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Confira a enquete do OMCC sobre a gratuidade nos museus

 

A gratuidade em foco. 

Nos países do hemisfério norte, a questão da gratuidade é colocada segundo três principais lógicas: a de acesso universal, onde os visitantes não pagam pelo ingresso; a de tarifas diferenciadas, onde certos grupos são isentos, beneficiam-se de descontos ou de dias promocionais e, finalmente, outra de acesso não gratuito.

As instituições muitas vezes modificam sua abordagem e fazem experiências com o intuito de verificar o custo-benefício das suas políticas tarifárias.  As pesquisas de público têm sinalizado que o preço do ingresso ou a gratuidade não parecem determinar, naqueles países, a ampliação do acesso às instituições museais. Na realidade, a falta de interesse ou de familiaridade com os assuntos tratados nas exposições ou com as próprias instituições museais representam o maior empecilho à visita. O distanciamento entre público e instituições museais é causado não pelo valor do ingresso, mas pelo fato de não compartilharem os mesmos valores culturais. 

Segundo dados do Cadastro Nacional de Museus, no Brasil, 260 dos 1.310 museus já cadastrados cobram ingressos, cerca de 20%. Os valores do ingresso variam entre R$1,00 e R$10,00 e praticamente todos aplicam tarifas diferenciadas, gratuidade para grupos escolares ou dias promocionais. Dentre estes, 51% são museus sob a tutela do estado: principalmente estaduais (40%), seguidos dos municipais (30%) e dos federais (30%). 

Na pesquisa Perfil-Opinião, realizada pelo Observatório de Museus e Centros Culturais, a questão da política tarifária ou da gratuidade está presente nas perguntas referentes aos fatores que dificultam a visita aos museus e ao motivo para visitar aquela instituição (o valor do ingresso é uma possibilidade de resposta) e ainda pela análise da renda domiciliar mensal do visitante. 

Para os visitantes dos 11 museus do Rio de Janeiro (2005) e dos 13 museus de São Paulo (2006/2007), o valor (ou baixo custo do ingresso) é um motivo para visitar o museu citado por cerca de 40% (RJ) e 35% (SP) dos visitantes, respectivamente. Dentre as dificuldades para visitar os museus de forma geral, 35% dos visitantes de São Paulo declaram que o valor do ingresso é um fator que dificulta a visita e 34% declaram que outros custos de uma visita são fatores que dificultam a prática de visita aos museus.  

Quanto à renda dos visitantes, entre os museus paulistas, a faixa de renda domiciliar mensal declarada com maior freqüência foi acima de 4.000 reais. De acordo com a PNAD (2006), para a população da Região Metropolitana de São Paulo, essa faixa de renda é encontrada em 6.3% dos domicílios. No Rio de Janeiro, a pesquisa realizada em 2005 indicava que, enquanto apenas 2.4% da população da Região Metropolitana do Rio de Janeiro declararam renda domiciliar mensal superior a 4.000 reais PNAD (2004), entre os visitantes dos museus cariocas o percentual foi de 24.8%. Pode-se sugerir que os museus tendem a atrair, proporcionalmente, uma população com renda elevada.  

Considerando a profunda desigualdade social na sociedade brasileira e o desejo de facilitar o acesso aos museus para todos os segmentos da população, a reflexão sobre a gratuidade não parece ter-se esgotado.  

E você, o que pensa?  No Brasil, a gratuidade é fator determinante para o acesso aos museus? Deixe sua opinião no site do Observatório de Museus e Centros Culturais, na Enquete on-line que estará aberta para participação até o final de julho. Deixe também seu comentário. O OMCC agardece a sua participação!

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