Publicada em: 05/06/2019 às 09:01 |
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Mais de 120 genomas completos de dengue, Zika e chikungunya Sequenciamento de amostras da região Centro-Oeste vai contribuir para identificar a origem dos vírus, a data de entrada em território nacional e calcular a possibilidade de novos surtos
Um feito inédito na ciência mundial. Em apenas 15 dias, um projeto itinerante de sequenciamento genético liderado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) gerou 126 genomas completos de vírus responsáveis por grandes surtos no país, sendo 69 de dengue, 34 de chikungunya e 23 de Zika. As amostras são provenientes de pacientes infectados na região Centro-Oeste do país. A equipe também coletou mais de 2.700 mosquitos de 19 espécies, em sua maioria, Aedes aegypti, Aedes albopictus e Culex quinquefasciatus. Os insetos estão sendo analisados. Os especialistas integram o projeto “ZIBRA 2: mapeamento genético do Zika e outros arbovírus no Brasil”, que conta com o financiamento do Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT) e da Secretaria de Vigilância e Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Os dados foram divulgados recentemente em reunião no escritório da OPAS, em Brasília. Confira, abaixo, a videorreportagem. Munidos de uma tecnologia inovadora de sequenciamento genético que cabe na palma da mão, o grupo, composto por pesquisadores nacionais e internacionais, percorreu mais de 12 mil quilômetros entre os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Em parceria com a Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública do Ministério da Saúde (CGLAB/SVS/MS) e com os Laboratórios Centrais de Saúde Pública, os LACENs, dos quatro estados, a iniciativa teve acesso a cerca de 360 amostras. Os números finais com todos os detalhes gerados a partir dos sequenciamentos serão divulgados em breve em um artigo científico.
Foto: Gutemberg Brito
A decodificação das amostras foi realizada por meio de um pequeno e moderno equipamento portátil para sequenciamento genético O coordenador geral de Laboratórios de Saúde Pública da Secretaria de Vigilancia e Saúde do Ministério da Saúde, André Luiz de Abreu, ressaltou a importância do projeto. “Com a incorporação da vigilância genômica para outras áreas da vigilância laboratorial poderemos fornecer uma resposta de laboratório com muito mais substância, com muito mais teor para as ações que a vigilância em saúde, vigilância epidemiológica, imunização e entomologia precisam. Isso muda o patamar da vigilância laboratorial”, enfatizou. A iniciativa O projeto contou com 13 especialistas, incluindo pesquisadores do IOC/Fiocruz, Instituto Evandro Chagas (IEC), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Birmingham e Universidade de Oxford, ambas da Inglaterra, Universidade de KwaZulu-Natal, da África do Sul, LACEN de Minas Gerais, Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazonas) e Hemocentro de Ribeirão Preto. O ZIBRA teve início em 2016, após a decretação da emergência sanitária provocada pelo vírus Zika. Após atuarem nas regiões Norte (Amazonas e Roraima), Nordeste (Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Bahia) e Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), além das atividades no Paraguai e em Angola, os cientistas já conseguiram realizar o sequenciamento completo de 203 genomas do vírus Zika, 260 de febre amarela, 154 de chikungunya e 129 de dengue. Reportagem: Vinicius Ferreira 05/06/2019 Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz) |
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