Publicada em: 03/09/2015 às 10:04 |
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Pesquisa sobre dengue vence Prêmio Capes de Teses Estudo sobre esporotricose ganhou menção honrosa. Melhores teses produzidas no IOC receberam Prêmio Alexandre Peixoto em cerimônia integrada às atividades de greve O estudo que analisou mecanismos envolvidos em quadros graves de dengue, desenvolvido durante o doutorado pelo biólogo Eugenio Damaceno Hottz, foi anunciado como um dos vencedores do Prêmio Capes de Teses 2015. Desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Biologia Celular e Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a pesquisa ‘Mecanismos de Ativação Plaquetária na Dengue: Contribuições para a Patogênese’ foi considerada a melhor tese do ano na categoria Ciências Biológicas II. Também aluno do IOC, o médico Dayvison Francis Saraiva Freitas recebeu uma menção honrosa na categoria Medicina II por seu estudo dedicado à esporotricose, defendido no Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical. O resultado da premiação foi divulgado no dia 31/08.
Os dois trabalhos destacados no Prêmio Capes estão entre os sete vencedores do Prêmio IOC de Teses Alexandre Peixoto 2015, que foi entregue nesta sexta-feira, 04/09, em cerimônia integrada às ações de greve da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Em sua terceira edição, o Prêmio Alexandre Peixoto foi concedido a quatro pesquisas indicadas para o Prêmio Capes de Teses e a três estudos selecionados para disputar o Prêmio Capes-Interfarma de Inovação e Pesquisa. A premiação faz parte das atividades da Semana de Pós-graduação Stricto sensu do IOC. Plaquetas ativadas: sinal de alerta O caráter inovador do trabalho foi ressaltado pela pesquisadora Patrícia Torres Bozza, chefe do Laboratório de Imunofarmacologia do IOC e orientadora da tese. Ela explica que a redução no número de plaquetas é um dos processos associados à gravidade da dengue. No entanto, a forma como esses componentes do sangue participam da resposta à infecção ainda não tinha sido descrita. “Eugenio sempre foi um aluno diferenciado, com grande capacidade de trabalho e de fazer contribuições originais, que enriqueceram o projeto”, afirma. O estudo contou ainda com a co-orientação do pesquisador Fernando Augusto Bozza, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), e foi desenvolvido parcialmente na Universidade de Utah, nos Estados Unidos, durante período de doutorado sanduíche. Antes das premiações, a pesquisa já havia conquistado repercussão no meio acadêmico, com artigos destacados pelas revistas científicas internacionais ‘Blood’ e ‘The journal of Immunology’. Para Eugênio, os resultados do trabalho podem ajudar na busca de novas formas para enfrentar a dengue. “Compreender como uma mesma infecção pode gerar tanto uma forma febril branda quanto formas graves e quais são os eventos moleculares envolvidos nessas diferentes apresentações clínicas pode contribuir para identificar novos alvos terapêuticos e biomarcadores de gravidade, melhorando o manejo clínico da doença”, avalia o autor. Formas raras de uma micose em expansão A investigação contou também com experimentos em laboratório, que apontaram para um possível aumento na virulência dos fungos causadores da esporotricose no Rio de Janeiro e para a capacidade destes patógenos se adaptarem ao organismo dos pacientes, dificultando o tratamento da infecção. A tese foi orientada pela médica Maria Clara Gutierrez Galhardo e co-orientada pela bióloga Rosely Maria Zancopé Oliveira, pesquisadoras do INI/Fiocruz. Maria Clara ressaltou a extensão do estudo realizado. “Foi um trabalho árduo, que chegou a vários resultados importantes. Dayvison demonstrou ter espírito de pesquisador, com a seriedade e a responsabilidade necessárias para a ciência”, disse a orientadora. Cerimônia de premiação Sobre o Prêmio Alexandre Peixoto Os vencedores do Prêmio Alexandre Peixoto são escolhidos pelos Programas de Pós-graduação do IOC. Entre os critérios para seleção são considerados a originalidade do trabalho e sua relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação do país, entre outros fatores. Na primeira edição do evento, realizada em outubro de 2013, quatro teses foram premiadas. Já no ano passado, três trabalhos receberam a premiação. Em 2015, a seleção contemplou pesquisas indicadas parar disputar o Prêmio Capes-Interfarma de Inovação e Pesquisa, além daquelas escolhidas para recomendação ao Prêmio Capes de Teses. Maíra Menezes |
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