Jornalismo científico fetichizado: análise das revistas Superinteressante e National Geographic Magazine

Dissertação (Mestrado) – 2007

Autor: Verena Raquel Fornetti Moraes

Programa de Pós-Graduação Ciências Sociais, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Resumo

O principal objetivo do trabalho é articular conceitos oriundos da filosofia e da teoria social (fetiche, estranhamento, reificação, etc.) para compreender a forma segundo a qual a mercadoria alcança especificidades nem sempre previstas pela pesquisa acadêmica, seja na produção ligada ao jornalismo ou mesmo à sociologia. A especificidade que julgamos existir no trabalho atinge o âmbito da divulgação da ciência para o público não-especializado, em que o conceito de ciência é relativizado - confundido com pseudociência, religião e até mesmo mero entretenimento infantilizado. Mostramos como as revistas estudadas, embora prometam usar a ciência para ajudar o leitor a entender o mundo, falham ao não fazê-lo, se negando a divulgar uma “ciência que perturba”, na expressão de Pierre Bourdieu, ou transformando a ciência em uma colcha de retalhos que não permite ao leitor lidar com a complexidade do mundo.