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Fundação Oswaldo Cruz

Os sentidos da ciência no ar: uma análise do efeito de objetividade na editoria ciência da rádio CBN

Dissertação (Mestrado) - 2010

Autor: Wagner Roberto Lopes Cantori

Programa de Pós-graduação em Divulgação Científica e Cultural, Universidade Estadual de Campinas

Resumo

As palavras objetividade, isenção, verdade e imparcialidade são sempre evocadas quando se trata de jornalismo e de ciência. O jornalista busca ser objetivo, assim como o cientista. O jornalista busca a objetividade dos fatos e o cientista a objetividade do conhecimento. Jornalistas e cientistas na interseção das duas áreas – a divulgação científica – pensam materializar suas utópicas “objetividades”. Numa relação menos ingênua com a língua sabemos que não há discurso sem sujeito e não há sujeito sem ideologia: o individuo é interpelado em sujeito pela ideologia e é assim que a língua faz sentido (Orlandi, 2005). O que nos leva a considerar que o que se produz nisso que foi chamado objetividade, seja um efeito de objetividade, na subjetividade real do jornalista e do cientista. Tendo como arcabouço teórico a análise do discurso, dita francesa, a investigação parte da preocupação com a constituição, formulação e circulação da notícia de ciência (divulgação científica) no rádio, levando em consideração o modo como é significada a identidade e a construção do que é designado ciência no radiojornalismo. Ao falarmos nos filiamos a redes de sentidos, mas não temos controle sobre isso. O presente projeto não propõe comprovar que o discurso jornalístico-científico por suas condições de produção é subjetivo e, sim, sabendo que ele o é, mostrar como funcionam na/pela língua as marcas e propriedades discursivas que produzem um efeito de objetividade tanto para quem produz, quanto para quem recebe. É também finalidade deste trabalho mostrar, pela análise de discurso, questões presentes na divulgação científica de rádio, tais como: a questão do tempo/espaço como urgência na mídia, as posições-sujeito jornalista/cientista, os mecanismos de antecipação e encenação, o papel da voz no processo de divulgação, assim como, o tratamento do método científico e o que é designado como ciência no radiojornalismo. Compõem o corpus de análise algumas notas, reportagens e entrevistas da editoria ciência da Rádio CBN, umas das emissoras de maior circulação nacional.

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