Neste filme de Eliane Caffé, a modernidade chega ao sertão brasileiro e traz conflitos em torno de suas conseqüências. Filmado numa pequena cidade do Vale de Jequitinhonha, em Minas Gerais, Kenoma conta a história de Lineu e Gerônimo, dois conterrâneos com visões controversas sobre o futuro da cidade que dá nome ao filme.
Gerônimo é um poderoso proprietário de terras e dono do moinho em torno do qual gira grande parte da história. Ao sair da cidade, deixa suas propriedades aos cuidados de Lineu, um artesão que sonha construir o moto perpétuo, uma máquina capaz de gerar mais energia do que consome.
Durante a ausência de Gerônimo, Lineu trabalha em seu projeto. Com o retorno do patrão – e amigo –, porém, tem início uma série de conflitos sobre o futuro da propriedade. Se, por um lado, Lineu acredita que sua obra poderá trazer a modernidade a Kenoma, por outro, o avanço desejado por Gerônimo trata de maior produção e lucro para a propriedade, num conjunto de planos que envolveriam desmontar o moinho para ocupar o espaço de outra maneira.
A história da ciência marca presença no enredo com o sonho de Lineu – o moto perpétuo –, idéia que remonta à Idade Média e que, embora tenha sido refutada cientificamente mais tarde, com o estabelecimento das leis da termodinâmica, continua a povoar o imaginário de artesãos e inventores.
Fonte:
FREIRE JR, Olival e FREIRE, Vitor. “Kenoma – O conflito entre o moderno e a tradição”. In: OLIVEIRA, Bernardo Jefferson de. História da Ciência no Cinema. Belo Horizonte: Argumentum, 2005, pp. 147 a 159.
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