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Doença de Chagas

Manoel Nascimento fala sobre a sua situação de portador da doença

 

Manoel Nascimento era auxiliar de serviços gerais na Sudene e, em 1977, após descobrir ser portador da doença de Chagas e posterior implantação de marcapasso, foi aposentado por invalidez por insuficiência cardíaca grave. Foi presidente da Associação dos Portadores de Doença de Chagas e Insuficiência Cardíaca de Pernambuco.

 

Andreia - Quando o Sr. foi diagnosticado?

Manoel – Em Novembro de 1977, c om 33 anos de idade.

 

Andreia – Como foi receber a noticia de que o Sr. era portador da doença de Chagas?

Manoel – Eu tinha sensação de desmaio, desmaiava, quebrava copos com a queda, no trabalho, na rua, ou mesmo em casa. Então, procurei médicos de diversas especialidades, como: pneumologista, psiquiatra, neurologista. Procurei até psicólogos. Pensei que era câncer e desconfiava da capacidade dos médicos. Quando fui ao ambulatório do Hospital Oswaldo Cruz (HUOC-UPE) o médico pediu exame para doença de Chagas e o resultado foi soropositivo. O médico me disse que eu tinha que colocar um marcapasso. No dia seguinte, retornei ao hospital e o marcapasso foi implantado. Quase morri, fiquei 2 semanas internado. Hoje se coloca marcapasso num dia e no outro vai pra casa. Era muito complicado na época. Em 1987, juntamente com o Dr. Wilson Oliveira e a Dra. Cassandra, que se interessaram pela doença, foi criado o Ambulatório de doença de Chagas no HUOC-UPE e a Associação dos Portadores de Doença de Chagas e Insuficiência Cardíaca de Pernambuco.

 

Andreia – O Sr. já tinha ouvido falar desta doença antes?

Manoel – Não. Nunca em minha vida antes. Servi o exército, doei sangue sem saber que era portador.

 

Andreia – O Sr. desconfia de algum momento em sua vida que poderia ter sido infectado?

Manoel – Olha, foi de 0 a 10 anos de idade. Eu morava em Timbaúba (PE) e com 10 anos de idade fui para Recife. Então desconfio do período que morava em Timbauba ainda.

 

Andreia – Qual a impressão que o Sr. tem da doença hoje?

Manoel – Houve muito progresso. Porque é uma doença negligenciada pelo governo junto com 3 outras doenças. Teve um avanço muito extenso em relação aos portadores devido ao interesse dos médicos pela doença (iniciado pelo Dr. Wilson e Dra. Cassandra). Eu, como presidente da Associação, participei de vários fóruns internacionais em Uberaba, Rio de Janeiro e outros lugares.

 

Entrevista realizada em 29 de abril de 2011 com o Sr. Manoel Mariano do Nascimento.


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