Publicada em: 29/04/2010 às 19:32 |
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Incidência de câncer de colo de útero em mulheres vivendo com HIV é tema de conferência A infecção por HIV como um dos fatores que poderia aumentar o potencial de desenvolvimento de câncer de colo de útero em mulheres infectadas com papilomavírus humano (HPV) foi um dos temas abordados no Simpósio Internacional de Pesquisa em HPV, realizado pela Fiocruz no Rio de Janeiro. O tema foi abordado pelo pesquisador Howard Strickler, do Departamento de Epidemiologia e Saúde da População do Albert Einstein College of Medicine, em conferência proferida em 29/04.
Gutemberg Brito
Estudo apresentado pelo pesquisador Howard Strickler evidenciou uma relação entre a imunossupressão e o risco de desenvolvimento do HPV Strickler analisou a distribuição geográfica do HIV e do HPV no mundo. Os dados apontam uma sobreposição das infecções, com altos índices na África subsaariana, outras proções do continente africano e na América Latina, evidenciando algum tipo de relação entre as doenças. Em números gerais, a incidência de câncer de colo de útero em mulheres vivendo com Aids é dez vezes maior do que em mulheres não infectadas. Já o índice de desenvolvimento de doenças cervicais é cinco vezes mais elevado em mulheres vivendo com HIV. Sobre o desenvolvimento de vacinas, o pesquisador avaliou os benefícios da vacinação de mulheres adultas que vivem com HIV e considerou os resultados, no mínimo, incertos. “Em mulheres mais velhas e com vida sexual ativa há mais tempo e, consequentemente, com grande exposição ao HPV, a vacina não deverá ser muito eficiente. O método parece mais efetivo em mulheres com HIV que ainda não tenham iniciado sua vida sexual e, mesmo entre elas, a vacina teria que incluir uma grande diversidade de tipos de HPV, uma vez que, nesses casos, outros subtipos do vírus são importantes, além dos comumente relacionados ao câncer cervical no restante da população”, acredita. O pesquisador também apresentou um estudo que relacionou os casos de HPV em pacientes vivendo com Aids à reincidência de infecções antigas. A relação da doença com a transmissão sexual, no entanto, também foi evidenciada, pela suscetibilidade a novas infecções. “A dificuldade de tratamento e os índices de recorrência mostram que, para mulheres adultas vivendo com HIV, o monitoramento epidemiológico e o tratamento efetivo continuam a ser as melhores formas de prevenir o desenvolvimento dos cânceres relacionados ao HPV”, opinou. “Por isso, acredito que os clínicos deveriam concentrar-se na prevenção do câncer e não na tentativa de cura. Nesse grupo, a recorrência, em geral, causa infecções de baixo grau e o objetivo do tratamento deveria ser dar qualidade de vida a essas pessoas”, completa. : : voltar para Especial Simpósio Internacional de Pesquisa em HPV Marcelo Garcia 29/04/10 Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz). |
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