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Rumo aos 120 anos

Recital, homenagens, posse dos membros do Conselho Deliberativo e boas-vindas aos novos servidores marcaram as comemorações pelos 119 anos do Instituto

A programação com música e homenagens já seria o suficiente para alegrar as celebrações do aniversário de 119 anos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) durante a solenidade realizada no dia 24 de maio – em memória ao dia 25 de maio de 1900, data compartilhada pelo IOC e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) como marco do início das atividades ininterruptas na interface entre ciência e saúde pública. A surpresa ficou por conta do anúncio da criação do Dia Mundial da Doença de Chagas, aprovada pela Assembleia Mundial da Saúde: a notícia, enviada em primeira mão pela presidente Nísia Trindade Lima diretamente da sede da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra (Suíça), mobilizou os presentes. Numa sincronia afastada por um oceano de distância, a mensagem veio justamente no momento em que a cerimônia relembrava os 110 anos da descrição da doença pelo cientista Carlos Chagas [saiba mais sobre a data e confira os depoimentos de cientistas do Instituto sobre o tema].

Foto: Gutemberg Brito

"Não foram poucas as conquistas de nossos antecessores, como o combate à epidemia de peste bubônica e a descoberta de Carlos Chagas, a ‘tripanossomíase americana’", disse o diretor do IOC na abertura do evento

A celebração teve início com a apresentação da Camerata Jovem do Rio de Janeiro, grupo formado por crianças e adolescentes de comunidades do Rio. De Vivaldi a Beethoven, passando pelo popular samba brasileiro, o repertório empolgou e emocionou. A Camerata se apresentou de forma gratuita e recebeu doações para viabilizar a participação no Prêmio Suíço de Caridade 2019, no dia 24 de agosto, na Suíça. O diretor do IOC, José Paulo Leite, ressaltou o histórico de atuação do IOC na ciência e na saúde. “O IOC responde de maneira significativa às emergências sanitárias que desafiam a população brasileira desde a nossa origem. Não foram poucas as conquistas de nossos antecessores, como o combate à epidemia de peste bubônica e a descoberta de Carlos Chagas, a ‘tripanossomíase americana’, feito que teve grande reconhecimento científico internacional e este ano completa onze décadas. A notícia de criação do Dia Mundial da Doença de Chagas não podia ter chegado em melhor momento”, comemorou.

Foto: Marina Saraiva

De Vivaldi a Beethoven, passando pelo popular samba brasileiro, a apresentação da Camerata Jovem do Rio de Janeiro empolgou e emocionou os presentes

Representando a Presidência da Fiocruz no evento, o vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional, Mario Moreira, declarou ser uma honra fazer parte desse dia de celebração para o Instituto. “O IOC tem uma história que se confunde com a da Fiocruz e, inclusive, com a história da ciência no Brasil. O papel desse Instituto na construção do ambiente científico brasileiro, na capacitação de inúmeras pessoas, faz com que ele se destaque no cenário nacional e seja motivo de orgulho para todos os colaboradores da Fiocruz”, afirmou. “Este é um momento de celebrar o passado e pensar no futuro da instituição”, acrescentou.

Foto: Gutemberg Brito

O vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz, Mario Moreira, ressaltou o papel do IOC na construção do ambiente científico brasileiro

A posse dos novos membros do Conselho Deliberativo (CD) do Instituto foi um dos pontos de destaque na cerimônia. “Como parte fundamental da premissa de gestão participativa que rege o Instituto Oswaldo Cruz, o Conselho Deliberativo constitui a instância máxima de discussão e decisão no âmbito do IOC. Ao longo de abril e maio, foi realizado o processo eleitoral para escolha dos representantes de categorias e de laboratórios que terão direito a voz e voto nas sessões do Conselho”, explicou José Paulo. “Sejam bem-vindos os novos conselheiros. Estaremos juntos, discutindo e defendendo as cláusulas pétreas do IOC”, completou o diretor, que preside as reuniões do Conselho.

Logo em seguida à posse, o Conselho recebeu sua primeira tarefa: foi realizada a entrega simbólica aos conselheiros do documento parcial resultante do VI Encontro do IOC. O documento sintetiza propostas de ação prioritárias para nortear a ação institucional, a partir de um amplo processo de participação coletiva [clique aqui para saber mais]. "A importância desta construção coletiva evidencia o quanto as pessoas que constituem o mosaico institucional estiveram receptivas e construtivas, vislumbrando cenários positivos em um contexto com condições tão adversas. Em nome da Diretoria, agradeço a todos os envolvidos e, em particular, à Comissão Organizadora por todo trabalho desempenhado ao longo dos últimos doze meses", destacou José Paulo.

Foto: Gutemberg Brito

José Paulo agradeceu a todos os envolvidos no VI Encontro do IOC e, em particular, à Comissão Organizadora pelo trabalho desempenhado ao longo dos últimos doze meses

A programação também contou com as boas-vindas aos servidores recentemente incorporados ao quadro de trabalhadores. A vice-diretora de Desenvolvimento Institucional e Gestão, Wania Santiago, saudou os profissionais. “Somos uma instituição centenária, que carrega em sua história a marca da saúde pública. Então, ser servidor desta casa agrega uma importância ainda maior ao significado de servir ao público”, destacou. “Que este seja apenas o passo inicial de uma trajetória repleta de oportunidades, grandes experiências e sucesso”, desejou.

Também houve espaço na cerimônia para uma série de homenagens aos aniversários comemorados em 2019. O primeiro ponto de destaque ficou por conta dos 110 anos da descrição da doença Chagas – aclamada com uma salva de palmas ao cientista Carlos Chagas. O agravo é, ainda hoje, um dos principais temas de investigação científica e de formação de recursos humanos especializados no Instituto. Em seguida, foi homenageado o aniversário de 110 anos da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz – que, atualmente, constitui uma das revistas científicas mais reconhecidas do mundo nos campos da medicina tropical – ocupando o 4º lugar entre 20 publicações especializadas – e parasitologia – com a 11º colocação entre 37 revistas [saiba mais].

Foto: Gutemberg Brito

O editor da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz sintetizou com três palavras a trajetória de 110 anos do periódico: responsabilidade, desafio e sucesso

O editor da revista, Adeilton Brandão, sintetizou com três palavras a receita desta trajetória: responsabilidade, desafio e sucesso. “A revista faz parte de um seletíssimo grupo de periódicos no mundo que dissemina ciência e que ultrapassa a marca dos 100 anos de publicação. É uma responsabilidade pelo legado de competência, eficiência e de simbolismo que temos que levar adiante”, destacou. Entre os muitos desafios, Adeilton pontuou o de manter a revista atual em um cenário de novos paradigmas para os padrões editoriais e científicos tradicionais. “E, por fim, tudo isso é um privilégio, porque quem criou a revista e a conduziu em seu início foram duas figuras absolutamente extraordinárias, Oswaldo Cruz e Carlos Chagas, além dos outros que seguiram. Então, olhar para essas personalidades, ver o que elas fizeram e, sobretudo, como essa revista se consolidou, além da responsabilidade e do desafio é um enorme privilégio”, finalizou.

Criada no contexto da descoberta da doença de Chagas e impulsionada pela incorporação do cientista Hermann Lent na década de 1930, a Coleção de Triatomíneos do IOC também completa 110 anos em 2019. A vice-diretora de Laboratórios de Referência e Coleções Biológicas do IOC, Elizabeth Rangel, entregou a homenagem ao curador, José Jurberg, destacando o protagonismo do cientista na manutenção do acervo, inclusive durante o período da ditadura militar, quando este e outros acervos ficaram sob risco. “Ele lutou para preservar essa Coleção que é um orgulho para todos nós. É um mérito de José Jurberg, com a ajuda de tantas diretorias, mas também com um esforço muito pessoal”, afirmou Elizabeth [leia mais sobre os 110 anos da Coleção de Triatomíneos].

Foto: Gutemberg Brito

A vice-diretora de Laboratórios de Referência e Coleções Biológicas do IOC, Elizabeth Rangel, reconheceu o empenho do pesquisador José Jurberg na preservação da Coleção de Triatomíneos do IOC

Também foram conferidas homenagens a iniciativas no campo do Ensino. A Pós-graduação Stricto sensu em Biologia Celular e Molecular foi reconhecida pelas três décadas de existência, com mais de 1.200 alunos formados. Para a coordenadora do Programa, Leila de Mendonça Lima, os programas de pós-graduação são peça fundamental da produção científica do Instituto. “Boa parte das pesquisas desenvolvidas nos Laboratórios do Instituto é fruto das dissertações e teses dos programas de pós-graduação. O Ensino é parte integrante da produção científica do IOC”, sentenciou. [saiba mais sobre os 30 anos do Programa].

Ao receber a homenagem pelos 15 anos do Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Ensino em Biociências e Saúde, atualmente com conceito 6 pela Capes, a coordenadora Tania Araújo-Jorge, lembrou a trajetória do programa. “Não foi um processo simples ou fácil, mas foi delicioso de se fazer, com o apoio de todo o Instituto e de todas as diretorias ao longo desses 15 anos”, disse, acrescentando um reconhecimento ao empenho dos alunos e docentes.

Foto: Gutemberg Brito

Durante o evento comemorativo também foram conferidas homenagens a iniciativas no campo do Ensino

Completando 25 anos de atividades, os cursos de especialização Lato sensu em Entomologia Médica e em Malacologia de Vetores também foram homenageados. Ao receber a placa comemorativa, o coordenador do curso de Entomologia Médica, Anthony Érico Guimarães, homenageou o pesquisador Rubens Pinto de Melo, criador da iniciativa. “Além de ter sido o mentor, o professor Rubens até hoje organiza o curso, contata professores e deve ser homenageado”, finalizou. “Eu apenas arregimento os especialistas em cada campo da Entomologia e tenho tido sorte, porque todos colaboram. Agradeço a todos”, completou Rubens Pinto de Melo. Na homenagem ao Curso de Especialização em Malacologia, a coordenadora Silvana Thiengo lembrou a trajetória de superação. “Quem criou o curso foi Pedro Jurberg e Júlio Vianna foi primeiro coordenador. Desde então venho tocando o curso, com todas as dificuldades que os colegas conhecem. Então, me sinto muito agradecida e muito honrada” disse.

“Concluída a nossa celebração de 119 anos, começa a correr o relógio para o muito emblemático aniversário de 120 anos do Instituto e da Fundação Oswaldo Cruz. Mais uma vez, estaremos reunidos ao redor do conceito que anima esta casa desde 1900: a dedicação à ciência, com rigor técnico, antenada com a saúde pública e comprometida de forma integral com a sociedade”, sintetizou o diretor do IOC.

Reportagem: Kadu Cayres e Marina Saraiva
Edição: Raquel Aguiar
28/05/2019
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