Publicada em: 07/10/2010 às 15:37 |
||||||
Avanços da genômica do Schistosoma Acompanhe o Especial 12º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose A agenda de prioridades de pesquisa para o controle da esquistossomose nas Américas foi o tema que iniciou os debates do terceiro dia de atividades do 12º Simpósio Internacional de Esquistossomose. Representantes da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) participaram da mesa-redonda. A educação e o acesso à saúde e suas implicações no controle da esquistossomose também foram debatidos. Outra mesa-redonda que também ganhou destaque na manhã desta quinta-feira, 07/10, abordou os avanços recentes sobre a genômica do Schistosoma, parasito causador da doença.
O especialista do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, Ricardo De Marco, falou sobre a importância da interação entre machos e fêmeas de vermes adultos no organismo humano para a preservação do ciclo da esquistossomose. “Precisamos conhecer essa interação para que possamos criar estratégias que interrompam ou diminuam a postura dos ovos”, esclareceu o pesquisador. Coordenado por De Marco, o estudo detectou diferenças na comparação entre parasitos fêmeas e machos que permanecem juntos e parasitos separados por seu gênero. “Durante 13 dias, separamos vermes adultos fêmeas de vermes adultos machos. Depois extraímos o RNA e comparamos com os casais que permaneceram juntos. Caracterizamos um conjunto de genes com diferentes expressões”, completou. O pesquisador da Fiocruz-Minas Guilherme Oliveira apresentou um banco de dados sobre o Schistosoma mansoni, desenvolvido por sua equipe. Oliveira reforçou a importância deste tipo de recurso para os avanços científicos da área. “Criamos um banco de dados relacional, para que possamos trabalhar os dados de forma gerenciável e mais democrática. Por meio de tabelas, o Schisto.net possibilita comparar dados”, explicou. “A navegação é gratuita e temos recebido 82 mil visualizações diárias na página”, comemorou o conferencista.
A palestra 'Estrutura populacional de Schistosoma mansoni pré e póstratamento', ministrada por Ronald Blanton, da universidade norte-americana Case Western, encerrou os debates da mesa-redonda. Desenvolvido em parceria com a Fiocruz, o estudo analisou a genética populacional de grupos de parasitas, a fim de verificar se após o tratamento os parasitos persistentes formam uma população diferente. “Identificamos pouca diferenciação entre a população persistente e a população curada no pré-tratamento. Provavelmente, os parasitos persistentes saem das populações suscetíveis, ou seja, não são selecionados”, explicou o pesquisador. :: Especial 12º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose Renata Fontoura 07/10/2010 Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz). |
||||||