Teses defendidas na ENSP

Aut: Barbosa, Regina Helena Simoes.
Tit: Aids e gênero: as mulheres de uma comunidade favelada.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1993. 135p.
Tes: Tese apresentada à Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Mestre.
Res: A Pesquisa pretende fornecer subsídios para uma estratégia preventivo-educativa da AIDS voltada para as mulheres, considerando-se a complexidade da formação cultural brasileira e, nela, o papel social da mulher e a discussão de uma síndrome que envolve sexualidade e morte, o que determina sua representaçåo como a "doença do outro". As questoes básicas que a pesquisa se propõe a responder são: como a mulher urbana de baixa renda representa a AIDS? Estará ela, efetivamente, mudando seu comportamento sexual frente à epidemia? Tem ela poder de negociação sexual para se prevenir? Para analisar tais questões, adota-se como referencial teórico a categoria de GENERO, que postula a construção social das relações entre os sexos e a REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA AIDS, que analisa as construções simbólicas da epidemia e sua representação social, especialmente entre as mulheres. Ambos os conceitos estão referidos, teóica e filosoficamente, ao materialismo histórico e dialético. O objetivo da pesquisa são mulheres urbanas do Rio de Janeiro, moradoras de uma comunidade de baixa renda (Vila do João) e usuárias de um serviço de saúde da UFRJ. Adotou-se a metodologia qualitativa (entrevista semi-estruturada) para entrevistar-se 20 mulheres sobre temas como sexualidade, representação de gênero, relação com o corpo, fidelidade, negociação sexual, autonomia e independência econômica, conhecimentos sobre DSTS e AIDS, percepção de risco e a questão da prevenção, entre outros. A partir da análise da fala das mulheres entrevistadas, discute-se as questões da prevenção e da negociação sexual que envolvem as mulheres. Sugere-se alguns pontos que podem ser considerados estratégias educativas voltadas para a prevenção da epidemia. (AU)
Cla: R614.5993098153, B238a
Or: Giffin, Karen Mary

Aut: Bastos, Francisco Inácio Pinkusfeld Monteiro.
Tit: Ruína e reconstrução: AIDS e drogas injetáveis na cena contemporânea.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1995. 303p. ilus, tab.
Tes: Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Doutor.
Res: Discute a disseminação da epidemia pelo HIV/AIDS e as perspectivas da sua prevenção no âmbito de determinantes sócio-culturais amplos, procedendo a comparações entre as circunstâncias brasileiras e o quadro mundial, assim como de diferentes regioes, classes, grupos no próprio Brasil. Destaca a questão da pauperização e da interiorização da epidemia, a segunda analisada utilizando "ferramentas" oriundas do geo-processamento. Demonstra nesse movimento de interiorização da epidemia, principalmente no estado de São Paulo, o papel das rotas de tráfico e sua coincidência com locais de maior disseminação da epidemia entre usuários de drogas injetáveis (UDIs). Analisa amplamente o conjunto de medidas preventivas desenvolvidas entre UDIs enfeixadas sob a denominação "harm reduction" (redução de danos), mas se incluem medidas como os programas de troca e/ou desinfecção de seringas, projetos de atuação comunitária (AU)
Cla: R614.5993, B327r
Or: Castilho, Euclides Ayres de; Minayo, Maria Cecilia de Souza

Aut: Brito, Maria Regina.
Tit: O início da epidemia de AIDS: 1981 a 1983.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1994. 102p.
Tes:Tese apresentada à Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Mestre.
Res:Descreve o processo do início da epidemia da AIDS a partir de 1981, utilizando publicações médicas e científicas, principalmente artigos em revistas, até o ano de 1983. Em 1981, foi percebido nos Estados Unidos um surto de casos de pneumonia causada pelo protozoário Pneumocystis carinni (uma doença rara que somente ocorria em pessoas portadoras de imunossupressão) em jovens homossexuais masculinos. Ao mesmo tempo, surgiam casos de sarcoma de Kaposi, um câncer de incidência muito baixa que ocorria em pessoas idosas e transplantados renais, também em jovens homossexuais masculinos. Iniciou-se, então, um processo de reconhecimento de uma epidemia causada por fatores desconhecidos. O número de casos seguiu aumentando cada vez mais rapidamente e as pesquisas sobre a nova doença se iniciaram. Ao longo de cerca de dois anos e meio, as mais diversas hipóteses foram surgindo para explicar tanto a doença quanto a epidemia. Finalmente, em 1983, a etiologia viral da AIDS foi aceita e foi iniciada a identificação do agente viral que a causava. Este trabalho procura descrever este processo gradativo de ampliação do conhecimento epidemiológico sobre uma nova doença. (AU)
Cla: R614.5993, B862i
Or: Castilho, Euclides Ayres de

Aut: Costa, Júlio Fernando Leite da.
Tit: O comportamento sexual na Africa Subsahariana: seu significado e influência sobre a transmissão e propagação da AIDS, contribuição para uma política de saúde.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1994. 126p. ilus.
Tes: Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Mestre.
Res: Pesquisa qualitativa, analisa o comportamento sexual e a sua relação com a transmissão e propagação da infecção HIV/AIDS na Africa Subsahariana. Realiza uma discussão e análise das questões tidas como relevantes na configuração dos padroes de comportamento sexual, tais como os sistemas de crenças e regras sócioculturais sobre o casamento, sexualidade e reprodução, desigualdade e discriminação de gênero e alguns fatores de mudanças sociais modernas. Concluiu que, para uma política efetiva de controle da AIDS, é necessário levar-se em conta a falta de capacidade das mulheres africanas em cumprir com as prescrições das políticas de intervenção que orientam para a adoção de padrões de comportamento sexual isentos de risco, devido à sua falta de poder para negociar em igualdade com o seu parceiro, a adoção de padrões de comportamento sexual seguros. Recomenda que só com uma mudança estrutural nas sociedades da Africa Subsahariana, que atribua maiores poderes e o respeito pela igualdade absoluta de direitos e o respeito pela cidadania para as mulheres, poderá mudar as tendências de evolução da epidemia e obter-se efetivo controle da transmissão do HIV no futuro. (AU)
Cla: R614.59930967, C837c
Or: Stotz, Eduardo Navarro

Aut: Cunha, Lúcia Helena Carvalho dos Santos.
Tit: Mulheres de Atenas: um estudo sobre o feminino em tempos de AIDS.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1997. 149p.
Tes: Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Mestre.
Res: Procurando investigar o que move as pessoas a permitirem a ocorrência de situações onde elas sabem correr o risco de se contaminarem com o vírus do HIV/AIDS, essa dissertação aborda o relato da experiência de vida de nove mulheres e quatro homens que foram entrevistados durante a pesquisa de campo, e que se contaminaram com esse vírus a partir de seus relacionamentos sexuais com parceiros fixos. A análise do material obtido revela a emergência da pulsão de morte como determinante das atuações desses sujeitos, seja pela ocorrência da "passagem ao ato", quando as possibilidades de simbolização desenvolvidas por esses sujeitos não foram suficientemente poderosas para barrar a busca do gozo pulsional; seja pela evidência da "necessidade inconsciente de castigo", atributo do masoquismo moral identificado por Freud como decorrente do supereu tirânico. A pesquisa teórica aponta para o aspecto central da sexualidade humana que tem seu desenvolvimento tecido a partir dos conceitos de pulsão e de real, implicando neste umbigo teórico o conceito de feminino em psicanálise. As pesquisas realizadas revelam ainda a importância do amor na vida dos sujeitos entrevistados, o que não deixa de ter uma íntima relação com este ponto central que é o conceito de feminino sobre o qual essa dissertação se propôs a estudar. Assim, os dados apurados podem ser usados para uma reflexão sobre as estratégias de educação no campo da Saúde Pública que se dirijam exclusivamente ao homem pulsional, tal como a psicanálise o identificou.(AU)
Cla: R614.5993, C972m
Or: Borges, Sherrine Maria Njaine

Aut: Dias, Paulo Roberto Telles Pires.
Tit: A síndrome da imunodeficiência adquirida & os usuários de drogas injetáveis.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1995. iii,145p. ilus, tab.
Tes: Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Mestre.
Res: Estuda a questão da infecção pelo HIV (e sua prevenção) em usuários de drogas infetáveis (UDIs), através da revisão bibliográfica de publicações médico-epidemiológicas e de um estudo empírico. O estudo empírico, chamado de "estudo de variáveis sócio-históricas associadas ao risco de infecção pelo HIV em UDIs" procura obter informações do ambiente sócio-cultural de regiões estudadas, relevantes para a prevenção da disseminação do vírus da AIDS entre os UDIs. Foi utilizado um instrumento de pesquisa adotado originalmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), após ter sido traduzido e adaptado para a situação brasileira (chamado de "Questionário sócio-cultural"). O estudo foi realizado em cinco cidades brasileiras nas quais o problema do uso de drogas injetáveis se apresentou com importante magnitude. (AU)
Cla: R614.5993, D541s
Or: Castiel, Luís David

Aut: Ferreira, Vania Maria Bessa; Fundação Oswaldo Cruz.
Tit: Análise da subnotificação de casos de Aids no contexto da assistência hospitalar coberta pelo SUS: implicações e intervenções potenciais.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1999. 85p. tab.
Tes: Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Mestre.
Res: Avalia a subnotificação de casos de AIDS no município do Rio de Janeiro, tendo como base as informações sobre as internações por procedimentos relacionados à AIDS realizadas em unidades hospitalares vinculadas ao SUS, no ano de 1996. O estudo se desenvolve na forma de dois artigos. No primeiro, é utilizada uma metodologia de correlação de bancos de dados com o objetivo de estimar a subnotificação de casos de AIDS no Município do Rio de Janeiro. Os bancos utilizados foram o Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Unico de Saúde (SIH-SUS) e o Sistema de Informações sobre Agravos de Notificação (SINAN). As informações referentes às internações por procedimentos relacionados à AIDS realizadas em unidades hospitalares situadas no Município do Rio de Janeiro, em 1996, foram correlacionadas por nome do paciente e data do nascimento, com a série histórica de registros de casos de AIDS em adultos e crianças atualizados pela Secretaria Municipal de Saúde, até setembro de 1997. Os resultados, no primeiro artigo, apontaram para uma subnotificação de 42,7 por cento e uma associação entre faixa etária, diagnóstico principal, número de internações no ano e natureza jurídica do hospital e subnotificação de casos de AIDS. No segundo artigo, foi utilizada uma amostra aleatória de Prontuários, através da qual os pacientes foram reclassificados em notificados, não-notificados e sem evidência para a notificação. Foi utilizado um modelo multinomial para análise das chances de ocorrência de subnotificação versus notificação e não notificação sem evidência de diagnóstico de AIDS versus notificação. A reclassificação dos pacientes, segundo a definição de caso de AIDS vigente na época, alterou o índice de subnotificação para 34,8 por cento. Foram encontradas associações significativas entre a presença de um profissional de referência na unidade hospitalar e a existência de um setor de vigilância epidemiológica em funcionamento dentro do hospital e notificação de casos de AIDS, apontando para a necessidade de normatização de processos e fluxos, a fim de melhorar a qualidade do sistema de informações em saúde.(AU)
Cla: R614.5993, F383a

Aut: Fonseca, Angélica Ferreira.
Tit: Avaliação da atenção a pessoas com HIV/AIDS em Centros Municipais de Saúde - Rio de Janeiro.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1994. 187p. ilus, tab.
Tes:Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Mestre.
Res: Foram avaliados 11 centros municipais de saúde situados no Rio de Janeiro que prestam assistência ambulatorial a pessoas infectadas pelo HIV. Estudaram-se as características estruturais dos centros municipais de saúde, sendo coletados dados através de entrevistas nos serviços. Por meio de consultas à especialistas foram definidos critérios de boa qualidade da atenção na avaliação inicial do paciente. O processo de atenção foi estudado através da revisão de 377 prontuários de adultos inscritos no programa de AIDS entre janeiro e junho de 1993. Foram analisados dados secundários do programa de AIDS sobre a dispensação de antiretrovirais (AZT e ddI). Constata no que se refere a estrutura os seguintes resultados: indisponibilidade de exames complementares essenciais para o diagnóstico como raio X (45 por cento); bacterioscopia (100 por cento); urinocultura (100 por cento); insuficiência tanto no acesso a referências especializadas, como a de recursos humanos treinados; irregularidades no suprimento de medicamentos. No que tange a qualidade do processo de atenção destacam-se: elevado índice de abandono no primeiro mês de tratamento (25 por cento); baixa taxa de registro de exame físico (2,9 por cento) e história clínica (41,6 por cento) com ausência de história social e informações sobre fatores de risco para transmissão do HIV; assistência quase que exclusivamente desempenhada por médicos; subutilização de importantes exames complementares ao diagnóstico, apenas 2 por cento dos pacientes receberam AZT ou ddI continuamente durante o período de 4 meses de observação; ausência de estratégias para a prevenção da transmissão via distribuição de preservativos; assistência à mulher insatisfatória. A qualidade da atenção dispensada a pacientes com HIV/AIDS nos centros municipais de saúde é bastante deficiente e incapaz de cumprir os objetivos de redução do sofrimento físico e mental e prevenção da transmissão do HIV. (AU)
Cla: R614.5993, F676a
Or: Silver, Lynn Dee

Aut: Gama, Andréa de Sousa.
Tit: Gênero e AIDS: um estudo dos aspectos sócio-culturais e geracionais da sexualidade feminina em camadas de baixa renda.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1997. 179p.
Tes: Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Mestre.
Res: Analisa alguns aspectos sócio-culturais implicados na construção da identidade sexual feminina de baixa renda, a partir da análise comparativa de duas gerações de mulheres da mesma família e da mesma classe social, visando contribuir para a prevenção de DSTs/AIDS. Adota, fundamentalmente, dois conceitos básicos para essa pesquisa: o conceito de gênero e o de identidade sexual. Pretende, a partir desse olhar, observar o processo dialético de constituição das identidades sexuais e de gênero e efetuar um levantamento crítico das relações entre o discurso biomédico e o gênero feminino, na medida em que as formas históricas de enfrentamento da epidemia de AIDS apresentam limitações no tocante aos significados sociais e culturais associados à sexualidade feminina. Para responder uma questão básica desse trabalho - Qual a ideologia sexual e de gênero que perpassa as mulheres de baixa renda? - optamos por incluir na pesquisa de campo mulheres de duas gerações da mesma família (mães e filhas) e dentro de um mesmo grupo social. Busca-se através desse tipo de análise observar as modificações e permanências no tocante às ideologias sexuais e de gênero. Adota a metodologia qualitativa (entrevistas semi-estruturadas) para entrevistar 14 mulheres sobre temas como representação de gênero, sexualidade, maternidade, relação homem-mulher, trabalho, o debate geracional sobre a sexualidade, a influência da religiosidade na sexualidade e representações quanto ao controle da fecundidade, DSTs e AIDS. O trabalho de campo foi realizado no Hospital Universitário Pedro Ernesto. Ao final do estudo são destacados e comentados alguns elementos da constituição da identidade de gênero feminino em ambas as gerações e, ainda, apresentados alguns pontos de discussão que podem ser considerados no tocante à sexualidade feminina e à prevenção do HIV/AIDS entre as mulheres. (AU)
Cla: R614.5993, G184g
Or: Giffin, Karen Mary

Aut: Mendonça, Eduardo Alves.
Tit:Representações sociais sobre AIDS: um estudo etnográfico em atividades de prostituição.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1994. [135]p. ilus.
Tes: Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Mestre.
Res: Pesquisa realizada entre 1990-93, na cidade do Rio de Janeiro, em áreas de prostituição de travestis. Analisa os modelos de explicação sobre AIDS utilizados por estes atores sociais, sua influência em determinadas formas de conhecimento e o impacto destas no processo epidêmico. O resgate das representações coletivas sobre AIDS, sob enfoque qualitativo, através da construção de uma situação etnográfica, permite a reconstrução do discurso dos sujeitos dentro de instâncias médicas e sociais. Os resultados foram: a) para os travestis a AIDS estaria ligada a sinais visíveis sobre o corpo e sintomas aparentes, aproximando-se dos modelos científicos de reconhecimento das DSTs; b) as estratégias de prevenção decorrentes dessa identificação formal obscurecem a percepção dos infectados e dos portadores do HIV; c) a transmissão, segundo os travestis, dependeria tanto de um corpo enfraquecido quanto a ruptura das defesas ou barreiras externas e internas do corpo; d) a noção de vírus é transposta para a de agente invasor, pela ausência de uma visão dimensional microscópica. Mostra que travestis estavam expostos à infecção por HIV dado seu inadequado conhecimento sobre AIDS e sua inserção na atividade de prostituição. (AU)
Cla: R614.59930981, M839r
Or: Coimbra Junior, Carlos Everaldo Alvares

Aut: Mérchan-Hamann, Edgar.
Tit: Adolescente pobre, escola e prisão: as práticas, representações e cenários culturais dos riscos de HIV/AIDS.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1996. 149p. tab.
Tes: Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Doutor.
Res:Avalia as situações de risco e de prevenção de HIV/AIDS a que estão sujeitos os adolescentes do sistema institucional do Centro Brasileiro para a Infância e Adolescência (CBIA), assim como pretende fazer um levantamento dos aspectos internacionais e culturais envolvidos nessa conjuntura. Empregou entrevistas com componente estruturado, além de perguntas abertas, individuais - confidenciais e anônimas - a voluntários; também houve registro de observações de campo e coleta de dados estatísticos do serviço social. O universo analisado abrangeu a população de três instituições: duas escolas abertas a comunidade, nas quais foram entrevistados informantes de ambos os sexos; e um centro de detenção para menores infratores do sexo masculino. A maioria dos informantes era do sexo masculino, com média de 13 anos, apresentando altos índices de reprovação escolar e residindo em bairros e favelas da Zona Norte do Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense. Uma alta proporção trabalhava. O final do estudo tornou evidente a existência de conhecimento fragmentário e inconsistente sobre HIV/AIDS; constatou ter sido a televisão o meio mais importante de veiculação de informações e na configuração do imaginário sobre HIV/AIDS. A sujeira, o castigo injusto e a usurpação do corpo apareceram com maior frequência na representação simbólica da AIDS; os discursos de gênero e transgressão revelaram-se mediadores do exercício de atos eróticos e da escolha de companheiros(as) sexuais. As práticas eróticas mostraram ser relativamente frequentes - em média 70 por cento dos informantes eram sexualmente ativos - e quase nunca protegidas, sendo que o uso consistente do preservativo surgiu no relato de menos de 5 por cento e 3,2 por cento dos informantes do sexo masculino, respectivamente com experiência heteroerótica e homoerótica; observou a influência de eventos sociais associados a subculturas urbanas e, em menor escala, o uso concomitante de substâncias psicoativas. A utilização de substâncias injetáveis foi escassa durante o tempo em que houve partilha de material de escarificação e tatuagem. Documentou a existência de diversas formas de violência, bem como o descaso da instituição fechada para menores infratores quanto à prevenção de HIV/AIDS. (AU)
Cla: R614.59930981, M555a
Or: Coimbra Junior, Carlos Everaldo Alvares

Aut: Monteiro, Simone Souza; Fundação Oswaldo Cruz.
Tit: AIDS, sexualidade e gênero: a lógica da proteção entre jovens de um bairro popular carioca.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1999. 186p.
Tes: Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Doutor.
Res: Estuda a problematização do discurso da prevenção do HIV/AIDS. Questiona o enfoque epidemiológico do risco e a ênfase na responsabilidade individual, destacando a importância da lógica cultural subjacente aos comportamentos. Analisando a percepção de jovens de grupos populares urbanos em abordagem antropológica, o trabalho descreve as trajetórias biográficas e as experiências sociais do gênero e sexualidade de rapazes e moças, moradores da favela de Vigário Geral (RJ); focalizando as representações e práticas de auto-proteção. Conclui que o contexto sócio-econômico, conjugado ao predomínio de valores tradicionais em relação aos valores do individualismo moderno, imprimem uma especificidade ao significado da lógica de proteção. Tal efeito sociológico reforça a percepção de que o familiar protege, o que ilumina o entendimento da falta de convergência entre o conhecimento e o eventual acesso aos meios de prevenção, como o preservativo, e os comportamentos adotados pelos sujeitos. A lógica cultural de proteção do grupo estudado, contraposta ao discurso preventivo hegemônico, exemplifica a necessidade de se elaborar alternativas mais adequadas às singularidades materiais e simbólicas dos váriados segmentos sociais.(AU)
Cla: R614.5993, M775a
Or: Santos, Elizabeth Moreira dos e Heilborn, Maria Luiza

Aut: Mota, Murilo Peixoto da.
Tit: Gênero e sexualidade: fragmentos de identidade masculina em tempos de AIDS.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1996. 166p.
Tes: Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Mestre.
Res: Busca entender alguns aspectos da sexualidade masculina, bem como as formas como se organiza a construção da identidade sexual no contexto da epidemia de AIDS, a partir da fala de jovens de baixa renda, de 14 a 21 anos, moradores da área metropolitana do Rio de Janeiro. A pesquisa busca tanto examinar o modo como o sujeito percebe a AIDS, quanto investigar a sexualidade neste contexto epidêmico. Tem por objetivo fornecer dados empíricos que sirvam de base para o acompanhamento e criação de campanhas de prevenção, além de tentar contribuir para o planejamento de políticas de intervenção à AIDS em nossa sociedade. A proposta, a partir da identidade sexual revelada pelos sujeitos, consiste em articular alguns aspectos do gênero masculino estabelecendo um confronto com os relatos sobre a prática sexual. Buscamos também captar a diversidade de desejos e fantasias sexuais, relacionando-os com a auto-identidade, níveis de informação e conhecimento sobre o HIV/AIDS, assim como as mudanças de atitudes em relação à epidemia. Tal procedimento tornou-se possível a partir de entrevista qualitativa, com uso de um roteiro semi-estruturado. A pesquisa justifica-se pela necessidade de se repensar tanto as visões que envolvem a AIDS quanto as questões implicadas no contexto da história sexual dos sujeitos envolvidos no estudo. Assim, julgamos ter fundamental importância a análise das maneiras como se dão a escolha do objeto sexual em relação à construção da identidade, a partir daquele que foi considerado o pivô da transmissão da AIDS: o homem. Neste sentido, nossa investigação se pauta a partir das categorias gênero e identidade sexual. (AU)
Cla: R614.5993, M917g
Or: Giffin, Karen Mary

Aut: Peterson, Christopher Robert.
Tit: Risco sob risco: prostituição e AIDS.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1994. 144p. ilus, tab.
Tes: Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Publica para obtenção do grau de Mestre.
Res: Examina o binômio da prostituição e AIDS. Faz uma revisão bibliográfica a partir de 1985, focalizando as tentativas da epidemiologia no sentido de estabelecer uma associação entre essas duas categorias. Analisa como - apesar da falta de consenso sobre a existência ou natureza dessa associação - foi construído e reproduzido o campo da prostituição e AIDS, tendo como estudo de caso o Projeto de Saúde na Prostituição, no Instituto de Estudos da Religião. Finalmente, apresenta e discute os resultados de uma pesquisa de campo - onde foram entrevistadas 125 prostitutas de cinco áreas do Rio de Janeiro - sobre fatores associados à falta de posse e uso infrequente de preservativos com clientes, sugerindo uma diferenciação interna entre prostitutas quanto a comportamentos de risco e de prevenção em relação à infecção pelo HIV. (AU)
Cla: R614.5993, P485r
Or: Costa, Nilson do Rosário

Aut: Rocha, Fátima Maria Gomes de; Fundação Oswaldo Cruz.
Tit: Política de prevenção ao HIV/AIDS no Brasil: o lugar da prevenção nessa trajetória.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1999. 130p.
Tes: Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Mestre.
Res: Resgata aspectos da trajetória histórica da política oficial de prevenção à AIDS no Brasil, focalizando as questões relativas ao campo da transmissão sexual. Investiga os paradigmas presentes de formação dessa política, refletindo ainda sobre os seus atuais desafios, pauperização da epidemia e avanços terapêuticos. O estudo da questão contemplou os depoimentos de pessoas-chaves na formulação e implementação das respostas políticas institucionais no âmbito do Ministério da Saúde, Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Saúde do Rio, incluindo ainda dois representantes de instâncias não-governamentais. Procura através dos discursos desses atores identificar o lugar que a prevenção vem ocupado historicamente e o sentido de sua contribuição na implementação da política de controle à AIDS. Complementa o trabalho de campo com as análises sobre os documentos oficiais. A análise identificou que a dinâmica da história da política de prevenção à AIDS tem sido através do jogo de relações dos interesses entre os diversos atores envolvidos. A normatização dos comportamentos esteve presente de forma importante nessa trajetória, demonstrando a importância da inculcação de normas morais no direcionamento das estratégias educativas. Observou-se ainda tendência a mudança no direcionamento da política de controle e prevenção, ameaçando conquistas e a inversão de investimentos realizadas até então. A proposta de vulnerabilidade e o paradigma da promoção à saúde foram considerados referências importantes para a implementação das políticas atuais, contribuindo para integração das ações de prevenção e assistência e para articulação com outras instâncias situadas fora da área da saúde. (AU)
Cla: R614.5993, R672p
Or: Bodstein, Regina Cele de Andrade

Aut: Souza, Claudia Teresa Vieira de.
Tit: Subsídio ao estudo de incidência do vírus da imunodeficiência humana entre homens com práticas homossexuais e bissexuais no Rio de Janeiro.
Imp: Riode Janeiro, s.n, 1996. vx, 131p. tab, graf.
Tes: Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Mestre.
Res: Existem no Brasil, sob patrocínio da Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde, três centros de pesquisas para vacinas anti-HIV / AIDS (Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte), que estão desenvolvendo estudos de acompanhamento em homens com práticas homossexuais e bissexuais, com objetivo de estimar a taxa de incidência e avaliar a viabilidade de estudos de avaliação de eficácia de vacinas no país. No Rio de Janeiro esta pesquisa está sendo realizada pelo Núcleo de Epidemiologia do Hospital Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz. Tem objetivo a análise de dados da coorte entre homens que fazem sexo com homens no Rio de Janeiro, buscando analisar fatores sociais e comportamentais no que se refere aos riscos de infecção pelo HIV. Trata-se de um estudo descritivo, que pretende analisar características referentes aos primeiros voluntários da coorte. Estudou-se os primeiros 104 voluntários que entraram para a coorte do Rio de Janeiro, segundo os critérios de admissão, ou seja, aqueles indivíduos que apresentavam comportamento homossexual ou bissexual, de 18 a 50 anos de idade, com sorologia negativa para o HIV e aceitaram os termos do consentimento informado. Em síntese pode-se dizer que se trata de um grupo homogêneo. No que tange a variáveis sócio-comportamentais, o grupo tem um bom nível sócio-econômico e conhecimento sobre a transmissão do HIV. Entretanto, por outro lado, verificou-se uma dissonância entre conhecimento e prática (intenção / ação): entrevistados sabem da importância do preservativo e como usá-lo, mas não o incorporam à rotina de suas práticas sexuais. (Au)
Cla: R614.599392, S729s
Or: Castilho, Euclídes Ayres de

Aut: Vallinoto, Tereza Christina.
Tit: A construção da solidariedade: um estudo sobre a resposta coletiva à AIDS.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1991. 132p. ilus, Tab.
Tes: Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Mestre.
Res: Desde o seu surgimento no início dos anos 80, a AIDS tem sido vista como uma doença restrita a grupos marginalizados e com uma intrínseca ligação com a morte. Esta dissertação é um estudo a resposta coletiva a AIDS, a partir de um grupo específico - o pela VIDDA - com a finalidade de delimitar o estilo de atuação de seus integrantes. A pesquisa inicia com as questoes as quais se confrontam as Organizações Não Governamentais-AIDS do Rio de Janeiro. Posteriormente a investigação se volta para o grupo selecionado. O objetivo é focalizar uma entidade vista "de dentro" e demarcar os pontos de contraste com a imagem exposta no plano externo. Além disso pretende-se mapear as diferentes visoes de mundo dos seus participantes, como nela se inserem e, a partir delas negociam. Diante do quadro marcado pela heterogeneidade, conclui-se que o advento da AIDS sugere a criação de novas formas de atuação política mais adequadas à diversidade dos elementos presentes no Brasil contemporâneo. (AU)
Cla: R362.1969792, V188c
Or: Parker, Richard Guy

Aut: Vieira, Monica.
Tit: Infectologistas e AIDS: novas dimensões da prática.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1996. 191p.
Tes: Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Mestre.
Res: A credibilidade da profissão médica foi fortemente influenciada por sucessivas vitórias na luta contra as epidemias provocadas por doenças infecto-contagiosas, as quais exigira que a ciência médica aprofundasse suas investigações com o bjetivo de descobrir as causas dos 'grandes' males do mundo. O surgimento da AIDS na década de 1980, no entanto, não permitiu que a vitória sobre importantes doenças infecto-contagiosas completasse um século, e hoje a medicina lida com uma epidemia que, a nível mundial, representa mais uma grave ameaça à humanidade. A AIDS - identificada como doença crônica, incurável e epidêmica, que conforma uma nova e complexa realidade em saúde - é o motivo desta dissertação. A medicina, como prática profissional, é o tema deste estudo, que busca retratar essa prática a partir de encontro/confronto ocorrido entre os médicos infectologistas e a AIDS. A infectologia - área de atuação médica fortemente marcada por lidar com doenças agudas, passíveis de diagnósticos e tratamentos seguros, assim como, em sua grande maioria, curáveis - vem se deparando, após o surgimento da AIDS, com novo cenário que pode simbolizar um momento oportuno de questionamentos acerca da prática desses especialistas. Parte-se do pressuposto de que o médico infectologista, considerado como referência médica no que diz respeito às doenças infecciosas, é o informante mais adequado para relatar os impactos acarretados pela doença. Suas percepções constituem um conjunto de tópicos que nos remetem a alguns aspectos teóricos intrínsecos à profissão médica - como os de autoridade, saber, autonomia, ética e ideal de serviço - que são revisitados no contexto da AIDS. Esta dissertação, além de analisar as repercussões da AIDS na prática de médicos que recebem pacientes HIV positivo como grande parte de sua clientela, busca resgatar as especificações de uma especialidade médica, da mesma forma que privilegiar o infectologista como objeto de investigação.(AU)
Cla: R610.69, V658i
Or: Machado, Maria Helena

Aut: Xavier, Iara de Moraes.
Tit: A mulher e a convivência com a AIDS: uma questão de gênero.
Imp: Rio de Janeiro, s.n, 1997. 194p. tab.
Tes: Tese apresentada a Escola Nacional de Saúde Pública para obtenção do grau de Doutor.
Res: Apresenta como objeto de estudo a mulher e a convivência com a AIDS: uma questão de gênero. O objetivo visa compreender como a mulher soropositiva convive com o vírus HIV e com a AIDS no seu cotidiano, à luz das relações sociais de gênero, evidenciando as alterações decorrentes dessa nova realidade. Os questionamentos básicos foram: como essa mulher passa a conviver com o HIV/AIDS, após a certeza da sua contaminação? Como é que as relações de gênero permeiam essa convivência? Trata-se de uma pesquisa descritiva exploratória e de natureza qualitativa. Foram entrevistadas vinte mulheres que se declararam monogâmicas soropositivas ao HIV ou com AIDS, que se contaminaram no contexto de namoro, noivado, casamento ou relacionamento afetivo por via sexual e que se encontram em acompanhamento ambulatorial no Hospital Universitário Gafrée e Guinle da Universidade do Rio de Janeiro e no Centro Municipal de Saúde Manoel José Ferreira, ambos situados no município do Rio de Janeiro. A investigação evidenciou ser a AIDS um constructo bio-psico-social e a mulher um dos segmentos populacionais mais vulneráveis ao HIV. A combinação mulher e AIDS coloca-se como um sério problema para a saúde pública brasileira. Um aspecto comum a todas as vinte mulheres foi a mudança radical em suas vidas depois do HIV/AIDS, tanto em relação à família, amigos, trabalho, lazer, como ser mulher. Elas representam a AIDS como uma tragédia, um castigo, uma guerra. Conviver com o HIV/AIDS tem sido um sofrimento, um martírio. Destacam o preconceito e a discrinação como as piores coisas que têm vivenciado e a importância das relações na vulnerabilidade das mulheres e na forma que convivem com a doença. Um dos dados revelados pela pesquisa que referendou a questão na convivência da mulher com a AIDS foi a presença do parceiro que a contaminou e de filho (a) soropositivo (a) HIV no cotidiano feminino. O estudo explicitou que a prevenção deve ser, cada vez mais, priorizada por todos os segmentos sociais. Apresentamos a proposta de construção de um espaço de criação em educação em saúde voltado à prevenção das DSTs/AIDS nos Centros Municipais de Saúde, considerando os aspectos biológicos, sociais e culturais. Este programa deve estar articulado ao programa de assitência integral à saúde da mulher.(AU)
Cla: R614.5993, X3m
Or: Giffin, Karen Mary

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