Clássica ou popular? O debate sobre as preferências musicais provocava manifestações acaloradas entre os ouvintes. De início, a programação era basicamente ‘séria’ – como era chamada na época a música clássica. Já a ‘leve’, ou ‘ligeira’, só começou a ganhar lugar depois de 1926: “Depois de repetidas solicitações, nos vimos forçados a consentir na sua transmissão contra a opinião sempre dominante no seio da diretoria da Rádio Sociedade ”. Mas, logo de saída, o samba não tinha vez...
A música erudita (ou “séria”) e a ópera ocupavam um espaço nobre na programação da Rádio Sociedade. As óperas e concertos realizados no Theatro Municipal e em outras salas estavam entre os maiores sucessos da emissora.
Muitas das irradiações de música erudita eram executadas no próprio estúdio da RS por uma orquestra montada para esse fim. O acervo da emissora ajuda a entender como funcionava essa orquestra.
A música popular do Brasil e de outros países logo conquistou seu espaço nas ondas da RS. Samba, marcha, maxixe, tango, valsa, foxtrote, jazz e outros gêneros eram transmitidos para o deleite de muitos ouvintes.
A preferência entre música erudita e popular dividiu o público da RS. As cartas enviadas à emissora oferecem uma perspectiva única sobre como o debate entre alta cultura e cultura popular se colocou no Brasil nos anos 1920 e 1930.
Os direitos autorais que protegiam as obras irradiadas eram regulamentados pelo governo e suscitaram diversas polêmicas, documentadas no acervo da RS.
Os discos de música popular irradiados pela RS eram emprestados pelas editoras musicais, que remuneravam a emissora por essa divulgação. Décadas mais tarde, essa prática seria conhecida como jabaculê ou simplesmente jabá.
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