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Nova espécie de borrachudo identificado em Minas Gerais é nomeado em homenagem a pesquisadora

Batizado de ‘Simulium maiaherzogae’, nome presta reconhecimento à carreira científica de Marilza Maia Herzog

A descoberta de uma nova espécie de inseto é, em geral, motivo de alegria. Além da importante contribuição científica no registro da biodiversidade do planeta, é também uma oportunidade única de deixar marcado na história um tributo àqueles que tanto inspiram.

Em um achado inédito de insetos da família Simuliidae, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) realizaram uma homenagem à trajetória científica de Marilza Maia Herzog, chefe do Laboratório de Simulídeos e Oncocercose da unidade.

Batizado de Simulium maiaherzogae, o inseto pertence ao subgênero Trichodagmia — que abriga as principais espécies de borrachudos de importância médica no Brasil. O artigo com a descrição do achado foi publicado na revista científica Acta Tropica.

De acordo com os autores, a escolha do nome é um reconhecimento ao pioneirismo de Marilza nos estudos sobre a diversidade Simuliidae e a relação desses seres com a transmissão de doenças no Brasil.

“Essa homenagem é uma forma de agradecer pela atuação da cientista na estruturação e manutenção da Coleção de Simulídeos do IOC, além de sua importância na formação de pesquisadores na área de entomologia médica, ao longo dos seus 40 anos de carreira”, explicam.

Foto: Reprodução (IOC/Fiocruz)

Visão lateral de um espécime macho de 'Simulium maiaherzogae'


Os pesquisadores definiram caracteres exclusivos da espécie para todos os estágios de desenvolvimento: larva, pupa, macho e fêmea. Os espécimes foram coletados nos campos rochosos de Conceição de Ibitipoca, no estado de Minas Gerais.

Além da análise morfológica, também foi utilizada microscopia eletrônica de varredura para a análise de imaturos, método ainda pouco empregado para a descrição de espécies do grupo e que se revelou importante para diferenciação das espécies próximas nestas fases de desenvolvimento.

O estudo é o primeiro registro de espécies de simulídeos para campos rupestres nas cabeceiras do Rio Paraibuna, bacia do Paraíba do Sul, em Minas Gerais. “Os planaltos do sudeste do Brasil, embora de reconhecida relevância para a biodiversidade, ainda representam importantes lacunas amostrais para nossas coleções biológicas”, apontam os autores.

Assinam o artigo Arion Tulio Aranda, Óscar Sánchez Molina e Fabiana Gama Chimes, do Laboratório de Simulídeos e Oncocercose do IOC, e Victor Py-Daniel, da Universidade de Brasília (UnB).

Pesquisadores lembram parceria com colega
Vítima da Covid-19, o último autor do artigo, Victor Py-Daniel, pesquisador associado da UnB, faleceu dias antes da publicação do achado. Sua contribuição científica é apreciada pelos seus parceiros de pesquisa do IOC com quem trabalhou na atual descoberta e em outros projetos.

“Ele também foi um dos pioneiros nos estudos da diversidade dos simulídeos e a relação com doenças na Amazônia. Victor foi autor de 26 espécies e 5 gêneros. Grande apaixonado pelos Yanomamis e entusiasta de sua cultura, a quem dedicou grande parte de sua vida acadêmica, incluindo projetos de etnoecologia”, destacam.

Reportagem: Max Gomes
Edição: Vinicius Ferreira
23/08/2021
Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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