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Coleções Biológicas como patrimônio da Fiocruz

De 17 a 20 de novembro, a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) realizou a V Semana do Patrimônio, com o tema Origens e Perspectivas na Política de Preservação do Patrimônio Cultural e Científico no Brasil. Segundo o vice-diretor de informação e patrimônio cultural da COC, Marcos José Pinheiro, a intenção do evento foi contribuir para a discussão da política de preservação do patrimônio, retomando ainda as origens do evento, que tinha por objetivo principal sensibilizar e co-responsabilizar a comunidade Fiocruz pelo patrimônio que gera e preserva.

 Gutemberg Brito

 

IOC abriga 19 Coleções Biológicas reconhecidas como institucionais na Fiocruz, correspondendo a 76% das Coleções de toda a Fundação


A palestra da diretora do IOC, Tania Araújo-Jorge, no dia 19, seguiu justamente esta linha durante a conferência Coleções Biológicas do Instituto Oswaldo Cruz: da pesquisa ao patrimônio. Ela mostrou que já em 1909 o Instituto possuía uma coleção com cerca de 500 amostras, grande parte delas obtidas durante expedições científicas, quando pesquisadores do Instituto coletavam e analisavam espécimes de diferentes regiões do Brasil.

Cem anos depois, Tania destacou, as Coleções Biológicas sob a guarda do IOC conservam milhões de amostras, sendo um dos destaques entre as ações de preservação de patrimônio da Fiocruz. Hoje, o Instituto abriga 19 Coleções Biológicas reconhecidas como institucionais na Fiocruz, correspondendo a 76% das Coleções de toda a Fundação. Mais duas coleções foram submetidas em setembro de 2010 para reconhecimento institucional.

Algumas representam a biodiversidade genética de bactérias, protozoários, fungos e vetores de importância médica e outras preservam a memória epidemiológica de importantes agravos, conservam as variações nos agentes etiológicos ao longo do tempo e as populações genéticas diversas de organismos relacionados a pesquisas em saúde pública. “Há ainda as que guardam acervos microbiológicos com potencial para a produção de novos insumos de interesse biotecnológico”, citou Tania. A diretora também adiantou que estas Coleções serão a base da estruturação do primeiro Centro de Recursos Biológicos em Saúde (CRB-Saúde), em fase de organização.

Reconhecimento

Ela enalteceu que há, cada vez mais, um processo de reconhecimento da importância das Coleções, tanto interno à Fiocruz como externo. “A importância das Coleções Biológicas do IOC foi reconhecida pelo Ministério do Meio Ambiente em 2005, quando as coleções Helmintológicas, Micológica, Entomológica, Malacológica, de Culturas do Gênero Bacillus e Gêneros Correlatos, de Febre Amarela, de Leishmania e de Cultura de Fungos receberam o status de ‘fiéis depositárias’ de amostras de componentes do patrimônio da biodiversidade brasileira”, disse.

Aliado ao crescimento do reconhecimento, existe também um esforço institucional do IOC para o fortalecimento das Coleções. A diretora citou como marcos nesse processo de valorização a dotação orçamentária específica para o segmento; a criação de uma Câmara Técnica de Coleções formada por curadores, usuários e representantes de outros setores, tendo em vista a grande interface com a pesquisa, ensino e serviços de referência; e a criação de uma Vice-Direção especifica para os Serviços de Referência e Coleções Científicas, além de um Gestor de Coleções Científicas para auxiliar na captação de recursos, elaboração e execução de projetos institucionais.

Futuro

Após apresentar um panorama da situação atual das Coleções do IOC, citando os eventos mais importantes ocorridos desde 2003, como a aprovação de um projeto em edital da Finep para a melhoria da infraestrutura e a realização diversos simpósios e encontros para debater o tema, Tania destacou também as parcerias de sucesso com a Casa de Oswaldo Cruz, como a restauração dos espaços físicos no castelo Mourisco para a Coleção Entomológica e a instalação da Sala Costa Lima para visitação pública, e pontuou alguns dos desafios para a área nos próximos anos.

A seu ver, será preciso adequar as atividades das Coleções Biológicas aos marcos regulatórios de diferentes órgãos – como Ibama, Anvisa, MAPA e CGEN –, além de sensibilizar os tomadores de decisão sobre a premência de se ampliar a força de trabalho e expertise de taxonomistas no Brasil. Outra prioridade consiste na integração das Coleções Biológicas da instituição em redes nacionais e internacionais de biodiversidade, buscando a melhoria da qualidade das informações que compõem os acervos.

A diretora encerrou sua conferência destacando a criação no IOC de um programa de pós-graduação em Biodiversidade e Saúde. Aprovado recentemente pela Capes, a iniciativa, inédita na Fiocruz, contará com 28 professores e a primeira turma ingressará em 2011.

22/11/10

Permitida a reprodução sem fins lucrativos do texto desde que citada a fonte (Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz)

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