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Histórico

Publicada em: 01/03/2017
Rosicler Magalhães

Oswaldo Cruz e o Instituto Soroterápico: nasce a Biblioteca de Manguinhos
Em 1900, foi criado na fazenda de Manguinhos, no Rio de Janeiro, o Instituto Soroterápico Federal, hoje Fundação Oswaldo Cruz. A principal finalidade do Instituto era produzir soros e vacinas contra a peste bubônica, que aportou à cidade de Santos em 1899. Em 1902, Oswaldo Cruz assumiu a direção do Instituto e, no ano seguinte, foi designado para a Diretoria Geral de Saúde Pública.

Nessa mesma época, teve início a organização da Biblioteca de Manguinhos, com a chegada dos primeiros livros e revistas ao Instituto. Eram exemplares de uma variedade de produções impressas, sobretudo na Europa, de raridades dos séculos anteriores a revistas que traziam as mais recentes descobertas científicas. Para a leitura dos textos, os pesquisadores reuniam-se em sessões conjuntas, em um barracão localizado ao lado da construção do Pavilhão Mourisco, onde também ficava guardado o acervo recém constituído.

É conhecida, na trajetória de Oswaldo Cruz, a atenção que destinava às atividades que eram realizadas na biblioteca. Ele próprio selecionava os artigos mais importantes e escolhia o nome daquele pesquisador que deveria ler e resumir o texto para futuras apresentações. Intelectual e homem de ação, Oswaldo Cruz sempre afirmou a importância da Biblioteca para os trabalhos do Instituto e garantiu, nos esboços do Pavilhão Mourisco, um espaço para o acervo e para o salão de leitura, revestido com especiais cuidados arquitetônicos e decorativos. É célebre a seguinte frase que ele pronunciou em um momento de dificuldades financeiras do Instituto Soroterápico Federal: "Corte-se até a verba para a alimentação. Mas não se sacrifique a Biblioteca".

A arquitetura da Biblioteca e o seu primeiro bibliotecário
No ambiente da Biblioteca de Manguinhos, destacam-se os móveis em imbuía castanho escuro e as luminárias de ferro fundido e bronze, com acessórios em opalina lilás, de fabricação Alemã. O assoalho forma desenhos geométricos em diferentes tons de madeira e, nas paredes e no teto, ressaltam-se os ornamentos em gesso branco. A estrutura de estantes de aço, iluminada à eletricidade e à prova de fogo e insetos, fabricada em Nova Iorque, foi adquirida em função de sua capacidade para armazenar até 80 mil volumes.

Na organização e funcionamento da Biblioteca de Manguinhos, Oswaldo Cruz, contando com a colaboração do cientista Arthur Neiva, contratou em 1909 o bibliófilo poliglota Assuerus Hippolytus Overmeer para exercer as funções de primeiro bibliotecário-chefe da Biblioteca de Manguinhos, onde permaneceu até o ano de sua morte em 1944.

O aumento do número das publicações, que são continuamente incorporadas, sempre esteve associado ao sucesso das atividades científicas e da saúde pública realizadas pela instituição. No início, em 1907, após receber a medalha de ouro pelas campanhas de saneamento do Rio de Janeiro na Exposição Internacional do XIV Congresso de Higiene e Demografia de Berlim, o Instituto Oswaldo Cruz conquistou espaço no cenário científico internacional, e o intercâmbio com pesquisadores de outros países teve reflexos positivos para a Biblioteca de Manguinhos: em 1909 já existiam cerca de três mil volumes e o número de periódicos cresceu de 98 para 421 títulos.

Em 1986, com a criação do Centro de Informação Científica e Tecnológica, a Biblioteca de Manguinhos passou a compor sua atual estrutura, marcando uma nova etapa em sua trajetória. Em 2 de agosto de 1995, foi inaugurado o novo prédio da Biblioteca de Manguinhos, com 5.600 metros quadrados de área útil.

A Biblioteca e seu acervo
Nos últimos anos, a Biblioteca de Manguinhos vem realizando um trabalho efetivo de disseminação e preservação de seu acervo. Atualmente, reúne um acervo de 1.000.000 de volumes, incluindo 7.300 títulos de periódicos científicos da área biomédica, dos quais 887 títulos são correntes, 156.000 volumes de monografias, entre livros científicos, dissertações e teses, anais de congressos etc. Possui ainda acesso as principais bases de dados na área de Ciências da Saúde, uma videoteca com cerca de 1.400 títulos e obras raras, estas com cerca de 70.000 volumes.

Em 2006, o Centro de Informação Científica e Tecnológica (CICT), transformou-se em Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde - ICICT, e a Biblioteca de Manguinhos passou a se chamar Biblioteca de Ciências Biomédicas, voltando depois a adotar seu nome original.

Atualmente, a Biblioteca de Manguinhos incorpora as mais avançadas tecnologias e desenvolve atividades voltadas para a democratização do acesso ao usuário e, ao mesmo tempo, não deixa de se voltar ao passado, criando as condições necessárias de preservação e divulgação do acervo das obras raras da Fundação Oswaldo Cruz.

Informações sobre visitas orientadas à Biblioteca de Manguinhos


A Rede de Bibliotecas da Fiocruz
A primeira tentativa de reunião das bibliotecas da Fiocruz aconteceu em 1975, quando a então Biblioteca de Manguinhos, a Biblioteca de Saúde Pública (antes Biblioteca da ENSP) e a BibSMC (então chamada Biblioteca do IFF) passaram a ser vinculadas ao Centro de Apoio Técnico - CATE, que por sua vez, respondia diretamente à Presidência da Fiocruz.

Em 1986, conforme Ato da Presidência nº 123/88, de 15/05/88, foi criado o Sistema Integrado de Bibliotecas - SIBI, do qual faziam parte as três bibliotecas e mais as bibliotecas dos Centros Regionais de Pesquisa Aggeu Magalhães, Gonçalo Muniz e René Rachou.

A criação do CICT em 1986, hoje Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz - ICICT/Fiocruz, foi um grande avanço institucional, bem como a criação do SIBI como um sistema coordenado de bibliotecas.

Durante a realização do III Encontro de Bibliotecários da Fiocruz, em setembro de 2002, foi aprovada a criação da Rede de Bibliotecas da Fiocruz, incluindo além das bibliotecas integrantes do SIBI, as bibliotecas da Casa de Oswaldo Cruz, do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, da Escola Politécnica Joaquim Venâncio e do Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane, esta última criada em 2002.


 

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