A orquestra da Rádio Sociedade
Muitas das irradiações de música erudita eram executadas no próprio estúdio da Rádio Sociedade por uma orquestra montada para esse fim. A rádio veiculava também peças executadas por outras orquestras, como as do Orpheão Portuguez, do Corpo de Bombeiros ou do Regimento de Fusileiros Navaes.
A orquestra da rádio era regida inicialmente pelo maestro Francisco Braga e dirigida pelo professor Nicanor Tercino do Nascimento. O acervo da instituição traz poucas informações sobre a composição da orquestra. Mas há documentos mostrando que a orquestra contratava um violinista por 300 mil réis mensais em 1934, com o compromisso de gravar quatro programas por semana.
Embora a RS recebesse muitos elogios à iniciativa de irradiar música clássica, sua orquestra não era uma unanimidade entre os ouvintes. O acervo de cartas registra também críticas aos músicos da emissora.
O ouvinte que se identifica apenas pelas iniciais X.A.C., por exemplo, alega que a orquestra só conseguia entrar no ritmo da música “no quarto ou quinto compasso”.
Essa queixa foi reverberada por outro ouvinte, que se identificou como músico, apesar de permanecer anônimo. Além de apressada na execução das músicas, ele acusa a orquestra de ser bagunçada, mal ensaiada e desafinada.
As atuações da orquestra da RS não se limitavam aos programas irradiados por essa emissora. Os músicos eram cedidos para apresentações feitas em eventos beneficientes, como o Dia do Encarcerado promovido pela Casa de Detenção – iniciativa prestigiada pela orquestra ano após ano.
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