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Doença de Chagas, entre idas e vindas

Em sua mais recente edição, a revista inglesa Nature publicou artigo do pesquisador José
Rodrigues Coura, do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC. Parte de um especial sobre a doença, o artigo de Coura, escrito em parceria com o pesquisador Pedro Albajar Viñas, aborda aspectos históricos, traça um panorama da situação atual da doença e analisa as perspectivas para os próximos anos, alertando para a possibilidade do agravo se tornar uma importante questão de saúde pública em diversas regiões do mundo onde não esteve presente até então.

 Reprodução do artigo da Nature

T. cruzi em amostra de sangue de paciente com caso agudo.   

Com o título Chagas disease: a new worldwide challege, o artigo destaca a ameaça
representada pela recente disseminação do Tripanossoma cruzi para diversas regiões
do mundo, como América do Norte, Europa e oeste do Oceano Pacífico. Possibilitada
pelos fluxos de migração populacional, essa disseminação representa, segundo os
autores, um risco para a saúde pública mundial e revela a urgência da intensificação
dos esforços no sentido de ampliar a informação e a vigilância sobre a doença de
Chagas.

Os pesquisadores também destacam a importância da implementação de práticas de
controle da transmissão vertical dos recém-nascidos e a adoção de testes para a
presença do parasito em doações de sangue e transplante de órgãos, tanto nos países
que recebem estas populações quanto nos países latino-americanos de origem que ainda
não executam estas medidas de forma efetiva. Segundo o artigo, hoje já existem 300
mil indivíduos infectados pelo T. cruzi nos Estados Unidos, 5500 no Canadá, 80 mil
na Europa, 3 mil no Japão e 1500 na Austrália.

 Reprodução do artigo da Nature

 

Os movimentos migratórios ajudaram a disseminar o T. cruzi para regiões da América do Norte, Europa, Ásia e Oceania onde o parasito não ocorria, o que obriga a aplicação de medidas mais rígidas de controle e vigilância da doença de Chagas nos países de origem e de destino, segundo Coura 

O texto publicado no periódico inglês também resgata a história da doença de Chagas,
abordando a descoberta do T. cruzi em múmias chilenas com cerca de nove mil anos e o
estabelecimento do ciclo de transmissão humano da doença há poucos séculos,
possibilitado pela expansão da ocupação humana para áreas florestais habitadas pelo
barbeiro. Os pesquisadores abordam, ainda, as variações regionais das
manifestações do agravo, que apresenta diferenças, por exemplo, em sua morbidade,
ciclos de transmissão e prevalência

"A Nature é uma das mais importantes publicações do mundo em termos de
prestígio científico. Portanto, o artigo dá uma grande visibilidade ao Instituto”,
afirma Coura. O pesquisador aposta que, nos próximos anos, a pesquisa em doença de
Chagas deve ser focada no desenvolvimento de novas drogas e novas estratégias de
tratamento.

06/07/2010

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz).

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