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Tuberculose

Doença infecciosa e contagiosa causada por Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como bacilo de Koch, adquirida por via inalatória. de evolução normalmente crônica e progressiva. Após acometer o pulmão, o bacilo pode invadir a corrente sanguínea e linfática, se disseminando e atingindo  outros órgãos e tecidos É considerada pela Organização Mundial da Saúde uma das 10 maiores causas de óbitos no mundo, com uma prevalência anual estimada de 10 a 14 milhões de infectados e 1,4 milhão de óbitos.

De distribuição mundial, a maioria dos casos de tuberculose, assim como os casos graves, está associada à pobreza, a ambientes insalubres e à desorganização do sistema de saúde, além dos altos índices de coinfecção em indivíduos imunodeprimidos devido à pandemia da aids, por exemplo. O Brasil é um dos países que concentram 80% dos casos no mundo, com predomínio na população do sexo masculino na faixa etária entre 20 e 39 anos.

Pertencente à família Mycobacteriaceae, o gênero Mycobacterium é muito diverso e tem mais de 190 espécies, entre elas, as espécies Mycobaterium bovis, Mycobaterium africanum, membros do complexo M. tuberculosis, Mycobaterium caprae e Mycobaterium leprae (agente da hanseníase), além das micobactérias não tuberculosas como as do complexo Mycobacterium avium, Mycobacterium kansasii, Mycobacterium paratuberculosis, entre outras.

Considerando que M. africanum se encontra restrito ao continente africano e que houve uma redução da prevalência de infecção humana por M. bovis devido às medidas de controle e à pasteurização do leite e derivados na maioria dos países do mundo, as informações contidas neste folheto se restringem à espécie M. tuberculosis

A tuberculose é transmitida diretamente através de finas gotículas de secreção oronasal contendo os bacilos que são eliminados pela pessoa contaminada durante a tosse, o espirro e a fala. Estas gotículas, contendo as bactérias, que ficam  em suspensão no ar e são inaladas por pessoas suscetíveis à infecção, chegam até os bronquíolos e os alvéolos, dando início ao processo infeccioso.

O quadro clínico vai depender da quantidade de bacilo infectante, das condições do organismo e do órgão acometido. Assim, as manifestações clínicas da tuberculose que são geralmente crônicas e arrastadas podem ser agudas e graves.  O risco da tuberculose pulmonar progressiva ou extrapulmonar é maior dentro de 1 a 2 anos após a infecção inicial, podendo persistir durante toda a vida sob a forma latente. A infecção inicial passa, em geral, despercebida na maioria dos casos; porém, pode evoluir para as diferentes formas de tuberculose, como a pulmonar ou mesmo extrapulmonar, causando lesões, principalmente, na meninge, cérebro, intestino, coração, ossos, traqueia e fígado.

Conforme a gravidade das lesões, o paciente pode apresentar febre, tosse (principal manifestação), expectoração, inapetência, emagrecimento, dores torácicas e hemoptises.  Com acometimento de outros órgãos, a tuberculose extra-pulmonar pode se manifestar com um quadro osteoarticular, genitourinário, intestinal, ganglionar, de meningoencefalite, além de acometimento de pele, olhos e laringe.

O diagnóstico é realizado seguindo às determinações do Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil, a partir do diagnóstico clínico e de imagem, bacteriológico, histopatológico e por outros testes diagnósticos para a  pesquisa do bacilo no escarro e em outros materiais biológicos. A prevenção e o controle são feitos com medidas de higiene geral e com a aplicação da vacina BCG que, embora não impeça a infecção, evita a ocorrência de casos graves como a tuberculose miliar. Complementa este texto, o GLOSSÁRIO da " Série Doenças ".

 

Bibliografia

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Brasília: 364p. 2019.

Brasil. Ministério da Saúde Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública - Estratégias para 2021-2025. Disponível em  https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/t/tuberculose/publicacoes/final_plano-nacional-pelo-fim-da-tb_2021-2025.pdf/view. Acesso em 03 abril 2023

Brasil. Ministério da Saúde. Manual de Recomendações para o Diagnóstico Laboratorial de Tuberculose e Micobactérias não Tuberculosas de Interesse em Saúde Pública no Brasil. – Brasília : Ministério da Saúde, 2022. Disponível em https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/tuberculose/manual-de-recomendacoes-e-para-diagnostico-laboratorial-de-tuberculose-e-micobacterias-nao-tuberculosas-de-interesse-em-saude-publica-no-brasil.pdf.  Acesso em 03 abril 2023

COURA, José Rodrigues. Síntese das Doenças Infecciosas e Parasitárias. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2008, p. p. 151-157. 

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