Ópera e música erudita
A música erudita (ou “séria”) e a ópera ocupavam um espaço nobre na programação da Rádio Sociedade. Eram irradiados concertos realizados em salas como a do Instituto Nacional de Música, bem como óperas encenadas no Theatro Municipal ou no Theatro João Caetano, entre outros.
Entre as óperas irradiadas, havia obras conhecidas, como Carmen ou La Traviata. Os concertos de música clássica misturavam autores consagrados e compositores brasileiros. O programa deste concerto, possivelmente transmitido pela RS em 1925, incluía obras de Carlos Gomes e outros.
As irradiações da temporada lírica estavam entre os maiores sucessos da rádio, como indica este telegrama. À imagem desse ouvinte, inúmeros apreciadores relatavam a excelente recepção das óperas, que os faziam sentir como se estivessem no teatro, ou como se o speaker estivesse ao seu lado.
Esta carta, de bela caligrafia, é mais uma das inúmeras manifestações que os ouvintes enviavam à rádio, relatando o êxito da irradiação – no caso, de uma transmissão do Barbeiro de Sevilha feita em 1927.
O episódio a seguir é significativo da popularidade das transmissões da temporada lírica. Em 1928, a empresa concessionária responsável pela programação das óperas do Theatro Municipal proibiu a irradiação das mesmas, por questões de direitos autorais.
A empresa autorizou excepcionalmente a transmissão de uma ópera de um autor brasileiro (O Innocente, de Francisco Mignone). A recusa da RS em aceitar esse prêmio de consolação foi saudada por inúmeras manifestações de solidariedade, como a deste ouvinte da capital. Com a intensa mobilização do público, a concessionária acabou voltando atrás e autorizando a transmissão de um maior número de óperas.
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