Dissertação (Mestrado) - 2010
Autor: Clayton Levy
Programa de Pós-graduação em Divulgação Científica e Cultural, Universidade Estadual de Campinas
Resumo
Este trabalho examina a atuação do Jornal da Ciência (JC), veículo impresso da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), na cobertura de temas relacionados à política nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Trata-se de um Estudo de Caso que examina a trajetória editorial do JC desde a sua criação, em julho de 1985, até julho de 2010. A metodologia central é a de Análise de Conteúdo, de natureza qualitativa, combinada, em alguns momentos, com a quantitativa. Examina como o JC, conhecido como “o amarelinho”, exerce três das principais funções do jornalismo nas democracias contemporâneas: agendar os temas prioritários na esfera pública de discussões; promover a informação contextualizada sobre estes mesmos temas; e atuar como fiscal (watchdog) dos formuladores e executores de políticas públicas, colaborando para elevar o grau de transparência (accountability) dos mesmos. A pesquisa foi dividida em três etapas: 1) análise da evolução gráfica e editorial do JC; 2) análise das capas, incluindo manchetes, textos das chamadas e charges; e 3) análise das matérias que tratam especificamente de política de CT&I. O corpus foi constituído por 48 edições, tendo como fio condutor as gestões dos 14 ministros de CT&I no período de 1985 a 2010. Para cada ministro foram extraídas três edições, compreendendo início, meio e final de cada mandato. Ao escolher os ministros dos diferentes governos como uma das variáveis pretendeu-se contextualizar a trajetória do JC nas diversas fases que marcaram o Sistema Nacional de C&T. A pesquisa apontou que o jornal exerce um monitoramento crítico e analítico das políticas públicas de CT&I. Consegue pautar o tema entre a comunidade científica, estimulando o debate nesse segmento, mas tem dificuldades para atingir um público maior e ouve pouco outros segmentos da sociedade civil. A Ciência é apresentada como estratégica enquanto os cientistas são projetados como agentes sociais engajados, críticos e propositivos. O exame do corpus revelou, ainda, que a maior parte dos textos e charges remetem a uma imagem negativa do Governo. A postura de “cão de guarda” em relação às ações do Governo transparece sobretudo no tom das matérias e charges, que em sua maioria apresentam conotação crítica ou de denúncia sobre a ausência de visão estratégica do governo sobre o setor.
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