Publicada em: 21/09/2010 às 17:05 |
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Exposições, palestras e apresentação musical abrem o Ciência e Arte 2010 Ciência e arte juntas em uma semana de exposições, palestras, rodas de conversa, vídeos-debate, oficinas de criatividade, espetáculos, mostra livre de trabalhos e um festival com atividades interativas. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e o Museu da Vida (da Casa de Oswaldo Cruz - COC/Fiocruz) iniciaram nesta segunda-feira, 22/09, as atividades do simpósio Ciência e Arte 2010: 10 anos de Ciência e Arte nos 110 anos da Fiocruz. O primeiro dia de Ciência e Arte foi marcado pela inauguração do Acervo Artístico da Fiocruz, localizado no Castelo da Fiocruz (Manguinhos – RJ), que conta com mais de dois mil itens ligados à história da ciência e da saúde, além das exposições Mundo Invisível: uma história da microscopia e Micrographia: Admirável mundo novo. ‘Mundo Invisível’ faz uma viagem pela história do instrumento que se tornou um dos ícones da ciência: o microscópio. A viagem termina nos dias atuais, marcados por importantes avanços na microscopia. A exposição conta com equipamentos das mais diversas épocas, com destaque para a réplica de um dos primeiros exemplares da história, desenvolvido por Leeuwenhoek. Em ‘Micrographia’, o personagem central ainda é o microscópio, mas, desta vez, ele é apresentado pelas lentes do polêmico Robert Hooke, que teve papel fundamental no desenvolvimento da microscopia.
Gutemberg Brito A exposição faz uma viagem pela história do instrumento que se tornou um dos ícones da ciência: o microscópio Convergência de perspectivas Na abertura do evento, o presidente da Fiocruz Paulo Gadelha ressaltou as iniciativas realizados pelo IOC/Fiocruz no sentido de reunir Ciência e Arte. Para ele, cada relação firmada entre ciência e arte significa que a Fiocruz está atendendo os valores de sua matriz original, proporcionando a popularização do conhecimento e a educação em saúde. Gadelha destacou ainda que o próprio Castelo, que abrigou uma escola de medicina experimental, é uma mensagem de síntese entre ciência e arte que Oswaldo Cruz quis transmitir. A diretora do IOC Tania Araújo-Jorge falou sobre os dez anos dos cursos de Ciência e Arte no IOC. Ela destacou que o curso de especialização surgiu a fim de construir relações entre ciência e arte e destacou que em dez anos o curso de especialização em Ciência, Arte e Cultura na Saúde já formou mais de 500 alunos, possibilitando que os profissionais estabeleçam um diálogo entre esses campos do saber. Segundo Tania, a mistura entre ciência e arte tem criado uma rede de pessoas e de conhecimento que propiciam o crescimento e a articulação de um novo campo cientifico, no qual ciência, cultura e saúde se articulam mais fortemente, gerando novas linhas de pesquisa que se apropriam da linguagem da arte para trabalhar saúde e ciência.
O papel do Museu da Vida na construção da relação entre ciência e arte também foi destaque na abertura do evento. Luisa Massarani, coordenadora do espaço, explicou que a origem do Museu da Vida passa pela relação entre ciência e arte, uma vez que procura a integração entre ciência, cultura e sociedade, com o objetivo de informar e educar em ciência, saúde e tecnologia de forma lúdica e criativa, por meio de exposições, atividades interativas, multimídias, teatro, vídeo e laboratórios. Ela mencionou os projetos Fazendo Arte com Ciência, Ciência em Cena, Avental contador de histórias, Sarau Científico e Rádio Elétron, desenvolvidos pelo Museu, além de destacar o mapeamento que identificou mais de uma centena de produções da literatura de cordel que usaram a ciência como fonte de inspiração. A memória de Marice Bazin foi lembrada por Eleonora Kurtebach, presidente do Espaço Ciência Viva. Apresentando depoimentos de cientistas, além de amigos e familiares de Bazin, Eleonora contou a história do físico e educador francês, destacando-o como uma referência fundamental na ideia de levar ciência e arte para as ruas e ressaltando sua atuação no desenvolvimento de ciência popular e da socialização do conhecimento cientifico. O evento também teve a participação de Luiz Edmundo Aguiar, reitor de extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), e de Adair Rocha, representante do Ministério da Cultura. Enquanto Luiz Edmundo destacou o papel do IFRJ na consolidação da rede de Ciência e Arte, Adair ressaltou o papel do Ministério da Cultura na criação de políticas públicas que visem estabelecer um processo de agregação entre ciência e arte. Portinari e música A programação do evento incluiu, ainda, a palestra Guerra e Paz: o projeto e o sonho, ministrada por Suelly Avelar, responsável pelas atividades de educação do Projeto Portinari. Ela apresentou um resumo histórico do painel Guerra e Paz, que é exposto na entrada principal da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos, lembrou das premiações recebidas pela obra e anunciou que, depois de 53 anos, o painel voltará ao Brasil para ser restaurado e ficará exposto no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro.
As atividades do primeiro dia do evento foram finalizadas com uma apresentação da banda Roda Gigante, formada por um grupo que desenvolve pesquisa continuada sobre a atuação do palhaço na sociedade e sua potência como promotor de saúde. O grupo apresentou um musical irreverente, em que palhaços tocam e cantam refletindo sobre o sentido da vida.
Cristiane Albuquerque 22/09/2010 Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).
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