisa em Biodiversidade da UFAC e do Parque Zoobotânico da UFAC, Universidade Federal do Acre (UFAC), EMBRAPA e da Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (BIONORTE) demonstraram grande interesse na articulação de parcerias em rede. Foi sugerido e aprovado pelos representantes das instituições a formação de uma rede estadual inovadora, cujo nome, a princípio, seria BIOSAMA (Rede de Biodiversidade Saúde e Ambiente do Acre), que consolidaria as microrredes existentes. Credenciamento de orientadores do IOC em Programas de Pós-graduação da UFAC com coorientação dos recém doutores do IFAC, mapeamentos dos novos formados do IFAC por área de atuação e das microrredes de pesquisa estabelecidas durante o desenvolvimento das teses, assim como estudo para criação do primeiro bacharelado em Ciências Biológicas em Rio Branco foram alguns dos desdobramentos da reunião.

Dentre as diretrizes iniciais estabelecidas a partir da oficina ‘Perspectivas de formação de redes de pesquisa em Ensino de Ciências’, com a participação de especialistas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM), Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática (REAMEC), Universidade Federal de Rondônia (UNIR), além de IOC, IFAC e UFAC, ficou estabelecida a nucleação dos grupos de pesquisa da região para identificação das linhas de pesquisa em comum e a construção de um banco de dados com informações referentes aos pesquisadores da região. Também ficou definida a necessidade de elaboração de diretrizes para interiorização dos programas (ensino semi-presencial), potencializando o uso de plataformas colaborativas/compartilhadas de ensino a distância, assim como a realização de eventos regionais itinerantes dos Programas de pós-graduação da Amazônia.

Reportagem: Vinicius Ferreira, com informações da assessoria do IFAC
Colaboração: Lucas Rocha e Maíra Menezes
29/10/2018
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