A própria rádio estimulava, em anúncios feitos por seus speakers e publicados em revistas como Rádio, os ouvintes a relatar a qualidade da transmissão e descrever eventuais deficiências. Havia até formulários que os ouvintes podiam preencher para esse fim.

Mas a audiência não escrevia apenas para relatar a qualidade da recepção. O acervo de cartas também registra queixas, como a deste admirador anônimo, que fez o seguinte relato: "A irradiação era tão péssima que mesmo o meu cachorro em conseqüência disso não podia dormir durante toda a noite."

Parte das reclamações recebidas se concentra no período em que a RS passou a transmitir de sua nova sede em 1928. Em função da mudança, vários ouvintes escreveram para reclamar da perda de qualidade das transmissões, "fraquíssimas de intensidade" segundo o missivista Gastão Framback. Em geral, as queixas alegavam que, no período da transição, a qualidade da transmissão caía muito à noite, e que o sinal das outras rádios era muito mais nítido.

Reclamações sobre a transmissão da Rádio Sociedade chegaram até a imprensa: em setembro de 1925, o vice-presidente da International Western Electric Company, em artigo no Correio da Manhã, queixou-se da qualidade da mesma e alegou que a radiotelefonia não tinha grande futuro no Rio. A emissora respondeu no dia seguinte no mesmo diário, alegando que o articulista norte-americano estava usando um aparelho impróprio para a captação do rádio no Brasil.