Publicada em: 20/09/2017 às 11:55 |
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Celeiro de novos cientistas e docentes Tradição e inovação acompanham a trajetória centenária do Ensino no Instituto Oswaldo Cruz, que alia a formação de recursos humanos à pesquisa científica
Em 1908, o cientista Oswaldo Cruz, patrono do IOC e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), oficializou a criação do Curso de Aplicação, que contava com pesquisadores ilustres no papel de professores, como Carlos Chagas, Adolpho Lutz e Arthur Neiva. A iniciativa era chamada, no dia-a-dia, como Curso de Manguinhos.
Outros cinco Programas compõem a Pós-graduação Stricto sensu do Instituto: Biodiversidade e Saúde; Biologia Celular e Molecular; Biologia Computacional e Sistemas; Ensino em Biociências e Saúde; e Vigilância e Controle de Vetores. Desenvolvidos no âmbito das atividades de pesquisa dos Laboratórios do Instituto, os projetos de mestrado e doutorado se inserem em um leque temático diverso e resultam na geração de conhecimento científico ancorado em problemas de saúde pública brasileiros. Da virologia à biotecnologia, os alvos de investigação contemplam agravos que impactam diretamente na vida da população, como doença de Chagas, malária, hanseníase, além das arboviroses, dengue, Zika, chikungunya e febre amarela. “O Ensino realizado no IOC é marcado pela capacidade de gerar respostas para a sociedade e pela formação de cientistas e de profissionais que podem contribuir para a saúde pública brasileira”, afirma o vice-diretor de Ensino, Informação e Comunicação do Instituto, Marcelo Alves Pinto. A qualidade dos trabalhos tem sido reconhecida pelos prêmios Capes de Tese, Capes-Interfarma de Inovação e Pesquisa e de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS recebidos ao longo dos anos. Nas últimas semanas, trabalhos científicos realizados por estudantes do IOC foram premiados no 53º Congresso de Medicina Tropical, no 8º Simpósio Nacional de Geografia da Saúde, no 25º Congresso de Parasitologia e na 32a Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE) [conheça as premiações mais recentes nesse link].
No cenário da década de 1980, a necessidade de formação de especialistas de nível técnico induziu uma nova frente de ação no Ensino. Práticas de Laboratório, controle de parasitos e vetores e o auxílio na prestação de serviços de diagnósticos eram algumas das temáticas abordadas pelo Curso Técnico de Pesquisa em Biologia Parasitária, criado em 1981. Atualmente, a formação em nível técnico é oferecida em duas modalidades. Uma delas é o Curso Técnico em Biotecnologia, que capacita alunos do ensino médio e profissionais das áreas da saúde, biologia parasitária e biotecnologia, para o exercício de procedimentos e atividades laboratoriais. Já o Curso de Especialização em Biologia Parasitária e Biotecnologia prepara técnicos para o desenvolvimento de atividades em Laboratórios de Saúde Pública. Recentemente, ambos os cursos reestruturaram suas grades curriculares na busca de aprimorar a capacitação dos alunos. A década de 1990 trouxe um campo fértil para a inovação no ensino no IOC. Com a missão de aprofundar conhecimentos teóricos e habilidades práticas de profissionais de diferentes áreas, o Instituto passou a oferecer Cursos de Especialização. As primeiras modalidades surgiram para atender a uma demanda de formação para vigilância em saúde. Os estudos sobre ecologia dos insetos, acarologia e controle de vetores e pragas de importância em saúde fazem parte do curso de Entomologia Médica, criado em 1992. Já a especialização em Malacologia de Vetores, iniciada em 1994, propõe a elaboração e execução de técnicas de controle de moluscos. Os cursos mais recentes – Ensino em Biociências e Saúde (2000) e Ciência, Arte e Cultura na Saúde (2010) – capacitam professores da educação básica e agentes de saúde. Este último estimula o desenvolvimento de práticas pedagógicas voltada para educadores, professores e profissionais que atuam na interface entre as áreas.
Para os estudantes de graduação, a iniciação científica e tecnológica e a oferta de estágio curricular são oportunidades que abrem as portas do IOC para um público que está na importante fase de busca da vocação científica. Entre os projetos mais conhecidos por este público estão os Cursos de Férias, oferecidos pelos alunos de pós-graduação, sob supervisão dos pesquisadores do Instituto, a estudantes de graduação que têm a oportunidade de vivenciar a pesquisa científica. Os cursos de férias acabam de completar uma década de atividades, com mais de 1.800 alunos, das cinco regiões do Brasil. É um exemplo do ciclo que se fecha: o estímulo à docência em um ambiente em que ensinar é parte do aprendizado. Reportagem: Lucas Rocha Edição: Raquel Aguiar 20/09/2017 Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz) |
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