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Iniciado curso de Mestrado em Ciências da Saúde da Fiocruz em Moçambique

"É preciso sonhar. Pessoas e países só avançam se forem capazes de sonhar. E hoje estamos aqui concretizando um desses sonhos, que foram sonhados por países e pessoas: o curso de Mestrado em Ciências da Saúde que a Fiocruz e o Instituto Nacional de Saúde estão oferecendo aos profissionais de saúde de Moçambique.” Essas foram palavras emocionadas do Ministro da Saúde de Moçambique, Dr. Ivo Garrido, na cerimônia de abertura do novo Mestrado que o Instituto Oswaldo Cruz, pela Fiocruz, e o Instituto Nacional de Saúde (INS) de Moçambique, pelo Ministério, viabilizaram em Maputo. Com grande carga ideológica, situando o papel que o curso terá para o país, Garrido também comentou: Paulo Buss é um homem de palavra. Quando conversamos no Brasil em janeiro ele disse que o curso começaria em março e de fato estamos iniciando as aulas hoje, 31 de março de 2008. No evento, além do Ministro da Saúde, estavam também presentes e fizeram seus comentários: o ministro do estado de Moçambique de Ciência e Tecnologia (Dr. Venâncio Massingue), o representante do embaixador do governo brasileiro (Dr. Francisco Luz), o diretor do INS (Dr. João Fumane), o secretário geral para recursos humanos do Ministério da Saúde (Dr. Antônio Mussa), o coordenador do curso em Moçambique (Dr. Ilesh Jani), o diretor do Centro de Desenvolvimento de Recursos Sanitários (Dr. Moises Matzvilla), onde o curso será realizado, o diretor da Faculdade de Medicina de Maputo, os professores africanos, os alunos selecionados para a primeira turma e três representantes da Fiocruz: Maria do Carmo Leal, vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação, Tania Araújo-Jorge, diretora do IOC, e Wilson Savino, coordenador do curso no Brasil. A imprensa local cobriu o evento, que foi transmitido em cadeia nacional nos telejornais do dia com grande repercussão local. Uma beleza e um orgulho!

A primeira turma do curso de Mestrado em Ciências da Saúde realizado pela Fiocruz em Moçambique posa para a foto histórica junto com Tania Araújo-Jorge, Maria do Carmo Leal (primeira fila à esquerda) e Wilson Savino (primeiro à direita), representantes da Fundação na aula inaugural

Parceria e cooperação são os termos que melhor definem essa nova experiência de ensino da Fiocruz. Parceria, por decisão de Governo, como lembrou Maria do Carmo em seu discurso na cerimônia de abertura: apoiar a África de língua portuguesa é uma decisão do governo Lula, que associa inclusive auto-estima nos próprios cidadãos brasileiros, já que somos, em grande parte, também originários da África. Cooperação por ação institucional da Fiocruz, pois com a decisão de governo tomada inscrevemos como meta do Plano Quadrienal nas Ações de Ensino a extensão do Mestrado e Doutorado da Fiocruz para alunos africanos. Paulo Buss e Maria do Carmo buscaram ativamente interlocutores e parceiros em Moçambique, sendo muito felizes em identificar pessoas como Garrido e Fumane, que tiveram a necessária vontade política de viabilizar o curso e a sabedoria de indicar Dr. Ilesh Jani como coordenador local. Cooperação também marca a ação da direção do IOC e dos coordenadores dos seus quatro Programas de Mestrado e Doutorado, que decidiram apoiar essas ações e tomaram para si a tarefa de visitar Maputo e identificar os potenciais colaboradores locais. Ao todo foram realizadas cinco missões de trabalho antes dessa que abriu oficialmente o curso. Em trabalho coletivo de todos os envolvidos, financiamentos foram captados com a Agência Brasileira de Cooperação, com a Capes e com CNPq (através do programa Pró-Africa). Reuniões de trabalho foram feitas com Garrido e Fumane, identificando temas prioritários para Moçambique e que deverão ser objeto das próprias dissertações de Mestrado, bem como viabilizando a infra-estrutura local necessária para realizar o curso. No IOC, o Colegiado do curso foi composto e trabalhou para detalhar o desenho curricular do Mestrado e seu cronograma de implantação. O Conselho Deliberativo do IOC foi consultado e apoiou a iniciativa, orientadores potenciais foram contatados, Savino aceitou o convite para ser o coordenador pelo lado brasileiro, e o IOC estava pronto para iniciar o processo. Edital lançado, prova escrita realizada, entrevistas com os candidatos e, ao final do processo, o IOC tem quinze novos mestrandos africanos, 3 homens (Rafael, Ângelo e Kenyssony) e 12 mulheres (Alice, Amina, Ana, Cinthia, Emilita, Graça, Helena Chavale, Helena Correia, Nádia, Noorbebj, Raquel e Verônica). Nomes para registrar, a primeira turma internacional de mestrado do IOC. Um panorama geral sobre a Fiocruz e sobre o IOC foi feito por Maria do Carmo e por Tania, respectivamente, estimulando-os a completar a fase de disciplinas, de qualificação de projeto de mestrado (em Maputo) e experimental de tese, que será feita em Maputo e no Brasil.

Qual o significado dessa iniciativa para a África? Para Moçambique? Para a Fiocruz? Para o IOC? A emoção da cerimônia de inauguração do curso nos permite apenas imaginar que será enorme, e que ainda não temos a dimensão completa do seu alcance. Aqueles amigos moçambicanos estão depositando confiança em nossa capacidade de cooperar ativamente na formação de quadros de qualidade para o sistema de saúde de Moçambique, formar pesquisadores que serão a base de Laboratórios de Referência Nacional e Continental de Saúde Pública, que possam vir a atuar nos problemas de saúde locais e serem formadores de qualidade de mais quadros de qualidade. Não é e nem será pouco trabalho. E a julgar pelo enorme entusiasmo de todos no evento de abertura do curso, já podemos apostar que teremos sucesso na empreitada. Desde que chegamos à África, no último domingo, todos os dias celebramos as conquistas que começaram a se acumular. E tudo correu super bem nos primeiros cinco dias, com as aulas dadas tanto por nós três, os brasileiros que tiveram o privilégio de participar desse momento histórico, como por Gerito, nosso colega moçambicano que é o responsável pelo primeiro módulo do programa curricular. Lavamos a alma, e regressamos muito contentes. Todos os que estão engajados no curso, no Brasil e em Moçambique estão de parabéns pela ousadia, pela coragem e pela determinação em fazer desta uma experiência de grande sucesso.

Rio de Janeiro, 6 de abril de 2008

Tania Araújo-Jorge, Maria do Carmo Leal e Wilson Savino

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