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Estudantes do IOC são premiados em eventos científicos

Estudos sobre malária, chikungunya, doença de Chagas e helmintos rederam reconhecimentos em encontros de âmbito nacional

Simpósios, congressos e conferências abrem espaço para que estudantes e pesquisadores apresentem o andamento de seus estudos científicos e troquem experiência com os demais participantes. As premiações de trabalhos ressaltam a qualidade das pesquisas e incentivam o desenvolvimento de novas etapas. A partir de temas de importância para a saúde pública, como malária, chikungunya, doença de Chagas e helmintos, estudantes do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) tiveram seus estudos reconhecidos no 53º Congresso de Medicina Tropical, no 8º Simpósio Nacional de Geografia da Saúde, no 25º Congresso de Parasitologia e na 32º Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE). Conheça um pouco mais sobre os trabalhos premiados.

Geografia da malária no Amazonas
Orientado pelo pesquisador Paulo Peiter, do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC, o bolsista de Iniciação Científica Rafael dos Santos Pereira desenvolveu um estudo sobre a endemicidade da malária no estado do Amazonas, na Região Norte do Brasil. O trabalho foi premiado no 8º Simpósio Nacional de Geografia da Saúde, realizado em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Para a pesquisa, foram utilizadas informações disponibilizadas pelo DATASUS, plataforma de sistema de informações sobre saúde no Brasil, e pelo SIVEP-Malária, principal base de dados nacional da doença. A análise da incidência da malária em municípios do Amazonas mostrou que áreas consideradas não-urbanas – áreas indígenas, assentamentos, acampamentos e garimpos – apresentam alto risco de endemicidade. A pesquisa destacou, ainda, a importância de políticas de prevenção, combate e tratamento que levem em consideração o contexto local no impacto da doença, e a busca de melhorias das condições de vida e de saúde das populações.

Nova espécie de verme parasito de peixe
A pesquisa do recém-doutor Pedro Hercílio de Oliveira Cavalcante, do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Saúde do IOC, em convênio com o Instituto Federal do Acre (IFAC), recebeu o prêmio de melhor trabalho da sessão de pôsteres na área de helmintologia no XXV Congresso Brasileiro de Parasitologia, realizado em Búzios, no Rio de Janeiro. O estudo, orientado pela pesquisadora Cláudia Portes Santos, do Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental do IOC, sugere a existência de uma nova espécie de parasito de peixes coletado de dois espécimes femininos de Philometroides (descrita em 1935), da parede do estômago de um peixe de água doce da espécie Pimelodus blochii Valenciennes. Os parasitos encontrados no rio Acre, na bacia do rio Amazonas, foram medidos e preservados em álcool. Exames de microscopia eletrônica de varredura e luz revelaram diferenças no comprimento do corpo da fêmea grávida e do esôfago. O local de ação no hospedeiro (estômago do peixe) e a distribuição geográfica (sistema de drenagem do rio Amazonas) também foram considerados diferenciais em relação à espécie descrita em 1935.

Gutemberg Brito

Pedro Hercílio de Oliveira Cavalcante e Paloma Vieira (acima), Andressa da Matta Durans, Thiara Manuele Alves de Souza e Rafael dos Santos Pereira: reconhecimento pela qualidade dos trabalhos


Vigilância do vírus chikungunya na tríplice epidemia de arboviroses no Brasil
Estudo sobre o vírus chikungunya alerta para a importância do monitoramento dos casos suspeitos da doença, da dispersão de genótipos circulantes e da identificação de possíveis mutações que facilitam a transmissão por mosquitos vetores. O trabalho desenvolvido pela estudante de doutorado em Biologia Parasitária do IOC, Thiara Manuele Alves de Souza, com orientação pela pesquisadora Flávia Barreto, do Laboratório de Imunologia Viral do IOC, foi premiado no 53º Congresso de Medicina Tropical, organizado pela Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT). O estudo investigou casos suspeitos de chikungunya reportados entre 2014 e 2015, no Amapá, e em Feira de Santana, na Bahia, e, em 2016, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e no Rio de Janeiro. As cidades que apresentaram os maiores índices de casos confirmados foram Feira de Santana e Rio de Janeiro. Os pesquisadores identificaram a ocorrência de coinfecções de chikungunya com o vírus dengue em 28 casos no Amapá e em 12 em Feira de Santana. No Rio de Janeiro, foram verificados 16 casos de coinfecção de chikungunya com o vírus Zika, 3 com dengue e 1 de dengue com Zika. Em relação às linhagens circulantes, o estudo verificou que todas as cepas analisadas do Amapá pertencem ao genótipo asiático. Já no Rio de Janeiro, foi demonstrada a circulação da linhagem da África Central, Oriental e do Sul (ECSA, na sigla em inglês).

Melhorias para os testes sorológicos da doença de Chagas
Os testes sorológicos para a doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, podem apresentar reatividade cruzada contra outros parasitos e baixa sensibilidade em algumas regiões, como no estado do Amazonas. Esses fatores podem atrasar o início do tratamento. A estudante de doutorado em Medicina Tropical do IOC, Andressa da Matta Durans, orientada pela pesquisadora Angela Junqueira, do Laboratório de Doenças Parasitárias do Instituto, investigou uma proteína que poderá trazer melhorias para a aplicação de testes sorológicos para a doença de Chagas. O estudo, também premiado no 53º Congresso de Medicina Tropical, agrupou, em um único alvo proteico, pequenas partículas de antígeno com potencial de gerar a resposta imune (epítopos). Estes antígenos abrangem proteínas específicas de T. cruzi com alta capacidade de ligação a anticorpos. Testes realizados com amostras de soro de pacientes com doença de Chagas, leishmaniose, dengue e febre amarela, apresentaram alta especificidade e sensibilidade da proteína, que pode vir a ser uma promissora ferramenta para diagnósticos sorológicos da doença de Chagas.

Toxoplasmose na mira
O trabalho da estudante Paloma Vieira, desenvolvido durante o mestrado em Biologia Parasitária no IOC, foi premiado na 32a edição da Reunião Anual da FeSBE. Orientada no Laboratório de Biologia Estrutural, a estudante investiga os aspectos moleculares relacionados ao impacto da infecção pelo Toxoplasma gondii, parasito causador da toxoplasmose, na formação de células musculares. Análises in vitro mostraram que o processo de constituição dessas células é oito vezes menor na presença do parasito.

Reportagem: Lucas Rocha
Edição: Vinicius Ferreira
15/09/2017 - atualizado em 18/09/2017
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