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Quarto de hora infantil

Tudo começou com uma proposta do professor João Köpke, quando a Rádio Sociedade já estava no ar há bem meio ano. Todos os dias, ao final da tarde, o microfone da RS passou a ser das crianças por 15 minutos.

Era o "Quarto de Hora Infantil". O programa incluía um pouco de tudo: lições de conhecimentos elementares (explicando de modo simples aquelas perguntas cabeludas que só criança faz), contadores de estórias, concursos, crianças elas mesmas tocando música ou recitando poemas, e por aí seguia.

Às quintas-feiras, o “Quarto de Hora Infantil” era comandado pelo professor Köpke, que era tratado carinhosamente pelos pequenos ouvintes por "vovô". Veja a carta em que o professor Köpke aceita assumir o programa.

Köpke, no entanto, julgava escasso o tempo que lhe era reservado na programação: ele pleiteou à direção que tivesse não só 15 minutos, mas uma hora inteira, nas quartas-feiras, entre 18h e 19h. O pedido foi feito nesta carta, na qual ele discorre sobre os objetivos de seu programa.

Infelizmente, sua participação nas transmissões infantis da RS teve uma breve trajetória, em função de problemas de saúde. Nesta carta de março de 1926, Köpke afirma que a necessidade de repouso o afastará do programa por um mês. Semanas depois, ele envia nova carta, em que lamenta não estar em condições de ir ao estúdio buscar o ovo de Páscoa enviado por um ouvinte.

No relatório de atividades do quarto ano de existência da RS, a diretoria afirma que "o 'Quarto de Hora Infantil' teve a grande infelicidade de perder o mais dedicado dos seus collaboradores, o saudoso Prof. João Kopke", e presta uma homenagem a esse colaborador de primeira hora.

Naquele ano, informa ainda o documento, o programa "teve o concurso prestimoso das Srtas. Maria Elisa dos Santos Reis, Maria Luiza Alves, Edith de Oliveira e Silva, Odette Portinho e Stella Vilmar".