Publicada em: 11/12/2008 às 17:05
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Aprenda a prevenir a dengue combatendo focos do mosquito
Jornalismo

Reconheça as larvas do Aedes aegypti: elas fogem da luz
O A. aegypti tem fotofobia (grande aversão à luz). Diferentemente das larvas de outros mosquitos urbanos, as formas imaturas do A. aegypti fogem da luz. Quando estiver em dúvida se a larva encontrada é mesmo do A. aegypti, ilumine o recipiente com uma lanterna: se as larvas fugirem, são provavelmente do vetor da dengue. O mosquito adulto também tem esta característica e é muito arisco, se desloca com muita velocidade quando há mudança brusca de iluminação sobre o local onde esta pousado ou picando.

Gutemberg Brito

 

 As larvas do mosquito têm fotofobia: ao iluminar o recipiente com luz, elas se acumulam nos cantos mais escuros 

O mosquito está dentro de casa: embaixo da mesa e atrás da cortina
O A. aegypti é doméstico: ele vive dentro da casa das pessoas ou dos ambientes de trabalho. Ao contrário de mosquitos silvestres, ele não vive em locais de mata ou plantações afastadas mais de 100m das casas. Dentro do ambiente doméstico, os mosquitos adultos são encontrados com freqüência em lugares como atrás de cortinas, em nichos de estantes e embaixo de mesas e cadeiras.

Eliminação de criadouros: trocar a água e esfregar as paredes de recipientes pelo menos uma vez por semana
Eliminar focos de água parada é fácil: desobstruir calhas, eliminar lixo a céu aberto que possa acumular água são medidas simples que podem e devem ser realizadas todos os dias. Mas o que fazer com recipientes que não podem ser eliminados, mas que podem se tornar importantes reservatórios do A. aegypti, como caixas d’água, tambores e tonéis, ou mesmo pratinhos de plantas?

Primeiramente, as caixas d’água e tonéis devem ser vedados (não apenas tampados, mas totalmente vedados, já que o A. aegypti consegue entrar mesmo em fendas e frestas muito pequenas para depositar seus ovos). Para os pratinhos dos vasos de plantas e qualquer outro reservatório de água que não possa ser eliminado, o importante é trocar a água e lavar, com palha de aço ou escova de pelos duros, as paredes do recipiente, no mínimo uma vez por semana.

 Gutemberg Brito

 

É necessários lavar as paredes do depósito de água nos pratinhos e nos vasos das plantas uma vez por semana para garantir a eliminação do vetor

É fácil entender o motivo: os ovos não são depositados sobre a superfície da água
A fêmea do A. aegypti coloca seus ovos nas áreas úmidas da parede do depósito, junto à superfície. Eles ficam, por exemplo, grudados nas paredes dos vasos de plantas ou das caixas d’água, onde podem permanecer por até um ano. Por isso, é indispensável limpar as paredes dos recipientes onde os ovos possam estar grudados.

Saber de quanto em quanto tempo é preciso realizar a limpeza também é fácil
Desde a eclosão do ovo (quando ele rompe para virar uma larva) até o surgimento de um mosquito adulto são necessários cerca de dez dias, em condições ambientais favoráveis. Esse desenvolvimento pode ser influenciado por diversos fatores, como quantidade de alimento disponível no criadouro, densidade da população de larvas e temperatura (o aumento da temperatura acelera o processo, o que é comum no Rio de Janeiro).

Por isso, se a troca da água acompanhada de lavagem do recipiente for realizada uma vez por semana, mesmo que esteja muito quente, o ciclo de vida do mosquito será interrompido. Uma dica é definir um dia na semana para realizar a troca de água e a lavagem dos reservatórios que não podem ser eliminados. Fixar este compromisso semanal com a saúde torna mais fácil e eficiente o combate à dengue.

Caixas d’água e tonéis são os criadouros que geram maior número de mosquitos: o importante é vedá-los completamente
Pesquisas realizadas pelo IOC em diversos bairros do Rio de Janeiro indicam que os grandes reservatórios, como caixas d’água e tonéis, são os criadouros que geram maior número de mosquitos. Por isso, é fundamental vedar totalmente esses focos altamente produtivos e perigosos – sem descuidar dos pratinhos de planta, calhas e outros recipientes menores que também podem acumular água.

 Gutemberg Brito/IOC

 

 Grandes reservatórios, como caixas d'águas e tonéis, são os criadouros preferidos do mosquito. Pequenos recipientes, porém, como vasos de planta, também exigem cuidado.

 

Cuidado o ano inteiro: o ovo do A. aegypti sobrevive até 450 dias
Na natureza, os ovos do A. aegypti podem sobreviver até 450 dias fora d’água. Esta sobrevivência aumenta de acordo com a umidade relativa do ar. Por isso, a troca de água de recipientes que não podem ser eliminados, como pratinhos de plantas, deve ser acompanhada de lavagem das paredes do reservatório. Este processo deve ser realizado semanalmente, com escova ou palha de aço, para que o ciclo de vida do mosquito seja interrompido. É muito importante eliminar os focos da dengue o ano inteiro.

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12/12/08

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).


 


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