América Latina e Caribe compartilham acesso livre à Biblioteca Cochrane na BVS

Publicada em: 19/04/2010
Igor Cruz

A região da América Latina e Caribe (AL&C) é a única do mundo em desenvolvimento que tem acesso livre à Biblioteca Cochrane (BC), considerada a mais importante fonte de evidência científica sobre efetividade das intervenções em saúde.

O acesso livre à BC, que inclui a versão original em inglês e a traduzida para o espanhol, está disponível na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) graças a um sistema de assinatura anual com financiamento baseado na cooperação entre os países, promovido e coordenado pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Além de estar disponível no portal global da BVS, a BC é acessada pelo Portal de Evidências e no Portal Cochrane.

A BC é produzida pela Colaboração Cochrane que envolve uma rede de 51 grupos de pesquisadores e especialistas responsáveis pela produção e atualização das mais de 4 mil revisões sistemáticas disponíveis no início de 2010 na plataforma que é atualizada três vezes ao ano. O Centro Cochrane Ibero-Americano é responsável pela versão traduzida para o espanhol.

Como principal conteúdo da BC, as revisões sistemáticas são fontes essenciais para subsidiar a formulação e implantação de políticas públicas informadas, avaliações econômicas e de tecnologias, formulação e atualização de guias clínicos, além de apoiar as decisões clínicas. O acesso e uso sistemáticos dos conteúdos da BC e das fontes de evidência científica em geral, estão associados a políticas, programas e práticas orientadas para o melhoramento continuado da eficiência, da eficácia e da qualidade dos sistemas e serviços de saúde. A BC é destinada de modo equitativo a todos os tipos de usuários, incluindo autoridades, gestores, pesquisadores, professores, estudantes, profissionais de saúde, pacientes e o público em geral.

Nos últimos anos, a OPAS, por meio de seu Centro Latino-Americano de Informação de Ciências de Saúde (BIREME/OPAS/OMS), tem conseguido desenvolver um programa de gestão da assinatura, montagem e publicação online das bases de dados da BC na BVS com interfaces de navegação e busca nos idiomas espanhol, inglês e português. Além disso, a BIREME organiza periodicamente cursos de capacitação para o uso da instância.

As redes temáticas de informação científica em saúde associadas à BVS também fazem uso sistemático da BC em seus produtos e serviços. Entre estas redes, estão o Campus Virtual em Saúde Pública (CVSP), coordenado pela OPAS; e as redes globais coordenadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) com a cooperação da BIREME: Rede de Fontes de Informação e Conhecimento em Saúde para os Países de Língua portuguesa (ePORTUGUÊSe), Evidence-Informed Polices Network (EVIPNet); Global Health Library (GHL) e Tropical Diseases Research to Foster Innovation and Knowledge Application (TropIKA.net).

A operação da BC na BVS é produto da iniciativa e coordenação realizada pela OPAS, com o apoio do Colaboração Cochrane Mundial, a Colaboração Cochrane Ibero-americana, o Centro Cochrane do Brasil e as empresas que licenciam as versões nos idiomas inglês e espanhol. No âmbito da cooperação técnica da OPAS, a operação da BC tem envolvido as áreas de Tecnologia, Atenção à Saúde e Pesquisa (THR) e Gestão de Conhecimento e Comunicação (KMC) bem como os escritórios nos países e com implantação e operação sob a responsabilidade da BIREME.

Acesso crescente à BC na BVS
O número de visitas em geral e de visitantes únicos ao site da BC na BVS, incluindo as versões em inglês e espanhol, cresceu 6 e 10% entre os anos 2007 e 2008 e 2008 e 2009 respectivamente.

O acesso aos textos completos das revisões sistemáticas da Cochrane é bastante elevado. Por exemplo, em 2009 a BC versão inglês registrou a média de 72 acessos por revisão sistemática. Já a versão em espanhol, a média de 43 acessos por revisão.

No portal Cochrane BVS o controle de acesso é automático, por reconhecimento de IP, não sendo necessário o registro individual ou institucional dos usuários. Entre os usuários da BC na BVS, no ano de 2009, cerca de 43% foram originários do Brasil. Os países que seguem são Equador e Argentina com 10% das visitas, Peru com 9%, México com 8,%, Colômbia com 7% e Chile com 6%. A experiência do Equador na disseminação do uso da BC se mostra particularmente bem-sucedida nas estatísticas de acesso.

Fonte: Newsletter BVS