Fiocruz
no Portal
neste Site
Fundação Oswaldo Cruz
Página Principal

Ambiente e Saúde na agenda do dia

Evento apresentou o perfil das atividades de Pesquisa e Ensino desenvolvidas pelo Instituto nesta interface, além de discutir estratégias para o fortalecimento da área

A intensa presença da temática de Ambiente e Saúde nas ações de Pesquisa e Ensino desenvolvidas no âmbito do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foi confirmada em levantamento sobre o assunto apresentado durante o ‘Seminário e oficina: ambiente e saúde no Instituto Oswaldo Cruz’, realizado no dia 4 de dezembro, no campus da Fiocruz em Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Promovido pela Câmara Técnica de Ambiente e Saúde do IOC [saiba mais sobre as Câmaras Técnicas]. O evento também discutiu estratégias para alavancar parcerias e fortalecer a área, além de elaborar uma matriz de forças e fraquezas, como parte do esforço de construção participativa do planejamento estratégico do Instituto no contexto de uma iniciativa chamada ‘VI Encontro do IOC’ [clique aqui para mais informações].

Foto: Josué Damacena

A relevância das questões ambientais para a saúde foi destacada pelo diretor do IOC, José Paulo Gagliardi Leite, na mesa de abertura

A mesa de abertura do seminário contou com a participação do diretor do IOC, José Paulo Gagliardi Leite; da coordenadora da Câmara Técnica de Ambiente e Saúde do Instituto, Tereza Favre; do assessor em Ambiente da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Guilherme Franco Netto; e do diretor do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia), Sérgio Luiz Bessa Luz. José Paulo enfatizou a relevância das temáticas ambientais para a saúde pública. “Atualmente, o conceito de saúde única, que integra o ambiente, a saúde humana e a sanidade animal, é fundamental para a promoção da saúde. Considerando o cenário brasileiro, marcado, por exemplo, pelo avanço do agronegócio, que traz implicações ambientais com consequências para a saúde pública, precisamos nos inserir cada vez mais nessa área e trabalhar em colaboração”, declarou.

Mapeamento de ações
Em sua palestra, Tereza Favre apresentou as atividades desenvolvidas pela Câmara Técnica de Ambiente e Saúde, reativada em 2017. Com o objetivo de mapear a atuação do IOC no campo, a Câmara conduziu uma pesquisa, baseada em questionários enviados aos 72 Laboratórios que compõem o IOC e em levantamento de dados pautado na análise no sistema de cadastramento da produção científica institucional – o Sistema Coleta. Dos 36 Laboratórios respondentes, 27 relataram a presença de temas ambientais em pesquisas conduzidas pela equipe. Biodiversidade, ecoepidemiologia e ecologia foram os temas apontados com mais frequência. Já por meio da análise da produção científica referente ao ano de 2017, foram identificados 123 projetos de pesquisa relacionados a questões ambientais. Considerando o período de 2013 a 2017, 432 artigos contendo palavras-chave do campo ambiental foram publicados pelos pesquisadores do IOC. Já nos programas de pós-graduação Stricto sensu do Instituto, em cinco anos, foram oferecidas 29 disciplinas e formados 250 mestres e doutores com dissertações e teses ligadas à área.

Foto: Josué Damacena

Tereza Favre apresentou dados que confirmam a competência estabelecida do IOC na área

“A partir dessas informações, queremos trabalhar para dar visibilidade a essa competência, alavancar parcerias e fortalecer as ações de pesquisa e ensino em ambiente e saúde”, ressaltou Tereza. Ela adiantou que uma das propostas da Câmara Técnica consiste na criação de uma disciplina transversal, que poderá ser oferecida para todos os programas de pós-graduação do Instituto, com abordagem ampla sobre o tema. “Essa disciplina pode contribuir para a construção de uma cultura de estudos em ambiente na formação dos estudantes, além de auxiliá-los a identificar potenciais parcerias”, afirmou.

Representando a Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Guilherme Franco Netto lembrou o caráter histórico das pesquisas ligadas ao ambiente na Fundação. Ele contou que, em breve, será lançada uma coletânea sobre estudos publicados desde o começo do século XX em temas como biodiversidade e saúde, clima e saúde, saúde do trabalhador e saneamento. Ele destacou, ainda, a atuação do IOC em projetos desenvolvidos em variados territórios, desde as comunidades do entorno do campus da Fiocruz no Rio de Janeiro às áreas remotas da Amazônia. “Na Vice-Presidência, temos trabalhado no Programa Institucional de Territórios Sustentáveis e Saudáveis, considerando que é fundamental compreender de maneira dinâmica as relações e os processos que se desenvolvem nos territórios. O desenvolvimento é pouco uniforme no Brasil. Por isso, temos muito a fazer. Iniciativas como a da Câmara Técnica de Ambiente e Saúde do IOC são muito relevantes para qualificar e dar maior potência ao trabalho”, pontuou.

Foto: Josué Damacena

Guilherme Franco Netto apontou caráter histórico das pesquisas em ambiente na Fiocruz

O projeto ‘Avaliação de integridade biológica de igarapés urbanos de Manaus, Amazonas’ foi tema da apresentação do diretor da Fiocruz Amazônia. Sérgio Luiz Bessa Luz ressaltou o aspecto colaborativo da iniciativa, que reuniu pesquisadores de diversas unidades da Fiocruz e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Desenvolvido entre 2003 e 2005, o trabalho investigou a composição da comunidade de macroinvertebrados – como moluscos e insetos aquáticos – e da microbiota – como bactérias e vírus – nas águas dos igarapés. O objetivo foi avaliar as condições ambientais desses ecossistemas, uma vez que os organismos são considerados indicadores biológicos de qualidade da água. Na primeira etapa do projeto, foram coletados 114 mil espécimes de 159 táxons, sendo encontrada em alguns pontos de coleta presença da bactéria Salmonella e de vírus associados a infecções gastrointestinais humanas. “Os igarapés percorrem a cidade de Manaus que tem apenas 1% de rede de coleta e nenhum tratamento de esgoto. Além de resultados relevantes para a saúde pública, o projeto resultou em publicações científicas e contribuiu para a formação de profissionais e a estruturação da Fiocruz Amazônia”, destacou Sérgio.

Planejamento estratégico
Como parte do esforço em curso no Instituto para elaboração do planejamento estratégico de forma participativa, no contexto do ‘VI Encontro do IOC’, o evento também contou com uma oficina. Na ocasião, foram discutidas as forças e fraquezas para a Pesquisa e o Ensino na área de Ambiente e Saúde. “Este foi um momento importante de discussão, em que pudemos ouvir a opinião de pesquisadores que atuam na área, ampliando o processo de escuta e elaborando coletivamente novas propostas para fortalecer as pesquisas e o ensino no campo”, comentou a pesquisadora Marize Miagostovich, integrante da Câmara Técnica de Ambiente e Saúde do IOC.

Reportagem: Maíra Menezes
Edição: Raquel Aguiar
11/12/2018
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

Versão para impressão:
Envie esta matéria:

Instituto Oswaldo Cruz /IOC /FIOCRUZ - Av. Brasil, 4365 - Tel: (21) 2598-4220 | INTRANET IOC| EXPEDIENTE
Manguinhos - Rio de Janeiro - RJ - Brasil CEP: 21040-360

Logos