110 anos: Uma cerimônia marcada pela emoção
O aniversário de 110 anos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), na manhã de 25 de maio, contou com uma vasta programação de comemoração, que incluía homenagens a antigos funcionários ainda em atividade, conferência sobre cooperação internacional em saúde, lançamento de um vídeo comemorativo, premiação do concurso de fotografias e abertura da exposição Instantâneos da Ciência.
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Gutemberg Brito |
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Presente às comemorações, Paulo Gadelha, presidente |
Presente e futuro
Abordando o presente do Instituto e da Fiocruz, na mesa de abertura da cerimônia, o presidente da Fundação, Paulo Gadelha, enalteceu a importância do Instituto para o país e defendeu a necessidade constante de prospecção do futuro. A seu ver, o atual protagonismo do Brasil no cenário mundial é uma grande janela de oportunidade para a Fiocruz e suas Unidades. “O passado pode nos ajudar a pensar e a nos prepararmos para o futuro. Estamos num cenário de grandes mudanças no campo da saúde e com estas mudanças surgem novos desafios e oportunidades”, comentou.
Em seguida, a diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, apresentou conquistas recentes do IOC, como a produtividade científica crescente – em quantidade e qualidade – de seus laboratórios, o aumento do fator de impacto da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, a realização de fóruns colegiados entre discentes e docentes para o debate das ações do Instituto e a consolidação das Áreas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do IOC. Ela também pontuou alguns desafios a serem enfrentados pelo Instituto neste e nos próximos anos, como a estabilização do quadro de profissionais, o apoio à implantação do sistema de qualidade do IOC em todos os laboratórios, a modernização dos pavilhões mais antigos e o fortalecimento do Núcleo de Inovação Tecnológica.
Para acompanhar os debates atuais na área de ciência, tecnologia e saúde e lutar por políticas públicas específicas, como para o fomento e manutenção de coleções científicas, Tania destacou a presença de uma delegação de oito profissionais do IOC na 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que acontece em Brasília de 26 a 28 de maio.
Fronteiras
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Gutemberg Brito |
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Paulo Buss defendeu que o IOC e outras unidades da Fiocruz podem ser modelos para a criação de instituições em outros países |
O ex-presidente da Fiocruz e atual diretor do Centro de Relações Internacionais em Saúde (CRIS) da Fundação, que, em 22 de maio, em Genebra, foi eleito vice-presidente do Comitê Executivo da Organização Mundial da Saúde, mostrou um amplo quadro do contexto da saúde mundial, tratando desde o vínculo entre saúde e desenvolvimento até a repercussão da crise econômica mundial sobre o financiamento da saúde, passando pelo crescimento da cooperação entre países do hemisfério Sul e de arranjos regionais de cooperação inter-países, como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
Neste contexto, ele destacou o papel do IOC, citando a iniciativa do Instituto de criação do Programa de pós-graduação em Ciências da Saúde, em Moçambique, para defender um modelo alternativo de cooperação internacional em saúde. “Precisamos de um modelo de cooperação estruturante, que capacite as pessoas localmente, que melhore a gestão na área e que fortaleça e crie instituições como o IOC e a ENSP em países com menor desenvolvimento científico que o nosso”, defendeu.
Segundo ele, a frente do CRIS, são muitas as indagações de outros países de como eles podem desenvolver as áreas de helmintologia, medicina tropical e biossegurança, exemplificou. “Não precisamos ir longe para saber que estas questões estão diretamente ligadas à Fiocruz e ao IOC”, comentou.
Homenagens
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Gutemberg Brito |
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O pesquisador Leon Rabinovitch, no IOC desde 1963, recebe a medalha das mãos da diretora Tania Araújo-Jorge |
O evento contou com a entrega de medalhas comemorativas dos 110 anos a antigos funcionários e ex-diretores do IOC e também a pesquisadores do IOC que tiveram o privilégio de ocupar o cargo de presidente da Fiocruz. (Leia mais no site comemorativo 110 anos de histórias)
Um dos pesquisadores que fez e faz a história no IOC e que infelizmente não pode comparecer à homenagem, Wladimir Lobato Paraense, em seu depoimento, simboliza a alegria dos homenageados por serem parte do IOC. “Sou do quadro do IOC desde 1942, mas cheguei antes por aqui. Os princípios de Oswaldo Cruz, que estimulava a busca de uma boa base teórica, foram fundamentais para mim.”
Também receberam a medalha dos 110 anos o atual presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, a vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência, Claude Pirmez, e o ex-presidente da Fundação, Paulo Buss.
Instantâneos
A mostra Instantâneos da Ciência, apoiada pelo CNPq e inaugurada durante as comemorações dos 110 anos do IOC, está dividida em quatro painéis, cada um para uma das quatro categorias do concurso Instantâneos da Ciência, realizado entre março e maio deste ano: Observações Científicas, Tradição e Modernidade, Retratos de Campo e Vetores do Brasil.
As 39 imagens escolhidas pela comissão avaliadora valorizam a fotografia como importante linguagem de registro e comunicação da ciência e apresentam a grande produção de fotos desenvolvida nos laboratórios do Instituto e nas atividades de campo de seus pesquisadores.
A exposição, montada inicialmente no Pavilhão Arthur Neiva, circulará por outros Pavilhões do Instituto.
Durante as comemorações, foi realizada a premiação dos vencedores de cada categoria e a entrega dos certificados para os selecionados no concurso. (Leia mais em Exposição fotográfica comemora os 110 anos do IOC)
Imagem e som
A história do IOC foi abordada também pela apresentação de um vídeo institucional dos 110 anos. Mesclando a história do IOC, desde sua construção e seus objetivos e conquistas iniciais, como a descoberta da doença de Chagas, e feitos mais recentes, como o isolamento pioneiro do vírus da Aids no país e dos sorotipos 1, 2 e 3 do vírus da dengue circulantes no território nacional, o vídeo mostrou um panorama abrangente da vida no Instituto.
25/05/10
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