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Lar da ciência e da natureza

Ladeada por áreas de extrema carência social e ambiental, campus da Fiocruz, no Rio de Janeiro, é pilar indispensável à preservação da biodiversidade e se torna ‘casa’ para diversas espécies, como as borboletas

Em meio ao caos urbano da movimentada Avenida Brasil, principal via da cidade do Rio de Janeiro com mais de 58km de extensão, os 800 mil metros quadrados do campus da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manguinhos, na Zona Norte, se destacam não somente por suas magníficas estruturas arquitetônicas, como a do Castelo Mourisco - tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) -, mas também por sua rica biodiversidade, se tornando inspiração para visitantes, funcionários e pacientes que transitam rotineiramente pelo local.

Atuando como uma espécie de refúgio para a fauna brasileira que resiste bravamente à destruição de seus habitats naturais devido ao intenso processo de urbanização do entorno, o campus é o local escolhido para ser a ‘casa’, por exemplo, de diversas espécies sensíveis, como mariposas e borboletas. Um estudo conduzido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ Fiocruz) revela que o terreno abriga, ao menos, 24 espécies de borboletas. “Estes são eficientes seres polinizadores. Podem ser pequenos em tamanho, mas são gigantes no quesito manutenção do ecossistema”, comenta Jane Costa, pesquisadora do Laboratório de Biodiversidade Entomológica do IOC e orientadora da pesquisa.

Josué Damacena

Exemplares de algumas espécies de borboletas capturadas no campus da Fiocruz, em Manguinhos (RJ): Opsiphanes cassie (cor marrom, ao centro) e Anartia jatrophae (cor clara)

Após um longo estudo, com a distribuição de armadilhas por seis pontos da Fundação, foi possível capturar mais de 80 exemplares de borboletas. “A partir de análises minuciosas, identificamos mais de duas dezenas de espécies. Tudo está catalogado no acervo da Coleção Entomológica do Instituto, um dos maiores da América Latina, com aproximadamente cinco milhões de insetos”, enfatiza Vanessa Lima, doutoranda do Programa de Medicina Tropical do IOC e coorientadora do projeto, conduzido por Gabriel Guimarães, que defendeu seu trabalho de conclusão de curso com o levantamento das borboletas, e hoje é aluno do curso de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), e Letícia Paschoaletto, aluna de Iniciação Científica que atua no Laboratório.

O resultado, que demonstra o imenso potencial entomológico existente no campus e reafirma a necessidade de preservá-lo, traz à luz outra curiosidade: com base na literatura entomológica, estima-se que exista uma grande diversidade de espécies noturnas da ordem Lepidoptera a serem estudadas e registradas no campus da Fiocruz - composta por borboletas e mariposas, esse grupo ocupa o posto de segunda maior ordem entomológica do planeta, no quesito diversidade de insetos. “O número de espécies de mariposas pode chegar a ser quase cinco vezes maior que o das borboletas, podendo existir mais de 100 espécies no campus”, enfatiza Jane.

Josué Damacena

Gabriel e Letícia: a beleza da ciência despertou nos jovens estudantes o desejo de permanecer na área

A partir da pesquisa, foram desenvolvidas atividades de divulgação científica destinadas aos diversos públicos que visitam a Fiocruz, como exposições, apresentações e cartilhas que enaltecem a relevância das borboletas para a preservação do ecossistema. A pesquisadora adianta que estão sendo desenvolvidos novos estudos sobre outras ordens de insetos do campus. “Sem dúvida, outros resultados tão empolgantes quanto o das borboletas estão por vir”, comemora.

Reportagem: Agatha Ariel
Edição: Vinicius Ferreira
04/02/2019
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