Música popular nas ondas do rádio
Foi preciso tempo até que a música popular chegasse às ondas da Rádio Sociedade. Em 1926, quando o bloco de rua “Turunas do Ingá” solicitou a divulgação de seu desfile, em Niterói, o pedido foi negado – uma anotação à mão feita sobre a carta indicava que isso seria “contra as praxes da R.S.”.
Mas o acervo da emissora mostra que ela acabaria cedendo. Naquele mesmo ano, há registros de que a RS abriu suas antenas para a irradiação de música popular do Brasil e de outros países. Samba, marcha, maxixe, tango, valsa, foxtrote, jazz e outros gêneros passaram a ganhar espaço em seus programas.
Esta relação mostra a programação musical de um especial de aniversário da Rádio Sociedade veiculado em 1932. A lista é indicativa dos compositores e intérpretes que freqüentavam as ondas da rádio: entre eles, nomes que se inscreveram na história de nossa música popular, como Ary Barroso, Lamartine Babo e Joubert de Carvalho, entre outros de menos destaque hoje.
Uma carta de 1932 oferece outros exemplos de músicas carnavalescas transmitidas pela rádio, entre as quais se incluía “Mulata quero o teu amor”. Seria este um possível antecedente da marchinha “O teu cabelo não nega”, que Lamartine Babo adaptou a partir da composição “Mulata”, dos irmãos Valença?
Outro documento reflete a importância que a música popular havia alcançado nas rádios brasileiras nos anos 1930. Trata-se da programação musical da festa de aniversário da Rádio Mayrink Veiga, co-irmã da RS. No elenco, artistas do quilate de Mário Reis, Cyro Monteiro e as irmãs Carmen e Aurora Miranda.
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