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O LABORATÓRIO

As infecções virais representam uma importante parcela das infecções agudas que acometem o Sistema Nervos Central (SNC), como poliomielite, meningite e meningoencefalite. Muitos patógenos virais, incluindo os enterovírus, possuem a capacidade de invadir e causar doenças no SNC. O Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) tem como missão pesquisar, diagnosticar, caracterizar em nível genômico e desenvolver técnicas moleculares visando o estudo dos agentes virais envolvidos em síndromes do SNC, com ênfase em paralisias flácidas agudas e meningites virais.

Criado em 1960 com o nome de Laboratório de Enteroviroses e recursos da Organização Panamericana da Saúde (OPAS), o Laboratório desempenhou papel importante no estudo de diversos surtos de poliomielite e no preparo dos primeiros lotes de vacina Sabin oral contra a doença no Brasil. Em 1980, foi credenciado pelo Ministério da Saúde como Centro Nacional de Referência para Enteroviroses, exercendo papel fundamental no estabelecimento de uma Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública. Em 1988, foi credenciado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como Laboratório de Referência Regional, para a Região das Américas, dentro do Programa Global de Erradicação da Poliomielite. 

Foi o primeiro laboratório a identificar, em 1989, a presença no Brasil do Enterovírus 71, causador de doença paralítica indistinguível daquela causada pelos poliovírus selvagens, além de outras síndromes. Realizou, ainda, o isolamento e caracterização do último poliovírus selvagem da Região das Américas, no Peru, em 1991. Centro de Referência Nacional e Internacional, o Laboratório presta consultoria à rede de laboratórios Nacionais do Ministério da Saúde e participa ativamente na formação de recursos humanos para estes laboratórios, por meio de treinamentos e cursos.

Uma das principais atividades desenvolvidas pelo Laboratório é a vigilância virológica das Paralisias Flácidas Agudas (PFA), que envolve o diagnóstico laboratorial dos casos de PFA que ocorrem no Brasil. Realiza o isolamento do agente viral em culturas celulares e sua identificação com o uso de técnicas virológicas clássicas e moleculares, em especial a caracterização molecular de amostras de poliovírus vacinais Sabin isoladas a partir de casos de PFA. Apesar da erradicação dos poliovírus selvagens das Américas, dedica-se ao estudo da etiologia das PFA no Brasil, para identificar outros agentes, possivelmente virais, que possuam a capacidade de invadir o SNC.
 
O Laboratório também realiza a vigilância de surtos e casos de meningites assépticas e meningoencefalites no Brasil. Seus pesquisadores atuam no diagnóstico laboratorial e dão suporte técnico a outros laboratórios da Rede Nacional, em especial no treinamento de profissionais em técnicas de diagnóstico e no fornecimento de reativos para a realização das metodologias. Sua atuação também visa ampliar o conhecimento sobre a etiologia da meningite asséptica, em colaboração com a Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde (SVS/MS), e desenvolve metodologias que poderão permitir a pesquisa, não somente de enterovírus, mas também de arbovírus, nas amostras recebidas de casos de meningites assépticas no Brasil.

Os pesquisadores dedicam-se ao sequenciamento completo de nucleotídeos dos últimos poliovírus selvagens isolados no Brasil e na Região das Américas e do perfil genômico das amostras vacinais Sabin em circulação no Brasil. Esses conhecimentos serão importantes no monitoramento da circulação viral no caso de uma reemergência dos poliovírus selvagens no Brasil e de possíveis mutações e recombinações das cepas vacinais com genomas de outros poliovírus e enterovírus.

Em outras linhas de pesquisa, o Laboratório estuda a participação dos enterovírus em casos de doenças exantemáticas, os padrões de recombinação entre os genomas dos enterovírus pertencentes à espécie C, isolados a partir de casos de síndromes do SNC, e, em parceria com o Laboratório de Desenvolvimento Tecnológico Viral do IOC, atua no desenvolvimento de clone infeccioso do vírus da hepatite A, tendo como foco a produção de vacina nacional, em substituição à importada. Desenvolve, ainda, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estudos sobre o efeito das proteases 2A e 3C de poliovírus sobre a replicação de outros agentes virais.


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