Alcance intercontinental
A Rádio Sociedade podia ser captada em todo o país, "do Pará ao Rio Grande do Sul", como ela própria gostava de se vangloriar. Isso se refletia na procedência das cartas recebidas pela emissora, vindas das cinco regiões do país.
O rádio ajudou a unir os povos de diferentes estados e criar uma identidade cultural sem precedentes até então. Como resume este ouvinte alagoano, as irradiações da RS "tornaram real a sonhada fraternidade brasileira".
O alcance da RS não se restringia, no entanto, às fronteiras brasileiras. Inúmeros ouvintes estrangeiros escreveram relatando captar os sinais da emissora na Argentina, no Uruguai e no Chile.
Também ao norte as ondas da RS alcançavam distâncias impressionantes. O comandante de um navio que navegava na costa das Guianas, a 1.830 milhas marítimas do Rio, escreveu para relatar que captava o sinal da emissora.
A RS recebeu ainda diversas cartas de ouvintes norte-americanos, que relatavam a recepção de seu sinal e solicitavam a confirmação de que se tratava de fato daquela emissora. Essas cartas vinham de estados como Nova York e Illinois, entre vários outros, e até do Canadá.
O acervo da RS guarda a cópia da resposta a um desses pedidos, escrita em 1925 por Roquette-Pinto para uma emissora de Nova Orleans. Ele esclarece para sua co-irmã a natureza da RS: "nossos programas são feitos na medida do possível de material instrutivo ligeiramente entremeado com música".
O registro mais distante de possível captação do sinal da RS é esta breve carta enviada da Califórnia.
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