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Saúde na ponta da língua

As aulas do curso de Saúde Comunitária, uma construção de todos, oferecido gratuitamente pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) aos moradores da das comunidades de Manguinhos, no entorno da sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro, estão a todo vapor. Desde o início de novembro, os 90 alunos que participam da capacitação estão aprendendo a lidar com questões relacionadas às formas de prevenção de diversas doenças e os determinantes sociais da saúde. A ideia é preparar os estudantes para que eles atuem em promoção de saúde em suas comunidades. Para isso, temas como habitação, nutrição, água, lixo, assuntos relacionados à dengue, pediculose (piolho), escabiose (sarna), HIV e doenças sexualmente transmissíveis estão sendo abordados. As aulas são apresentadas por pesquisadores do IOC.

Gutemberg Brito

 

90 moradores de comunidades de Manguinhos, no Rio de Janeiro, participam de curso gratuito sobre saúde comunitária

Conhecimento compartilhado

Aluna do curso e moradora da comunidade do Mandela, Luana Cristina da Silva Santos conta que o conteúdo das aulas pode ser aplicado para melhoria da realidade.  “Já tive aulas sobre diferentes temas que podem ser aplicados de forma prática dentro da comunidade. Pretendo passar o conhecimento adquirido para frente, divulgando o que foi aprendido em escolas, creches e até no jornal da comunidade onde moro”, disse a estudante.

Na aula sobre piolho (pediculose), ministrada pelo pesquisador do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde do IOC, Julio Vianna, por exemplo, os estudantes conheceram as medidas para evitar a infestação de piolhos. Já na aula prática, eles puderam visualizar os piolhos utilizando uma lupa.

“A pediculose é um problema de saúde causado pela infestação pelo inseto Pediculus humanus capitis. Na aula, foi possível discutir com os alunos os mitos e verdades sobre o piolho e esclarecer como as ações educativas são as estratégias mais importantes para o tratamento eficaz”, destacou o pesquisador. Julio falou também sobre os métodos alternativos de combate ao piolho que costumam ser utilizadas pela população. “As pessoas possuem métodos alternativos interessantes para o controle da pediculose e cabe à ciência investigar a veracidade ou não desses métodos. Essa troca de informação com os alunos enriquece nossos estudos”, finalizou.

Diálogo

Outro morador da comunidade do Mandela que participa da capacitação é Orides Peregrino. Para ele, a metodologia de ensino adotada pelos professores torna a compreensão do conteúdo mais fácil. “Os professores são excelentes e a linguagem didática utilizada por eles facilita o entendimento do conteúdo. As aulas têm nos possibilitado conhecer e identificar os problemas, além de nos ajudar a encontrar maneiras de resolvê-los. Esses conhecimentos serão muito úteis para os moradores da comunidade”, concluiu.

De acordo com Antonio Henrique Almeida de Moraes Neto, pesquisador do Laboratório de Ecoepidemiologia e Controle da Esquistossomose e Geohelmintoses do IOC e membro da comissão organizadora do curso, a principal proposta da iniciativa é a troca dialógica a respeito da promoção da saúde.

Gutemberg Brito

 

Para Antonio Henrique, membro da comissão organizadora do curso, a interação morador/academia rompe paradigmas e humaniza a ciência

“O curso foi elaborado a partir da observação de problemas que afetam as comunidades de Manguinhos, no que diz respeito a questões sobre território, habitação, saúde e controle social. Visando à promoção da saúde, a interação morador/academia rompe paradigmas e humaniza a ciência, transformando a saúde, uma construção de todos”, concluiu.

Cristiane Albuquerque

19/11/2010

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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