Análise de Espaços Não-Formais e sua Contribuição para o Ensino de Ciências

Tese (Doutorado) - 2005

Autor: Valéria da Silva Vieira

Programa de Educação, Gestão e Difusão em Biociências, Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Resumo

As aulas não-formais, realizadas fora da instituição de ensino formal, podem se adequar ao aprendizado de conteúdos curriculares, à multidisciplinaridade e à contextualização do ensino. Esta tese propõe a análise de espaços que podem ser usados em aulas não-formais e suas diferentes formas de contribuição, procurando conhecer as estratégias de aulas disponíveis aos visitantes. No Jardim Botânico e no Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, RJ, realizou-se um levantamento dos conteúdos curriculares, comparando-os com aqueles propostos em livros didáticos. No Museu Nacional da UFRJ, além dessa comparação com os livros, visitas escolares foram acompanhadas e avaliadas qualitativamente por meio de entrevistas. Procurou-se fazer com o Museu da Vida, da Fiocruz, Rio de Janeiro, RJ, uma abordagem mais ampla, comparando-se os conteúdos presentes na exposição com as propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Na análise do Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS, localizado em Porto Alegre, RS, não se realizou uma comparação dos conteúdos, pois sua exposição já os divide por áreas. Realizou-se, então, o acompanhamento de visitas escolares e entrevistas com professores, alunos e integrantes do museu. Observamos que os vários espaços analisados oferecem diferenças qualitativas em termos de atualização, interação e presença de conteúdos científicos. Ficou clara a necessidade de uma organização prévia da aula não-formal, pois muitos dos professores entrevistados não alcançaram seus objetivos. Este problema pode também estar relacionado à formação do professor, que supera obstáculos para inovar suas metodologias de ensino, mas necessita ser formado para um melhor aproveitamento das aulas não-formais.